Para economista, resultado é comparável ao de países africanos que passam por 'tragédias'
Por Rodrigo Carro, Valor — Rio
O impacto econômico negativo da pandemia, somado à retração expressiva do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2015 e 2016, tende a produzir uma queda de 15% da renda per capita no país ao longo de sete anos, resultado equivalente comparável ao de países africanos que passam por “tragédias”.
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A opinião é do ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, que participou hoje de uma seminário via internet organizado pelo Centro Brasileiro de Relações Institucionais (Cebri). Na visão de Fraga, a recuperação econômica que se desenhou no país a partir de 2017 foi “muito, muito modesta”.
“Agora estamos sofrendo um novo choque de 7%, 8% em cima do outro, cujas cicatrizes ainda estão lá, sangrando. É a segunda queda de 7% no PIB num intervalo de sete anos, entremeado por anos de crescimento medíocre. Então, provavelmente estamos falando de uma queda de 15% na renda per capita em sete anos. Isso é um colapso”, afirmou o ex-presidente do BC.
Fraga disse que vê com mais otimismo a situação dos Estados Unidos, já que o presidente Donald Trump pode deixar o cargo ainda neste ano (se perder a eleição), enquanto o mandato do brasileiro Jair Bolsonaro termina em 2022.
“De fato, o governo federal não tem nenhuma estratégia para lidar com a crise na saúde. A única estratégia tem sido a de culpar o distanciamento social pelo colapso econômico”, afirmou durante o webinar, que teve a participação do economista americano Jeffrey Sachs.
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