Depois de dizer que para fechar o Supremo Tribunal Federal bastava um soldado e um cabo, o deputado federal e líder do PSL na Câmara, Eduardo Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro, reafirmou o discurso de fascista de perseguição ideológica.

Agência Câmara
 
Em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, publicada nesta segunda-feira (12), Eduardo Bolsonaro defendeu a criminalização do “comunismo” e de movimentos sociais como o MST.

Ele classifica a luta por reforma agrária como terrorismo, pois na sua lógica, "eles impõem o terror para ganhar um benefício por outro lado".

"É a intenção de levar o terror para amedrontar as pessoas. Se fosse necessário prender 100 mil pessoas, qual o problema nisso? Eu vejo problema em deixar cem mil pessoas com esse tipo de índole, achando que invasão de terras é algo normal, livres para cometer seus delitos. Esse é meu principal receio. Eu quero dificultar a vida dessas pessoas”, afirmou.

Enquanto o discurso da direita conservadora é de que os movimentos agrários promovem a violência, as vítimas do campo não são os donos de fazenda e empresários do agronegócio, mas os trabalhadores do campo e líderes de movimentos que morrem em emboscadas e chacinas.

Ao defender sua proposta de criminalizar o “comunismo”, ele afirma que o “nazismo é criminalizado” e que um dos papéis dos parlamentares é conscientizar as pessoas. “É usar sua posição de destaque, de ser um representante de parcela da sociedade para falar os perigos do comunismo. Assim como falo do câncer de próstata”.

Ao ser questionado sobre a posição de Sergio Moro, futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, que chamou a proposta de criminalização dos movimentos de pouco consistente, Eduardo Bolsonaro tentou despeitar a contradição.

"O Moro definiu bem. Primeiro o que são movimentos sociais e, depois, definiu o que são essas ações criminosas. O que ocorre hoje é que grupos como o MST por vezes utilizam o seu poder criminoso para invadir terras, incendiar tratores para obrigar o fazendeiro a vender suas terras a um preço abaixo do mercado", disse.

O deputado ainda defendeu a mudança no corpo de funcionários do Itamaraty que, segundo ele, seria um dos ministérios “onde mais está arraigada essa ideologia marxista”. “O que eu escuto falar é que o Itamaraty é um dos ministério onde mais está arraigada essa ideologia marxista e onde haveria uma maior repulsa ao presidente Jair Bolsonaro”, declarou.

Ele manifestou suas pretensões internacionais ao dizer que pretende aproveitar a onda direitista das urnas para estreitar os laços com ultraliberais de outros países para fazer frente a ao 
Foro de São Paulo”.

“Eu quero aproveitar essa onda conservadora para dar uma resposta ao Foro de São Paulo. Semana que vem (nesta semana) vou aos Estados Unidos. O Steve Bannon tem o Movement, que conta com a participação do Salvini (Matteo Salvini, ministro do interior da Itália, do partido Liga Norte). A gente quer ter uma conexão internacional para a troca de ideias – um think tank -, pensar em medidas que estão sendo feitas de forma pioneira na Itália que a gente possa fazer aqui também. É participar do jogo democrático de forma organizada. Pretendo estreitar essas relações”, contou.

Escola sem partido

Ainda no plano da perseguição ideológica, Eduardo Bolsonaro também fez a defesa do projeto Escola Sem Partido. Disse que se trata de uma bandeira inegociável do governo do pai. De acordo com ele, hoje “no segundo grau todo mundo se forma a favor do MST e pensa que Carlos Marighella e Lamarca foram heróis que combateram um regime ditatorial”, se referindo à ditadura militar de 1964. 

Do Portal Vermelho, com informaçoes de agências