Em momento de incerteza, títulos públicos indicam aumento de preços nos próximos anos
Por Victor Rezende, Valor PRO — São Paulo
Os ruídos em torno da fragilidade fiscal brasileira e a percepção de uma recuperação da atividade econômica mais acelerada fizeram com que o mercado passasse a precificar uma inflação mais forte nos últimos dias.
O fôlego extra visto na inflação projetada pelas NTN-B - a chamada inflação implícita - vem no momento que os investidores veem os títulos indexados ao IPCA como proteção, enquanto os juros futuros têm observado pressões de alta cada vez mais intensas diante dos riscos relacionados às contas públicas.
Dados da Renascença mostram que a inflação medida pela NTN-B para agosto de 2022, por exemplo, está em torno de 3,4%. Um mês atrás, estava abaixo de 3%. Já a NTN-B para maio de 2023 indica, no momento, uma inflação próxima de 3,8%, em um nível bem acima do centro da meta para esse ano (3,25%). O Boletim Focus, do Banco Central, mostra as projeções para o IPCA em 2022 e em 2023 nas metas de 3,5% e 3,25%, respectivamente.