A intenção do governo agora eleito de Jair Bolsonaro de recriar o imposto sobre movimentação financeiras, a chamada CPMF, volta a ocupar a cena. Durante a campanha, o economista e futuro ministro da Fazenda havia dito que o imposto estava nos planos, mas Bolsonaro negou.

Marcos Santos/USP Imagens
 
"A equipe econômica do presidente eleito Jair Bolsonaro quer criar um imposto sobre movimentações financeiras para acabar com a contribuição ao INSS que as empresas recolhem sobre os salários dos funcionários. O tributo incidiria sobre todas as operações, como saques e transações bancárias, e a estimativa é que seria possível arrecadar ao menos R$ 275 bilhões por ano. O modelo é semelhante ao da extinta CPMF", diz o jornalista Marcelo Côrrea, em matéria publicada no jornal O Globo.

A troca do imposto teria o apoio da classe empresarial pois acabaria com a contribuição ao INSS que as empresas recolhem sobre os salários dos funcionários para custear a previdência.

O vazamento da informação voltou a incomodar Bolsonaro que por meio das redes sociais disse nesta sexta-feira (2), que desautoriza informações divulgadas por “equipe de Bolsonaro”.

“Desautorizo informações prestadas junto à mídia por qualquer grupo intitulado “equipe de Bolsonaro”, especulando sobre os mais variados assuntos, tais como CPMF [Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira], Previdência, etc”, escreveu Bolsonaro.

Mas a "equipe de Bolsonaro" não é tão genérica. Segundo Marcos Cintra, assessor de Paulo Guedes, a alíquota do novo tributo seria de 0,4% a 0,45%, em cada operação. Cintra detalhou a proposta ao O Globo, afirmando que "numa transferência bancária, as duas partes seriam descontadas", ou seja, "ao transferir dinheiro para outra pessoa, há um desconto de 0,4% a 0,45%".

A preocupação do futuro governo é em reduzir os ruídos e evitar desgastes antes mesmo de tomar posse. Ao conceder coletiva de imprensa, a primeira após a eleição, Bolsonaro inaugurou uma nova era nas relações com a imprensa. Ao contrário do que é usual, apenas as TVs (exceto a TV Brasil) e algumas rádios e sites foram autorizados a participar da coletiva, organizada pela assessoria do vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente eleito.

Os jornais impressos (e seus portais online), agências de notícias nacionais e internacionais - inclusive a Agência Brasil - tiveram seus pedidos de credenciamento ignorados. 

Do Portal Vermelho