Matemática pura e simples PP e DEM vão decidir seus rumos na eleição de olho em um dado pragmático: embora menos intuitiva, a aliança com Ciro Gomes (PDT) poderia ser mais estratégica. Se ele passar ao segundo turno, ótimo. Se for abatido por Geraldo Alckmin (PSDB), sem problema. Pelo perfil, o tucano seria obrigado a recorrer à centro-direita para governar. O pedetista, não. Ele tem a esquerda. Por isso, as siglas avaliam que fechar com Ciro agora pode reduzir as chances de acabarem na oposição em 2019.

O amor e o poder A decisão, porém, não é simples. O DEM tem muito mais afinidade ideológica com os tucanos e alimenta uma relação com Alckmin há anos. Esses fatores estão na balança, mas a cúpula do partido já admite que avalia a sério a possibilidade de acabar fechando com o pedetista.

Não ajudam O fato de o PSDB ter exposto sua desconfiança quanto à viabilidade de Alckmin na corrida presidencial deu força à corrente do DEM que prega olhar para Ciro.

Minha turma Apesar do nome de Benjamin Steinbruch (PP) ser cotado para formar a chapa do pedetista, internamente, aliados apostam que a primeira opção de Ciro é firmar aliança com o PSB –e aí esta sigla indicaria o vice.

Noiva disputada O PT fará neste fim de semana seu gesto mais explícito ao PSB. Lançará resolução informando que o quadro nacional prevalecerá sobre os acordos estaduais e que a prioridade da sigla é atrair os socialistas.

A fórceps O texto também colocará o PC do B como um dos partidos a serem conquistados para o palanque nacional. O PT lança nesta sexta (8) a candidatura de Lula.

Sujeito oculto O partido fez na noite desta quinta (7) os arremates finais na carta do ex-presidente que será lida no palanque de lançamento de sua candidatura, em Minas. No texto, Lula volta a dizer que não se conforma com a situação em que está –preso.

Sujeito oculto 2 “Não fui tratado pelos procuradores da Lava Jato, por [Sergio] Moro e pelo TRF-4 como um cidadão igual aos demais. Fui tratado sempre como inimigo”, escreveu o petista. “Sonho ser o presidente de um país em que todos tenham direitos e ninguém tenha privilégios.”

Fonte: Folha de S.Paulo, 8 de junho de 2018.