A rejeição nas urnas de candidatos pró-reforma trabalhista e que compuseram a base de Michel Temer pode ser um elemento decisivo no segundo turno das eleições presidenciais entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). A promessa de revogar leis que retiraram direitos dos trabalhadores e enfraqueceram os sindicatos aproxima o programa do petista das pautas defendidas pelas centrais sindicais nestas eleições.

Por Railídia Carvalho

Tiago Macambira
Bolsonaro foi rejeitado pelas centrais sindicais no primeiro turno
Bolsonaro foi rejeitado pelas centrais sindicais no primeiro turno
No primeiro turno, Bolsonaro não obteve apoio de nenhuma central sindical. As organizações se dividiram entre as candidaturas de Haddad e do pedetista Ciro Gomes. Bolsonaro, que apoiou na Câmara Federal todas as medidas do governo Temer contra os trabalhadores, foi considerado um algoz dos direitos trabalhistas e pelo enfraquecimento dos sindicatos.

“Haddad tem um projeto de desenvolvimento para o país. Bolsonaro não tem projeto. Ele diz que vai vender o Brasil para pagar a dívida pública. Sugere uma carteira verde e amarela em que o trabalhador vai negociar direto com o empregador em explícita desvantagem”, declarou ao Portal Vermelho Adilson Araújo, presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo. 

De acordo com o dirigente, o programa de Fernando Haddad e Manuela d’Ávila é aquele que está em sintonia com a Agenda Prioritária da Classe Trabalhadora, documento elaborado em junho pelas sete centrais sindicais brasileiras com 22 alternativas para o país retomar o caminho do crescimento com valorização do trabalho e da renda.

“É na candidatura de Haddad e Manuela que conseguimos a literal compreensão da Agenda da Classe Trabalhadora. É essa a chapa que tem o compromisso de responder aos gargalos estruturais do país com política de geração de emprego e renda, uma política de juros, retomada das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e uma reforma tributária progressiva”, argumentou Adilson.

Nesta terça-feira (9) as centrais sindicais se reúnem em São Paulo para debater o apoio unitário a Fernando Haddad. Adilson lembrou que a maturidade das centrais sindicais brasileiras levou a momentos importantes de unidade. 

“Fizemos a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) em 2010, em 2017 a maior greve da história, manifestações por todo o pais contra as reformas de Temer. O Ocupe Brasília que levou à retirada da puta da reforma da previdência. Agora ou apostamos na alternativa democrática ou na barbárie”, enfatizou Adilson.


Do Portal Vermelho