Por G1

O dólar fechou em alta pelo 7º dia seguido nesta quinta-feira (18), após decisão do Copom de reduzir taxa básica de juros de 3% para 2,25%, como o esperado pelos mercados, e de olho no noticiário político local após a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro.

A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 2,07%, vendida a R$ 5,3698 - maior cotação de fechamento desde 1º de junho (R$ 5,3868). Na máxima da sessão, bateu R$ 5,3843. Veja mais cotações.

No mês, a moeda passou a acumular alta de 0,36%, e no ano, de 33,92%.

Cenário local

No noticiário local, o destaque desta quinta-feira foi a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro. O policial aposentado foi detido em um imóvel do advogado do parlamentar e da família Bolsonaro, em Atibaia (SP), em um desdobramento da investigação sobre 'rachadinhas' na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Segundo analistas, a prisão representa mais um ponto de tensão na política brasileira e ajudou a amargar o sentimento nesta quinta-feira.

Na agenda de indicadores, o Banco Central mostrou que o nível de atividade da economia brasileira registrou retração de 9,73% em abril, na comparação com o mês anterior, de acordo com o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma espécie de prévia do PIB (Produto Interno Bruto). Trata-se da maior queda desde 2003.

Na véspera, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) reduziu a taxa básica de juros da economia brasileira de 3% para 2,25% ao ano. Esta foi a oitava redução consecutiva. A decisão foi unânime. O corte renovou o menor patamar histórico para a taxa Selic desde 1999, quando entrou em vigor o regime de metas para a inflação.

O corte de 0,75 ponto percentual na Selic veio dentro do esperado pelo mercado financeiro e a avaliação de economistas ouvidos pelo G1 é de que o BC deixou a porta aberta para um novo corte nos juros à frente, ainda que tenha considerado a última redução "compatível" com os impactos econômicos da pandemia de Covid-19.

A redução da Selic a mínimas sucessivas tem sido fator de impulso para o dólar, uma vez que torna rendimentos locais atrelados aos juros básicos menos atraentes para o investidor estrangeiro, afetando o fluxo de recursos para o Brasil e, consequentemente, o mercado de câmbio.

Cena externa

No exterior, a cautela permaneceu, com um pico nos casos de coronavírus na China e em alguns Estados norte-americanos desencadeando receios de uma segunda onda de contágio, fazendo recuar as esperanças de uma rápida recuperação da recessão econômica.

Nos EUA, o número de norte-americanos que solicitaram auxílio-desemprego caiu pela 11ª semana seguida, somando 1,508 milhão. Apesar da recuperação do mercado de trabalho na maior economia do mundo, o número ainda segue várias vezes superior ao da média de pedidos pré-pandemia.

Dólar em 18.06.2020 — Foto: Economia G1

Dólar em 18.06.2020 — Foto: Economia G1