Por Estevão Taiar e Alex Ribeiro, Valor PRO 

A dívida líquida do setor público superou a marca de 60% do Produto Interno Bruto (PIB) pela primeira vez desde fevereiro de 2003. A informação, passada durante entrevista coletiva nesta segunda-feira do chefe do departamento de estatísticas do Banco Central (BC), Fernando Rocha, foi corrigida à tarde. Na coletiva, Rocha havia comentado que a marca havia sido superada pela primeira vez desde outubro de 2002, mas o correto é fevereiro de 2003.

Os dados fiscais do setor público consolidado referentes a julho divulgados nesta manhã pela autoridade monetária mostram que a dívida líquida subiu de 58% do Produto Interno bruto (PIB) em junho para 60,2% no mês passado. Em dezembro de 2019, por sua vez, estava em 55,7%.


De acordo com a autoridade monetária, o aumento da dívida no acumulado deste ano pode ser explicado por: déficit primário acumulado (alta de 6,7 pontos percentuais), juros nominais apropriados (2,5 pontos) e variação do PIB nominal (0,6 ponto). Em sentido contrário, atuaram a desvalorização cambial acumulada de 29,1% (redução de 4,4 ponto) e ajuste da paridade da cesta de moedas da dívida externa líquida (redução de 0,8 ponto.)

Conteúdo originalmente publicado no Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor Econômico