Por Márcio Falcão, TV Globo — Brasília

O Ministério Público do Trabalho abriu três inquéritos civis para apurar os possíveis impactos do encerramento das atividades da Ford no país. Na segunda (11), a montadora anunciou que encerrará a produção de veículos nas três fábricas em território brasileiro.

Segundo o MPT, as investigações vão acompanhar não só o cumprimento das questões trabalhistas dos empregados, mas também os efeitos para o mercado interno. Se for comprovado dano para a cadeia produtiva do país, o órgão pode acionar a empresa na Justiça para cobrar reparação.

Os inquéritos vão analisar a situação nas fábricas das empresas em Taubaté (SP), Camaçari (BA) e Horizonte (CE). A abertura da investigação foi comunicada à Ford pelo próprio MP do Trabalho durante reunião nesta quinta-feira (14).

    O procurador-geral do MPT, Alberto Balazeiro, afirmou que há preocupação com os reflexos sociais e com a empregabilidade dos trabalhadores da empresa, além dos efeitos para toda a cadeia produtiva do entorno das plantas industriais, que também deve ser atingida.

    No encontro, representantes da Ford reforçaram os argumentos que a empresa vem sustentando para justificar sua saída do Brasil.

    Raio-X do Ford no Brasil — Foto: G1

    Raio-X do Ford no Brasil — Foto: G1

    5 mil empregos afetados

    Questionada pelo G1 sobre quantos funcionários serão demitidos, a Ford disse que aproximadamente 5 mil empregos serão afetados com a reestruturação no Brasil e na Argentina. O país vizinho sofrerá ajustes pelo encerramento da produção no Brasil, mas continuará produzindo veículos.

    Ao todo, a Ford possui 6.171 funcionários no Brasil. Em Taubaté, 830 funcionários serão demitidos, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos. A fábrica de Horizonte emprega 470 pessoas.

    A unidade de Camaçari, que produzia Ka e EcoSport, e a de Taubaté, onde eram feitos motores e transmissões, serão fechadas imediatamente, reduzindo a produção às peças para estoques de pós-venda.

    No último trimestre de 2021, será fechada também a planta da Troller, em Horizonte.

    Fonte: G1