Economista e professor da Unicamp avalia que Bolsonaro percebeu a “mediocridade” de seu primeiro ano de governo e viu a economia desabar em 2020, o que o motivou a forçar uma guinada econômica desenvolvimentista para 2021 e 2022 como forma de garantir sua reeleição. Assista na TV 247

Marcio Pochmann e Jair Bolsonaro
Marcio Pochmann e Jair Bolsonaro (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Alan Santos/PR)
 

247 - O economista e professor da Unicamp Marcio Pochmann analisou na TV 247 que Jair Bolsonaro se deu conta da “mediocridade” de seu primeiro ano de governo e se preparou para dar uma guinada econômica em seu segundo ano, mas foi surpreendido pela pandemia de Covid-19. Para Pochmann, mediante o caos que se instalou no mundo, Bolsonaro decidiu tornar desenvolvimentista o caráter de sua equipe, de forma a garantir votos para 2022.

Segundo o economista, a mudança na agenda econômica do governo passa por quatro eixos estruturantes: mudança na sua base parlamentar, mudança social, mudança na condução da atividade econômica e a reconstituição do Ministério das Comunicações para propagandear os feitos da atual gestão a possíveis apoiadores de Bolsonaro.

“A impressão que eu tenho é que de certa maneira o Bolsonaro se deu conta da mediocridade do governo dele no primeiro ano, em 2019. Ou seja, a imagem que ele tinha da sua administração era muito diferente daquela que de fato ele conseguiu realizar. Entre a retórica do Guedes e o que de fato ocorreu, há uma distância inimaginável. Bolsonaro conseguiu que seu governo tivesse um desempenho econômico abaixo da mediocridade do Temer. Então me parece que ele inicia 2020 já com essa visão de que é necessário reorganizar o seu próprio governo para poder chegar em 2022. Com a pandemia, a impressão que eu fico é que ele de certa maneira se deu conta de que o governo dele não ia longe, acabou o governo com a pandemia porque ele estava com dificuldade de administrar um País. Com o desabamento da atividade econômica, tornou-se muito mais difícil ele continuar com aquela equipe que ele tinha, portanto ele procedeu uma tentativa de construir um segundo governo”, disse Pochmann.

Assista à análise de Marcio Pochmann:

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