Governo e sindicatos assinaram em Espanha um acordo que irá subir o salário mínimo para 14 prestações anuais de 1080 euros, um aumento de 8% face aos mil euros atuais. A medida vai abranger quase dois milhões e meio de pessoas ao longo do ano de 2023.

No anúncio do acordo, o primeiro-ministro Pedro Sánchez afirmou que ele cumpre o objetivo fixado para a legislatura que termina este ano de o salário mínimo atingir os 60% do salário médio do país.

Por seu lado, o secretário geral das Comisiones Obreras falou de um “acordo histórico”, lembrando quem em 2017 o salário mínimo era de 707 euros e desde então aumentou 52%. “Esta melhoria salarial vai cobrir as despesas básicas das famílias mais deterioradas de Espanha e por isso, além de ser uma medida de justiça, é uma medida que põe em marcha a procura interna e a atividade económica e cria emprego de forma indireta”, acrescentou Unai Sordo.

O líder sindical diz que este acordo sobre o salário mínimo insere-se “numa política de pactos e acordos sociais por parte das organizações sindicais que protege 16 a 17 mihões de pessoas no nosso país”, e que já permitiu subir as pensões em 8,5% e os salários acima dos 5% para os funcionários públicos e trabalhadores cujo contrato coletivo se renovou em 2022.

Para afastar o risco de crise econômica, a central sindical defende uma subida generalizada dos salários através da repartição dos lucros, pois apesar da inflação em Espanha ser agora a mais baixa da Europa, os dados sobre a inflação subjacente colocam-na acima dos 7%. Isto significa que quando baixam os preços das matérias-primas, os preços não baixam na mesma proporção “porque as empresas estão a imputar todos esses custos no preço pago pelo consumidor, para melhorar ou manter os lucros empresariais”, alerta Unai Sordo.

Fonte: Esquerda
Data original da publicação: 02/02/2023

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