Nos últimos 60 anos, todas as recessões foram precedidas por uma curva de rendimentos invertida, diz NYT

De madrugada, a newsletter do Wall Street Journal anunciava aos assinantes, com gráficos, ter registrado os “primeiros sinais de que a curva de rendimento dos EUA está se invertendo”. Falou em “desaceleração” americana já para o ano novo, 2019.

Pautou o dia, nas manchetes do americano Drudge Report ao inglês Financial Times e ao South China Morning Post, com enunciados como “temor sobre crescimento” e “temor sobre indicador-chave de recessão”.

A maioria, inclusive a manchete digital do próprio WSJ, acrescentou às chamadas o tuíte de Donald Trump colocando em dúvida a “trégua” que ele mesmo havia anunciado com Xi Jinping. Mas o foco da atenção era a “curva de rendimento”.

New York Times esclareceu, aos leitores comuns: “Isso pode soar como um jargão que interessa só aos ‘geeks’ do mercado. Mas isso importa. Nos últimos 60 anos, todas as recessões foram precedidas por uma curva de rendimentos invertida”.

A recessão americana começaria em um ou dois anos. Antes da próxima eleição.

NÃO É O JAPÃO

SCMP destacou longo artigo de Zhang Jun, diretor da faculdade de economia da Universidade Fudan, afirmando no título que “A economia da China não seguirá o caminho do Japão ou da União Soviética, apesar da pressão dos EUA”, citando “seu estágio de desenvolvimento e suas reformas pendentes”.

Na mesma direção, o canal financeiro americano CNBC reportou que, “Com ou sem guerra comercial, especialistas dizem que o yuan está prestes a se tornar um peso-pesado global”. Segundo executivos de HSBC e BNP Paribas, a “abertura financeira” da China influencia mais do que o conflito tarifário com os EUA.

ONYX & MORO

Por Financial Times e outros, “Chefe de gabinete de Bolsonaro encara investigação de fundos de campanha”, sobre o sinal verde dado pelo Supremo para que o Ministério Público levante as “contribuições ilegais” da J&F.

O FT informa que o ministro da Justiça, Sergio Moro, “que colocou políticos graduados na cadeia, disse que Onyx Lorenzoni ‘já admitiu seus erros e se desculpou’”.

CISMA

A visita de Bolsonaro à TV Canção Nova, da Renovação Carismática, foi parar no Crux, o principal veículo de notícias católicas dos EUA, destacando seu apoio na ala “conservadora” da Igreja.

O editor-chefe do Crux, o conhecido vaticanista John Allen Jr., já havia publicado a análise “Tanto o papa como os bispos do Brasil serão testados na era Bolsonaro”. Destacou, por exemplo, que Francisco é o autor da “primeira encíclica voltada a temas ambientais e convocou um sínodo especial para a região pan-amazônica”, no ano que vem.

Nelson de Sá

Jornalista, foi editor da Ilustrada.

Folha de S.Paulo