"A nossa caravana está sendo perseguida por grupos fascistas. Já atiraram ovos, pedras. Hoje deram até um tiro no ônibus", afirmou Lula pelo Twitter.

Integrantes da caravana relataram ao UOL que o ônibus foi alvo de pelo menos um tiro de arma de fogo e de uma bala de chumbinho. 

"O UOL também testemunhou o momento em que um dos motoristas do ônibus retirou os 'miguelitos' [como são chamados esse tipo de gancho] do pneu perfurado. Passageiros do ônibus comentaram ter ouvido som de impactos na lateral do veículo atingida pelos objetos. O motorista, por sua vez, encostou o veículo para verificar o que tinha acontecido ao ouvir barulho vindo dos pneus", diz a reportagem.

Joaquim de Carvalho, jornalista do Diario do Centro do Mundo, afirmou no site que um disparo raspou a janela onde estava sentada uma colega. “Foi ouvido um barulho muito forte”, relatou. “Num primeiro momento, se pensou que fosse pedra. Mas era barulho seco e mais forte”, completou.

Em vídeo publicado no Facebook, a pré-candidata do PCdoB à Presidência, Manuela D'Ávila, falou sobre o que classificou como uma "escalada do fascismo". Para ela, a situação do país é "seríssima" e as agressões verificadas na caravana de Lula, mais que um ataque ao petista, mostram a falta de compromisso dos agressores com a democracia. 

"O que está acontecendo no nosso país? É um movimento fascista que quer calar quem pensa diferente. É tentar matar. Porque tiro e pedra matam. Não é uma plaquinha dizendo 'Fora Lula'. O que está acontecendo é algo gravíssimo. As pessoas que não defendem o Lula precisam compreender que, quando os caras acham que têm direito de dar um tiro, atirar pedra, espancar militante, a gente está vendo outra coisa. É gente que não tem compromisso nenhum com a democracia, com o Brasil e as eleições. Tirem da cabeça que isso tem a ver com o Lula. Hoje é contra o Lula, amanhã é contra qualquer um de vocês que discorde deles", afirmou.  

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse que a caravana foi "vítima de uma emboscada" e cobrou uma manifestação das autoridades do país. De acordo com Gleisi, foi feito contato, por mais de uma vez, com o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, em que foi passado todo o itinerário da caravana e relatados os atos de violência. O governo do Estado do Paraná, bem como o comando da Polícia Militar, também foram acionados, mas as agressões continuam a acontecer.

"Nós não temos proteção. Vamos deixar que a política se transforme em um bang-bang? As pessoas vão atirar nas outras? Amanhã temos evento em Curitiba já marcado há muito tempo e temos que saber o nível de segurança. Ou as pessoas não vão mais poderi ir à praça pública? Precisamos que as autoridades se manifestem", cobrou. 

A caravana de Lula tem sido alvo de protestos violentos. Em algumas situações, a comitiva já tinha sido recebida com pedradas. A Polícia Civil do Rio Grande do Sul está investigando a agressão a quatro mulheres militantes do partido, ocorridas em Cruz Alta. Um padre também foi alvejado por uma pedra e atropelado por uma motocicleta em Foz do Iguaçu. E manifestantes têm bloqueado rodovias na tentativa de impedir que Lula entre nas cidades, como aconteceu em Passo Fundo.


                       

Fonte: Vermelho, 28 de março de 2018