Cada 100 contaminados contagiam outras 90. Cada 100 já chegaram a transmitir para 281 outras. Em 24 horas, morreram 1.113 doentes e 36.653 pegaram o novo coronavírus. Covid-19 já é a principal causa de morte no país, superando as doenças coronárias.

Um dos tr~es estados onde o número de mortes aumenta, RS recebe respiradores e monitores para equipar 230 leitos de UTI SUS. Felipe Dalla Valle/ Palácio Piratini

Com 1.113 novas mortes confirmadas nas últimas 24 horas, o Brasil atingiu 133.119 óbitos pela Covid-19. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde na noite de hoje. Este registro é maior que o da última terça-feira, quando morreram 1.075 doentes, o que pode mudar o rumo da curva epidemiológica para cima, depois de 4 semanas em queda.

Novo registro diário de mortos é maior que o de uma semana atrás (1.113 x 1.075)

Ainda segundo a pasta, o país registrou 36.653 novos casos da doença, totalizando 4.382.263 diagnósticos do novo coronavírus desde o início da pandemia. Este número também é maior que o da última terça-feira, mudando o sentido da curva para cima.

O número de contágios também teve leve aumento comparado com a última terça-feira (36.653 x 35.816)

Na comparação com 14 dias atrás, o Brasil registrou queda de 28% no número de novos casos. Em relação às novas mortes diárias, o país esteve na segunda-feira no limite da estabilidade, com queda de -15% nos novos óbitos confirmados por dia.

O governo federal considera 3.671.128 casos recuperados e afirmou que há 578.016 pacientes em acompanhamento.

Menor taxa de contágio

A taxa de transmissão no Brasil do Sars-Cov2, o novo coronavírus, atingiu o menor valor desde o início do acompanhamento do Imperial College of London, em abril. O estudo divulgado hoje mostra que o índice está em 0,9— ou seja, cada grupo de 100 pacientes com o vírus infecta outras 90 pessoas, o que indica um freio nos contágios da Covid-19.

O número, também chamado de ritmo de contágio (Rt), reforça a tendência de estabilização da pandemia.

Há quase um mês, em 16 de agosto, a taxa de transmissão no país caiu pela primeira vez para valores abaixo de Rt = 1. Nas semanas seguintes, o Imperial College registrou pequenas oscilações para mais ou para menos. Veja a série abaixo.

Taxa monitorada desde abril no Brasil

Fonte: Taxa monitorada desde abril no Brasil

Gráfico mostra que, em 26 de abril, cada pessoa contagiava quase três, enquanto, hoje, cada pessoa contagia menos de uma

Mais estados com aumento

No total, 3 estados apresentaram alta de mortes: RS, RO e CE.

Em relação a segunda-feira (14), RO e RS estavam com a média de mortes em estabilidade e, hoje, estão em alta. RJ e MA estavam com a média em queda e, agora, estão em estabilidade. MT estava em estabilidade e, agora, está em queda. AC estava em alta e, hoje, está em estabilidade.

  • Subindo (3 estados): RS, RO e CE.
  • Em estabilidade, ou seja, o número de mortes não caiu nem subiu significativamente (12 estados): PR, RJ, SP, DF, GO, MS, AC, PA, RR, MA, PE e SE.
  • Em queda (11 estados): SC, ES, MG, MT, AM, TO, AL, BA, PB, PI e RN.
  • O estado do Amapá não divulgou os dados até as 20h. Considerando os dados até 20h de segunda-feira (14), estava em queda (-67%).

Principal causa de morte

A Covid-19 tornou-se a causa-morte com mais vítimas em um único ano já registrado no país. Os dados são do SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade), do Ministério da Saúde, que contabiliza essas informações desde 1979.

O levantamento foi feito pelo portal UOL e usa como base a CID (Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde) e restringe a causas específicas, não a grupos de doenças.

Para se ter uma ideia, a Covid-19 já registrou mais óbitos do que os homicídios no ano mais violento já registrado no Brasil, onde 62 mil pessoas foram assassinadas. O maior causador de mortes no país sempre foram as doenças do coração, com 116 mil vítimas só ano passado.

A pneumonia, outra doença respiratória, levou mais de 83 mil pacientes ao óbito. Os acidentes de trânsito mataram 46 mil pessoas em 2012, o pior ano.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a taxa de letalidade do coronavírus é de 0,6%, um número considerado alto. Gripes como H1N1 apresentam uma taxa que varia somente entre 0,01% e 0,08%. 

Vermelho