Representantes de várias categorias pedem também garantia de uma política para recomposição do salário mínimo logo no início do novo governo

Por João Valadares e Matheus Schuch, Valor — Brasília

As centrais sindicais comunicaram ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, durante reunião nesta manhã, em Brasília, que querem uma repactuação de alguns pontos da reforma trabalhista e a garantia de uma política para recomposição do salário mínimo logo no início do novo governo. No encontro, representantes de várias categorias foram unânimes em afirmar que não querem a volta do imposto sindical, mas que é preciso encontrar uma nova forma de custeio.

O presidente da UGT, Ricardo Patah, que integra o grupo técnico de trabalho e previdência, afirmou que alguns pontos da reforma trabalhista, a exemplo do trabalho intermitente e das negociações diretas entre patrões e empregados sem participação dos sindicatos, precisam ser revistos.

“Deixamos claro de forma unificada que o movimento sindical não quer a revogação da reforma trabalhista e também não quer a volta do imposto sindical, mas há pontos que precisamos repactuar”, disse.

Patah disse acreditar que o presidente Lula, logo no início do mandato, vai desenhar uma nova política para o salário mínimo. “Colocamos que é importante ter a política de salário mínimo para voltar ao que era, com a recuperação ligada à inflação e adicionando mais aquilo que o Brasil cresceu nos dois últimos anos”, declarou.