A queda mais expressiva, de 1,7%, foi entre os empregados com carteira assinada



SÃO PAULO

A taxa desemprego voltou a crescer no trimestre encerrado em abril deste ano, para 12,9%, atingindo 13,4 milhões de brasileiros, informou o IBGE nesta terça-feira (296).

No trimestre imediatamente anterior (novembro de 2017 a janeiro de 2018), o desemprego foi de 12,2%. Em relação aos três meses do ano anterior, quando a taxa era de 13,6% no entanto, o indicador registrou queda.

"Temos que levar em consideração que 2017 é uma base fraca de comparação. No curto prazo, a situação se inverte e vemos uma situação precarizada do mercado de trabalho, inclusive com diminuição nos empregos formais”, afirmou  o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

A população desocupada —pessoas com 14 anos ou mais que buscaram emprego sem encontrar— cresceu 5,7% ante trimestre anterior (12,7 milhões).

O resultado da Pnad-C (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) de abril foi puxado pelo corte de vagas no comércio, que perdeu 439 mil pessoas (-2,5%) na população ocupada em relação aos três meses encerrados em janeiro.

Na mesma comparação, a população ocupada teve redução 1,1%, ou 969 mil pessoas a menos. A queda mais expressiva, de 1,7%, foi entre os empregados com carteira assinada —a categoria perdeu 567 mil trabalhadores. 

O número de empregados sem carteira de trabalho assinada (10,9 milhões de pessoas) e por conta própria ( 23 milhões de pessoas) apresentaram estabilidade em relação ao trimestre anterior. 

Não houve crescimento no número de ocupados em nenhuma categoria. Além da queda no comércio, a construção e os serviços perderam 2,7% cada.

“A taxa de desocupação cresceu substancialmente porque aumentou a população desocupada e continuou a queda da população ocupada. Isso acontece pelas perdas na construção e no comércio, além dos serviços domésticos. São três grupamentos com queda significativa”, disse Azeredo, destacando que indústria e agricultura também registraram tendência de queda.

O rendimento médio real habitual em todos os trabalhos (R$ 2.182) no trimestre de fevereiro a abril de 2018 ficou praticamente estável tanto frente ao trimestre anterior (R$ 2.185), como em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.165).

“Essa recuperação do ano passado está se desfazendo ao longo desse ano. Estamos no positivo no longo prazo, mas a melhoria está se desfazendo, inclusive com aumento da população fora da força de trabalho em 2018”, encerrou.

Fonte: Folha de S.Paulo, 30 de maio de 2018.


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