Segunda, dia 11, a reforma trabalhista de Michel Temer completou dois anos. Seus efeitos no mercado de trabalho são nefastos. A Agência Sindical segue com a série sobre a “deforma”. Repercutimos Antonio de Sousa Ramalho, presidente do Sindicato da Construção Civil de SP, e João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical, que cunhou a expressão “deforma”.


Consultor sindical aponta frustração com empregos. Ramalho fala em passa-moleque

Em vídeo nas redes sociais, desde domingo (10), Ramalho lembra: “A reforma garantia que tinha o compromisso de gerar dois milhões de empregos. Mas, em dois anos, não tivemos emprego formal. Os que surgiram são informais”. O sindicalista acrescenta que “os empregos informais abrem um rombo na Previdência e também não contribuem pra que Municípios, Estados e União tenham orçamento”. E mais: “O informal recebe salário baixo, o que inibe as pessoas de consumir e, não consumindo, a roda do desenvolvimento trava”.
 

O líder da construção enfatiza: “A cada dia, Bolsonaro tenta, ainda mais, tirar direitos. O pretexto é gerar emprego e renda. Mas isso não gera renda ou emprego”. Para o dirigente,  “os trabalhadores têm que usar preto, de luto, pela perversidade do governo Temer e de Bolsonaro, ainda mais agora com a reforma da Previdência”.
 

Vargas - Segundo Vargas Netto, o balanço de dois anos da Lei 13.467 é “trágico para o movimento sindical, sobretudo pela promessa não cumprida da criação de empregos”. Ele também aponta que o desemprego é muito alto e a informalidade avança. Ainda na avaliação do consultor, “a reforma produziu uma desorganização muito grande nas relações e condições de trabalho, agravadas pelas iniciativas anunciadas por Bolsonaro e Rogério Marinho”.

Vargas não vê isoladamente a “deforma” trabalhista. Para ele, “faz parte de um conjunto de medidas pra desorganizar as relações de trabalho, golpear a estrutura sindical e enfraquecer a ação sindical”. E arremata: “A promessa de emprego formal era a isca do anzol”.

Agência Sindical