Por Rafael Vazquez, Valor — São Paulo

A geração de 253 mil vagas de empregos formais em outubro apontada pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) veio em linha com as expectativas, segundo o economista da LCA Consultores, Bruno Imaizumi. O número veio abaixo dos 313,9 postos de trabalho criados em setembro e ficou abaixo da mediana da previsão das instituições financeiras consultadas pelo Valor Data, que previa a abertura de 270 mil vagas, mas perto que a consultoria projetava.

“Veio em linha com o que esperávamos e reforça o cenário de desaceleração de criação de vagas que a gente já vinha falando há seis meses. É uma tendência que já estávamos observando”, disse Imaizumi.

De acordo com o consultor da LCA, um dos elementos que está contribuindo para a geração de um saldo menor entre vagas criadas e demissões é a redução do número de contratos protegidos pelo Benefício Emergencial de Preservação do Emprego (BEM). “Está muito em conta primeiramente pelo efeito decrescente do BEM. Em outubro tinha 1,9 milhão [de beneficiados], em novembro esperamos 1,6 milhão e dezembro 1,3 milhão. Tende a ir diminuindo até não ter mais no ano que vem”, observou, afirmando que o programa foi bem sucedido, mas que seu fim deixará um impacto nas estatísticas de 2022.

Imaizumi também prevê que a desaceleração da atividade econômica irá se refletir nos dados de emprego em 2022. “Para o ano que vem, esses números fortes que vimos em 2021 não devem acontecer. O mercado de trabalho tende a se alinhar ao desempenho da economia”.