O desemprego no país ficou em 12,7% no trimestre encerrado em maio, de acordo com o IBGE. O índice é considerado estatisticamente estável em relação ao trimestre anterior, encerrado em fevereiro, quando a taxa era de 12,6%. Na comparação com o mesmo período de 2017, quando o percentual era de 13,3%, houve queda. Mais uma vez, o resultado só não foi pior, graças ao aumento da informalidade e do desalento.

  
Ao todo, são 13,2 milhões de pessoas desempregadas no último trimestre. Os fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua. A pesquisa não usa só os trimestres tradicionais, mas períodos móveis (como fevereiro, março e abril; março, abril e maio etc).

Em relação a maio de 2017, o número total de ocupados aumentou em 1,2 milhão. As vagas sem carteira aumentaram em quase 600 mil e o número de trabalhadores por conta própria subiu quase 600 mil também. Por outro lado, o total de vagas com carteira no setor privado encolheu em quase 500 mil. Na administração pública, porém, houve aumento de contratação: mais 319 mil vagas entre maio de 2017 e maio deste ano.

O número de empregados com carteira de trabalho assinada (32,8 milhões) caiu 1,1% frente ao trimestre anterior (dezembro de 2017 a fevereiro de 2018). Na comparação com o trimestre de março a maio de 2017, a queda foi de 1,5%.

Os dados do IBGE sugerem ainda que a estabilidade da taxa de desemprego foi influenciada pela menor procura por emprego. No trimestre encerrado em maio, a população fora da força de trabalho somou 65,413 milhões de pessoas, 475 mil pessoas a mais frente ao trimestre findo em fevereiro (+0,7%) e 1 milhão a mais na comparação com o mesmo período de 2017 (+1,6%).

A força de trabalho (104,112 milhões) equivale ao total de ocupados (90,887 milhões) e de desempregados (13,235 milhões).

Segundo Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, os números sinalizam que os trabalhadores seguem migrando para fora da força de trabalho por desalento quanto ao emprego. Ou seja, eles desistem de procurar uma vaga ou nem tentam buscá-la porque não acreditam que vão conseguir uma.

"Não posso garantir que o desalento continua acontecendo, porque não tenho o número. Mas isso pode estar acontecendo. Dentro desse número tem, claro, pessoas que deixam de trabalhar porque precisam cuidar de um pai idoso, mãe idosa. Mas tem também uma parcela que procurou emprego, não encontrou, e desistiu", disse Azeredo.

Apesar da taxa de desemprego ter recuado frente ao ano passado, em quatro anos, o número de desempregados no Brasil dobrou, passando de 6,88 milhões de pessoas no trimestre encerrado em maio de 2014 para 13,23 milhões no mesmo período de 2018. Isso quer dizer que, em quatro anos, mais 6,35 milhões de pessoas ficaram sem emprego no Brasil.

Nesse mesmo período, foram perdidos praticamente 4 milhões de empregos com carteira, passando de 36,7 milhões de trabalhadores protegidos pelas leis trabalhistas em maio de 2014 para 32,7 milhões em maio de 2018.

Segundo a pesquisa do IBGE, o rendimento médio - estimado em R$ 2.187 - ficou estável tanto em relação ao trimestre anterior como na comparação com igual período de 2017. A massa de rendimentos (R$ 193,9 bilhões) também teve estabilidade.


 Do Portal Vermelho, com agências, 2 de julho de 2018.