O Comitê de Direitos Humanos ainda não se pronunciou sobre o mérito da denúncia apresentada em 2016 pelo ex-presidente contra o estado brasileiro

Lula
Lula (Foto: Brasil 247 | Reuters)
 

Lematin.ch - O ex-presidente Lula está em Genebra desde quinta-feira para pedir à ONU que "estabeleça a verdade" sobre seu país. O Comitê de Direitos Humanos ainda não se pronunciou sobre o mérito de sua denúncia apresentada em 2016 contra o estado brasileiro.

Segundo fontes concordantes, Luiz Inácio Lula da Silva, 74 anos, chegou ao hotel em Genebra no início da tarde. “Acho que as Nações Unidas podem ajudar a restabelecer a verdade neste país. Não a verdade contra alguém, mas a verdade em favor da justiça ", disse ele em entrevista a um correspondente brasileiro com sede em Genebra e publicada esta semana por várias mídias suíças.

Ele não deve falar diante de um órgão da ONU, mas pressionar os especialistas independentes do comitê. Eles são responsáveis ​​por determinar se o Brasil, através do ex-juiz Sergio Moro, que se tornou Ministro da Justiça, violou o Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos no julgamento contra o ex-presidente por corrupção e lavagem de dinheiro.

Em 2018, o Comitê pediu, como parte de um acordo provisório, no Brasil para autorizar Lula a concorrer à presidência. Após a rejeição das autoridades judiciais de seu país, o ex-chefe de Estado foi substituído na votação por Fernando Haddad, que será derrotado por Jair Bolsonaro.

Diálogo esperado em Genebra

Lula está atualmente realizando uma segunda turnê européia desde sua libertação em novembro passado, depois de um ano e meio na prisão, aguardando julgamento de apelação da sentença a oito anos e dez meses de prisão. Na noite de sexta-feira, ele terá um diálogo em Genebra com representantes de sindicatos internacionais e membros de seu comitê de apoio na Suíça, durante uma discussão sobre as desigualdades onde centenas de pessoas são esperadas.

Uma questão que ele levantou em várias ocasiões, incluindo também há três semanas com o papa no Vaticano. "Na maioria dos países, os trabalhadores perdem seus direitos", disse o ex-presidente brasileiro, atacando "interesses financeiros".

Implicado em uma dúzia de casos de corrupção, ele sempre negou qualquer peculato e denunciou repetidamente uma conspiração para impedi-lo de voltar ao poder. Em entrevistas nesta semana, ele não confirmou nem negou a vontade de lançar em dois anos na próxima eleição.

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