Prossegue nas Regionais do Dieese pelo País a 14ª Jornada Nacional de Debates, que tem como tema a reforma trabalhista. A jornada foi lançada em São Paulo, dia 27, com a presença de todas as Centrais Sindicais. Os debates giram em torno dos efeitos da reforma trabalhista nas relações de trabalho e acerca dos meios de resistir à completa precarização.

Na abertura, o auditório do Dieese, em SP, ficou lotado. A transmissão via internet também teve boa audiência. A Agência Sindical entrevistou Clemente Ganz Lúcio, coordenador-técnico do Dieese. Principais trechos:

                        

Desconhecimento

Ainda é grande o desconhecimento no meio sindical sobre a profundidade do real impacto da reforma na vida do trabalhador e quanto à sobrevivência das próprias entidades.

                    

Situação nova

A reforma atual é neoliberal, totalmente diferente do que foi o antigo Fórum Nacional do Trabalho, aonde se buscava um modelo sindical por consenso das entidades. Neste caso, trata-se de uma situação nova e não há conhecimento acumulado para fazer o enfrentamento.

                          

Caráter neoliberal

Muitos ficam surpresos quando tomam conhecimento do impacto da reforma, porque não se trata só de mudar direitos. Ela muda as relações de trabalho e seu objetivo maior, é baixar o custo do trabalho para as empresas. A reforma é coerente com a agenda conservadora do governo, que tem apoio de uma parte da sociedade. Mas são reformas que comprometem o desenvolvimento e reduzem nossa soberania.

                       

Redirecionamento

A reforma criou uma forte demanda junto ao Dieese. Estamos ajustando nossa agenda de atividades para concentrar esforços no esclarecimento dos efeitos da reforma como também na busca de novas formas de organização e custeio das entidades. Estamos pensando em algumas campanhas para esclarecer as direções e também com o sentido de articular mais fortemente a resistência.

Sindicalista - O metalúrgico de Guarulhos, Josinaldo José de Barros (Cabeça), já presidiu o Dieese. Ele esteve na abertura da 14ª Jornada, em São Paulo. Para Cabeça, “a reforma é muito mais drástica e selvagem do que se imagina. Quanto mais se conhece seu conteúdo, mais damos conta de como ela agride nossos direitos e a própria organização sindical”.

Agenda - A jornada segue nos Estados, com ações programadas nesta quinta (3) em Curitiba e Recife; na sexta (4), em Salvador; e dia 9 (quarta), em Belo Horizonte.

                     

                            

Fonte: Agência Sindical, 02 de agosto de 2017