Mercado reage ao avanço do coronavírus e a primeiro caso brasileiro

Bolsa teve maior queda desde 2017

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, encerrou o dia com recuo de 7%, em 105.718 pontos. Trata-se do maior recuo desde 18 de maio de 2017, quando a repercussão da gravação da conversa do ex-presidente Michel Temer com o dono da JBS, Joesley Batista, causou uma queda de 8,8%.

O dólar também encerrou em alta, estabelecendo novo recorde histórico. A moeda norte-americana fechou em alta de 1,10%, cotada a R$ 4,44. A intervenção do Banco Central, que ofertou 10 mil contratos de swap tradicional, com vencimento em agosto, dezembro e outubro deste ano, conseguiu reverter a alta. Amanhã (27) estão programados novos leilões de swap pelo BC.

O mercado reage ao avanço do coronavírus, inclusive à confirmação do primeiro caso no Brasil. O paciente é um morador de São Paulo de 61 anos, que esteve na Itália e chegou ao Brasil em um voo vindo da França.

Nas últimas semanas, investidores vêm reagindo não apenas ao temor devido ao coronavírus, mas também à percepção de que o governo turbulento de Jair Bolsonaro pode não conseguir aprovar no Congresso Nacional as reformas pactuadas com o mercado.

O quadro tende a piorar com a revelação, nesta terça-feira, de que o presidente disparou mensagens de WhatsApp convocando para uma manifestação anti-Congresso.

Há ainda uma decepção crescente porque o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem se revelado incapaz de entregar o crescimento prometido com sua agenda de cortes. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro não deve crescer mais que 1% em 2019. Os números de novembro e dezembro apontam retração da produção industrial e do comércio varejista no Natal.

Vermelho