Governos latino-americanos mais transparentes nesta época de pandemia são o Uruguai e a Costa Rica

Desde de que se iniciou a pandemia de Covid-19, com o vírus vindo aos países latino-americanos, a região registrou cerca de 180 mil mortos. Seus impactos econômicos também destruíram milhares de vidas, como podemos perceber com o grande aumento do desemprego no Brasil ou a falta de médicos na República Dominicana.

Parece que não foi só um ministro brasileiro que teve a ideia de “abrir a porteira e deixar sair a boiada” durante a pandemia. Todo o continente está se aproveitando deste momento de crise sanitária para aprofundar a corrupção e, pior, diminuir os direitos de um povo que já estava em crise, haja vista os protestos que estavam antes da pandemia no Equador e no Chile, na Bolívia e na Argentina – para citar alguns dos países que já se viam em uma crise política, social e econômica.

Tudo isso abre espaço não só para o declínio da democracia – mas também para a ascensão de um autoritarismo, principalmente no Brasil, onde o governo, após as cifras da pandemia terem passado de 50 mil mortos, passou a maquiar as informações diárias. É uma forma de censura e manipulação dessas informações, com o intuito de “acalmar” a população – o que é, sem dúvidas, uma atitude extremamente autoritária.

“Isso não tem a ver com quem seria melhor, esquerda ou direita. Isso tem a ver com um declínio geral da democracia” disse Alessandra Pinna ao Democracy Digest, conforme a matéria “Latin America facing a ‘decline of democracy’ under Covid pandemic”. No mesmo texto, publicado em 29 de julho, lemos que todos os países, independentemente da ideologia política à frente do governo, têm sofrido com a falta e/ou a manipulação de informações. No Brasil, foi necessária até a criação de um consórcio de grandes grupos da imprensa para divulgar os dados “reais” diários (número de infectados e mortos) da Covid-19.

De acordo com a matéria, os governos latino-americanos mais transparentes nesta época de pandemia são o Uruguai e a Costa Rica. Nesses dois países, a população confia no governo e na sua atuação para combater o vírus. Vale deixarmos aqui o fato de que estes dois países têm presidentes de centro-direita ou direita.

Conhecemos muito bem este avanço do autoritarismo e o declínio da democracia. No Brasil, não é à toa, surgiram movimentos como o Direitos já! e o Somos 70%, que reúnem esquerdas, direitas, movimentos sociais e uma grande parcela de intelectuais e famosos, com um propósito em comum: a defesa da democracia.

Infelizmente, parece que este movimento antidemocrático durante a pandemia não é um fenômeno brasileiro, mas sim, latino-americano.

Vermelho