Desocupação atinge 12,7 milhões de brasileiros

SÃO PAULO

Depois de duas quedas consecutivas, a taxa de desemprego no país avançou para 12% no trimestre encerrado em janeiro, contra os 11,7% dos três meses anteriores, informou o IBGE na manhã desta quarta-feira (27).

O crescimento da população desocupada foi de 2,6% no período, atingindo agora 12,7 milhões de brasileiros.

Essa é a taxa mais baixa para o trimestre encerrado em janeiro desde 2016, mas chegou ao patamar mais elevado desde o trimestre encerrado em agosto (12,1%). O resultado, contudo, ficou praticamente em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de 11,9%.

"Era um movimento esperado dado o nível de atividade no país e o alto nível de informalidade", disse o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo.

"É um movimento de dispensa de temporários, administração pública e outros. O que poderia era a conjuntura surpreender, mas não é o que vimos."

A informalidade no setor privado, que ajudou a reduzir a taxa de desemprego nos últimos meses, teve uma redução de 2,8%, no número de pessoas ocupadas –queda de 321 mil trabalhadores nesta condição. 

O setor público também recuou 1,8% no total de empregados.

"É um movimento de dispensa de temporários, administração pública e outros. O que poderia era a conjuntura surpreender, mas não é o que vimos."

“Apesar disso, a informalidade aumenta ainda mais, com influência do crescimento dos trabalhadores por conta própria”, segundo Azeredo.

O número de trabalhadores por conta própria apresentou alta de 1,2%, na mesma comparação. Com isso, 291 mil pessoas entraram neste grupo no período.

Apesar desses movimentos, a taxa de subutilização da força de trabalho, o percentual de pessoas desalentadas e o número de empregados no setor privado com carteira assinada permaneceram estáveis.​

Em relação ao rendimento médio do trabalhador, o valor para os três meses até janeiro fechou em R$ 2.270, contra R$ 2.240 no trimestre anterior.

"A economia tem que entrar nos trilhos, e o país tem que ter um cenário macro para estimular investimentos, contratações, com carteira e movimentar a economia", afirmou o coordenador da pesquisa.

Com Reuters

Folha de S.Paulo