Datafolha mostrou ainda que auxílio emergencial e Bolsa Família têm pouca influência na percepção dos brasileiros sobre a economia. O índice dos que acham que a economia vai piorar é parecido entre quem recebe ou não os dois benefícios.

Os brasileiros parecem não estar confiantes no governo Jair Bolsonaro e no ministro da Economia, Paulo Guedes, para garantir uma retomada econômica. Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (19) pelo instituto de pesquisa Datafolha, 41% acham que a situação econômica do país vai piorar nos próximos meses, enquanto 29% avaliam que vai ficar igual. A situação vai melhorar para 29% dos entrevistados.

Segundo a Folha de S.Paulo, o pessimismo com a economia é recorde no governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em abril de 2019, 11% dos entrevistados achavam que a situação iria piorar. Em julho do ano passado, o índice era 12% e em agosto de 2019, era 14%.

Na última vez em que essa pesquisa foi feita, em dezembro de 2019, antes da pandemia do coronavírus, 43% avaliavam que a situação econômica do país iria melhorar; 31% avaliavam que ficaria igual e 24% pensavam que a economia iria piorar adiante.

A pesquisa mostrou ainda que o auxílio emergencial e o Bolsa Família têm pouca influência na percepção dos brasileiros sobre a economia. O índice dos que acham que a economia vai piorar é bastante parecido entre quem recebe ou não os dois benefícios.

O pessimismo derrubou ainda a percepção dos entrevistados quanto a sua própria situação econômica, que costuma ser sempre melhor do que a avaliação com relação ao país. O percentual de entrevistados que acha que sua própria situação econômica vai melhorar despencou de 53% em dezembro de 2019 para 30% na pesquisa mais recente.

Desemprego

A percepção de que o desemprego vai aumentar nos próximos meses também é generalizada. Dos entrevistados, 59% acham que o indicador vai aumentar, contra 21% que avaliam que vai diminuir. Para 19%, a falta de trabalho vai ficar estável. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego chegou a 13,3% no trimestre encerrado em junho, a maior já registrada para o período.

Mas o indicador ainda não reflete totalmente os efeitos da crise, porque o instituto só considera como desempregados aqueles que estão efetivamente em busca de trabalho.

Economistas estimam que a taxa estaria mais próxima de 21,5%, considerando pessoas que estão desocupadas e gostariam de trabalhar, mas não estão procurando emprego devido à pandemia ou outros motivos. A expectativa dos analistas é que a taxa cresça nos próximos meses, quando o fim do isolamento social e da renda proporcionada pelo auxílio emergencial devem levar mais pessoas de volta à busca por ocupação.

A pesquisa Datafolha ouviu 2.065 pessoas por telefone em 11 e 12 de agosto. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

Com informações da Folha de S.Paulo