A Nova Central Sindical dos Trabalhadores foi uma das entidades de trabalhadores presentes ao encontro com Michel Temer, na manhã da terça (12), no Palácio do Planalto, em Brasília. Participaram também Força Sindical, UGT, CTB e CSB, além de entidades empresariais.
Texto lido por José Calixto Ramos, presidente da Nova Central, reafirma a urgência na retomada do crescimento da economia, “com emprego decente e distribuição de renda”. O sindicalista também alerta para medidas que desequilibram as relações e transferem poder ao capital, em detrimento do trabalho.
José Calixto Ramos, presidente da Nova Central, faz a leitura do texto
O texto:
Senhor Presidente - Cumpro o dever de apresentar rápidas considerações a respeito do pacto que pretendemos estabelecer com vistas ao desenvolvimento da economia e retomada de empregos.
Todos se recordam que, no dia 15 de dezembro de 2015, trabalhadores e empresários entregaram ao governo federal sugestões intituladas “COMPROMISSO PARA O DESENVOLVIMENTO”.
Hoje, estamos mais uma vez com a mesma composição, sugerindo A RETOMADA DO DESENVOLVIMENTO ECÔNOMICO, com a geração de emprego decente e distribuição de renda.
Nosso anseio é sempre pela diminuição da taxa de juros. Desejamos que o governo trabalhe de forma equilibrada. Em agosto de 2016, a taxa era de 14,25%; em julho de 2017, 9,25%; e, na semana passada, ficou em 8,25%.
Queremos que reduza mais e em espaço menor, pois isso poderá acelerar o crescimento econômico e a consequente geração de empregos.
EMPREGO E DESEMPREGO - São 14 milhões de desempregados. Se considerarmos que cada trabalhador ou trabalhadora tem sob sua responsabilidade mais três pessoas, teremos então 56 milhões de pessoas que não recebem nenhum salário no mês e em consequência não têm poder de compra. Isso se torna quase uma degradação dos sonhos.
OBRAS PARADAS - Urgente a retomada das obras públicas paralisadas e a construção de novas moradias populares. Isso trará de volta os milhares de trabalhadores da construção civil que estão desempregados. A construção civil é o setor da economia que mais gera empregos. Porém, em 2016, foram perdidos 358.679 postos de trabalho; em 2017, de janeiro a junho, perdemos 33.164 empregos.
Somente nesse setor, de janeiro de 2016 até junho de 2017, foram perdidos 391.843 postos de trabalho com Carteira assinada.
SEGURO DESEMPREGO - É extremamente necessário e de imediato modificar os critérios para acessar o seguro-desemprego. Com a rotatividade constante, o acesso ao seguro é dificultado. Além de tudo, é mais que necessário, e de forma equilibrada, aumentar as parcelas do seguro- desemprego e se criar mecanismo de emergência para que os desempregados possam ter acesso em mais parcelas. Governo, trabalhadores e empresários poderão viabilizar parte disso através do Fundo de Amparo ao Trabalhador.
COMMODITIES - Senhor Presidente. Desejamos ver nosso País exportando tecnologia, produtos acabados, remédios. Não é possível continuarmos só exportadores de commodities como minério de ferro, couro, soja, laranja, dentre outros.
EQUILÍBRIO - Com certeza não será a última vez que fazemos sugestões consensuadas entre trabalhadores e empresários. Hoje temos aqui entidades de trabalhadores e empregadores tentando estabelecer um equilíbrio. Temos uma legislação que garante direitos aos trabalhadores e também impõe deveres – isso também gera um certo equilíbrio.
A Nova Central observa que, para manter esse equilíbrio, as organizações patronais já dispõem de uma robusta estrutura. Portanto, as organizações de trabalhadores necessitam igualmente de estrutura semelhante, para se manter o verdadeiro equilíbrio.
De qualquer forma Senhor Presidente, a Nova Central sempre estará presente para discutir alternativas a um Brasil melhor e com geração de emprego de qualidade e com promoção da justiça e a paz social.
Fonte: Agência Sindicato, 13 de setembro de 2017