Representantes das centrais sindicais e movimentos populares estiveram reunidos terça-feira (16) em Brasília com parlamentares de oposição ao governo Temer, para discutir a unificação da agenda de luta contra a reforma da Previdência. Diretor de Assuntos Parlamentares da Nova Central Luiz Gonzaga de Negreiros relatou as inúmeras ações já realizadas este ano, contra os retrocessos nos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários.

“Me parece que tem uma revanche entre os deputados (as) da base aliada deste governo com o movimento sindical. A votação da reforma trabalhista feita em tempo recorde deixou claro que não existe mais diálogo com estes atores. Eles queiram ou não continuaremos com a pressão e denúncias de todos que traíram o povo brasileiro. Temos que garantir nosso acesso nas dependências da Câmara dos Deputados que está sitiada”, afirmou Negreiros.

Que também, alertou para a emergência de denunciar, nos organismos internacionais tais como a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), sobre os frequentes ataques aos preceitos democráticos conduzidos pelo atual governo.

"O atropelamento do trâmite regimental nas casas legislativas, por meio da criação das comissões especiais, visa interromper o necessário aprofundamento dos debates em torno de matérias de grande impacto social. O impedimento da participação das entidades sindicais do setor público e privado, às dependências do Congresso Nacional, não colabora, em nada, com o aperfeiçoamento das legislações laborais e sociais do país", disse.

O deputado federal José Guimarães (PT/CE), líder da minoria, que organizou o encontro, destacou a importância da mobilização popular para barrar a aprovação da Reforma da Previdência, bem como da pressão sobre os parlamentares nas suas bases. Para ele a ocupação de Brasília a partir do dia 24, deverá ser prolongada até o dia da votação, prevista para o final deste mês de maio.

“A partir do dia 24 temos que promover uma ocupação lenta, porém segura, de Brasília, porque não dá para vir um dia e passar só um dia. Eles querem votar a PEC na última semana de maio, portanto, terá de ser uma ocupação organizada e prolongada para que Brasília possa tremer”, recomendou Guimarães.

“Penso que é fundamental nós construirmos a unidade política entre as centrais sindicais e os movimentos da sociedade civil para organizarmos a retomada das ruas. Porque, sem as ruas, eles aprovam a Reforma da Previdência (PEC 287/16). A pressão das ruas, a pressão social, será decisiva para derrotarmos essa perversidade, essa desgraça que é a PEC da Previdência”, alertou Guimarães.

Negreiros garante que os sindicalistas continuarão com a pressão popular na base dos parlamentares, nos aeroportos, suas cidades de origem, para convencê-los a não cometer a perversidade de votar a favor da Reforma da Previdência, que é rejeitada pela maioria da população brasileira.

Enquanto o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), não define uma data para a votação da Reforma da Previdência no plenário da Casa e a Reforma Trabalhista ainda tramita nas comissões do Senado, as Centrais Sindicais prometem manter a pressão sobre os parlamentares com protestos marcados para as próximas duas quartas-feiras, 17 e 24 de maio.