Banco Central do Brasil realizou dois leilões de swap cambial. Mercado reage a anúncio do BC dos EUA, que não implementará juros negativos, e à instabilidade política interna.

Após atingir o valor histórico de R$ 5,937 na máxima do dia, o dólar encerrou o pregão desta quarta-feira (13) cotado a R$ 5,90 na venda, o maior valor de fechamento já registrado para a moeda norte-americana. A Bolsa de Valores de São Paulo (B3) encerrou em queda de 0,13%.

A alta da moeda norte-americana reflete anúncio do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de que não haverá implementação de juros negativos nos Estados Unidos. O estresse do mercado também se deve à crise política interna.

Na terça-feira (12), foi divulgado o conteúdo de um vídeo de reunião ministerial de Jair Bolsonaro no último dia 22 de abril. Segundo relatos de quem assistiu ao vídeo, no encontro Bolsonaro fala da necessidade de trocar o superintendente da Polícia Federal no Rio de Janeiro para proteger sua família. O presidente confirma, assim, acusação de interferência política na PF.

Na tentativa de conter a escalada do dólar, o Banco Central fez dois leilões de 10 mil contratos de swap cambial (venda de dólar no mercado futuro), cada um. O primeiro, por volta das 11h30; o segundo, 16h30. No total, o BC injetou US$ 1 bilhão no mercado de câmbio.

“A incerteza política no Brasil está no radar do mercado desde antes da pandemia. Este clima de apreensão faz com que notícias ainda nem confirmadas ganhem mais repercussão, o que acaba influenciando no comportamento do mercado. Ainda não há divulgação de trechos do vídeo, mas os rumores sobre a reunião têm pressionado o câmbio”, afirmou Fabrizio Velloni, chefe da mesa de câmbio da Frente Corretora.

Com informações de O Globo