A campanha eleitoral que se inicia oficialmente hoje tem mais de meio milhão de candidaturas disputando mandatos para as prefeituras e câmaras municipais.

O Brasil inicia hoje a campanha eleitoral para a disputa nas prefeituras e câmaras municipais com um número recorde de candidaturas. Os 148 milhões de eleitores aptos a votar terão 533.097 candidaturas à prefeitos e vereadores em busca de seus votos, segundo dados divulgados pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) até às 17h56 deste sábado. Novas candidaturas podem ser inscritas até às 19h deste domingo. O número de candidatos inscritos o de 2016, até agora o ano com a maior quantidade de candidaturas. Foram 498.302 cadastros em 2016.

Desde 2012 o número de candidatos inscritos tem crescido. A nova regra eleitoral, que pôs fim nas coligações proporcionais, pode ser responsável pelo aumento. Partidos não poderão se unir para disputar eleger vereadores, porém poderão fazê-lo para prefeito. O que também não limitou o número de candidaturas a prefeitos na medida em que os partidos buscarão a disputa majoritária também para impulsionar as chapas para a disputa proporcional.

Nas eleições proporcionais, como a de vereadores, o partido precisa atingir o quociente eleitoral, taxa calculada a partir da soma de votos válidos dividido pela quantidade de vagas disponíveis. Com o fim das coligações, cada sigla terá que disputar sozinha. Dessa forma, o número de candidatos explodiu. As legendas buscam fortalecer as chapas de vereadores buscando obter o número mínimo de votos e emplacar mais vagas no Legislativo.

Segundo os dados preliminares do TSE, há 18.861 candidatos inscritos para o cargo de prefeitos, 18.881 para vice-prefeitos e 495.355. O TSE também informa que há 20.110 atuais detentores de mandatos tentando reeleição. O partido com mais candidaturas é o MDB, com 42.245 inscritos, seguido pelo PSD (37.503) e pelo PP (36.572).

Fonte: Poder 360

Coronavírus e Fake News

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, alertou em pronunciamento na noite deste sábado (26) sobre cuidados sanitários a serem adotados durante a campanha eleitoral. Em rede nacional de rádio e televisão, o ministro também pediu que candidatos e partidos façam campanha sem ódio e sem mentiras.

“As recomendações mais importantes são: evitar aglomerações, manter distância mínima de um metro das outras pessoas e sempre utilizar máscara. Além disso, reuniões devem ser feitas em lugares abertos e deve-se evitar a distribuição de impressos. Sempre que possível lave as mãos ou utilize álcool gel após ter contato com alguém ou com algum objeto. Com esses cuidados, fica minimizado o risco de contaminação”, disse.

Para as eleições de novembro, foram adotados protocolos sanitários para proteger os eleitores, os candidatos e os agentes da Justiça Eleitoral durante todo o período de votação. A preocupação da Justiça Eleitoral é evitar aglomerações e a disseminação do novo coronavírus nos mais de 95 mil locais de votação e mais de 401 mil seções eleitorais espalhados pelo país

Conforme o protocolo, todas as seções eleitorais terão álcool em gel para limpeza das mãos dos eleitores antes e depois da votação, e os mesários receberão máscaras, face shield (protetor facial) e álcool em gel para proteção individual. Cartazes serão afixados com os procedimentos a serem adotados por todos. Os materiais foram doados ao TSE por importantes empresas e entidades brasileiras, evitando custo ao erário num momento em que o foco do poder público é combater a pandemia.

A principal mensagem da Justiça Eleitoral é a de que o eleitor permaneça de máscara desde o momento em que sair de casa, evite contato físico com outras pessoas e cumpra o dever cívico da forma mais ágil possível, sem permanecer por tempo desnecessário nos locais de votação.

As eleições de novembro serão marcadas não apenas pela proteção da saúde dos eleitores, candidatos e agentes públicos, em razão da pandemia da Covid-19, como também pelo combate à desinformação.

O ministro Barroso lembrou ainda que há outro vírus que ronda as eleições e que é capaz de comprometer a democracia. “Trata-se das notícias falsas, das campanhas de desinformação e de difamação. Uma causa que precise de mentiras, de ódio ou de agressões não pode ser boa”, ressaltou.

“Há um outro vírus que ronda as eleições, capaz de comprometer não a saúde pública, mas a própria democracia. Trata-se das notícias falsas, das campanhas de desinformação e de difamação”, disse Barroso.

A presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, considera o combate às informações falsas um desafio para a Justiça Eleitoral. Além das fake, Luciana, que também é vice-governadora de Pernambuco, manifestou preocupação com as invasões de hackers às reuniões virtuais de partidos e candidatos, definidas por ela como uma afronta à democracia. “É muito grave que a discussão de ideias e projetos tenha virado alvo de ataques virulentos”. Luciana afirmou que a justiça eleitoral precisará também coibir os ataques virtuais, “sob pena de que ações desse tipo saiam do controle, interditando o diálogo e circulação de ideias”.

“Nós queremos que todos tenham o direito de falar. Não podem nos silenciar. Quando algo assim começa a acontecer, toda a sociedade é vítima, porque não sabemos onde o arbítrio vai parar”, declarou a dirigente nacional do PCdoB.

Com informações do TSE e do Poder 360