Por Marcos Aurélio Ruy - De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PNADC), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (31), o desemprego continua em 11,8% (12,5 milhões de pessoas) no trimestre encerrado em setembro de 2019, mantendo o mesmo índice do trimestre anterior e ligeiramente menor do mesmo período de 2018, que foi de 11,9%.

São 93,8 milhões de trabalhadoras e trabalhadores no Brasil, sendo 38,8 milhões (41,4%) na informalidade. No trimestre encerrado em abril o índice de informais era de 40,9%, o que mostra forte crescimento, mesmo com a aproximação do fim de ano, quando o número de empregos temporários sempre cresce. Sem carteira assinada são 11,8 milhões de pessoas, 2,9% superior ao índice apurado no trimestre encerrado em junho.

O número de subempregados (pessoas aptas a trabalhar, mas que estão fora do mercado por algum motivo) também continua aviltante, com 27,5 milhões de pessoas desalentadas. Além disso, 24,4 milhões de pessoas (alta de 1,2% em relação ao trimestre passado) estão vivendo de bicos, ou seja, estão no trabalho precário, que o IBGE chama de “por conta própria.” Em 2017 eram 22,9 milhões nessa situação.

“Esse é o efeito mais perverso da reforma trabalhista – desde 2017 – e da política neoliberal dos governos posteriores a Dilma Rousseff”, afirma Ivânia Pereira, vice-presidenta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Para ela, “estamos vivendo a época de ‘uberização’ do trabalho porque as pessoas precisam sobreviver e sustentar suas famílias e se sujeitam a essas condições sem direito e sem esperança de algo melhor.”

Os dados são estarrecedores declara a sindicalista. “Temos um governo envolvido em inúmeras acusações de ilícitos, que só fala em destruição e não governa o país”, diz. “A Ford Brasil acaba de fechar a fábrica de São Bernardo (SP) num claro sinal que o setor produtivo não vê saídas para a superação da crise com esse governo.”

Agência Sindical