A executiva nacional do PSL quer elevar de cinco para 19 o número de deputados suspensos por conta da briga que dividiu o partido entre bivaristas e bolsonaristas. Aliado de Luciano Bivar, o deputado Júnior Bozzella (PSL-SP) revelou que 19 deputados serão suspensos por terem sido infiéis ao partido. Eles já foram notificados da decisão nesta segunda-feira (21) e devem se manifestar sobre o assunto até esta terça (22), quando a executiva e a comissão de ética do PSL vão se reunir para tratar desse e de outros assuntos relacionados à crise do PSL.

"Foram notificados 19 deputados. São os deputados que de alguma forma se manifestaram contrariamente ao partido", contou Júnior Bozzella, alegando que a nova lista de suspensos não tem relação com a briga que foi deflagrada nos últimos dias em torno da liderança do PSL na Câmara. "A lista a favor de Eduardo tinha mais gente. Foi notificado quem agrediu o partido", destacou Bozzella, dizendo que entre esses 19 notificados já estão os cinco deputados que foram suspensos desde a semana passada. São os deputados Carla Zambelli (SP), Alê Silva (MG), Filipe Barros (PR), Carlos Jordy (RJ) e Bibo Nunes (RS), que foram suspensos na semana passada pelo então líder Delegado Waldir e nesta segunda-feira tiveram a punição anulada pelo novo líder do PSL na Câmara, Eduardo Bolsonaro.

Recorrendo da suspensão no Supremo Tribunal Federal (STF), Carlos Jordy confirmou a notificação de outros colegas de bancada e revelou que o número de suspensos na verdade pode subir ainda mais. "Chegou a notificação no gabinete de 21 deputados de que o Conselho de Ética, que está sendo instalado amanhã na sede do partido, vai apurar esses fatos e aplicar as sanções do regimento interno do partido", afirmou Jordy.

Jordy ainda afirmou que os deputados notificados são os mesmos que assinaram uma carta de apoio ao presidente Jair Bolsonaro logo que a crise interna do PSL tornou-se pública. Nesta carta, publicada em 9 de outubro, estão nomes como Bia Kicis (DF), que já foi destituída do comando do PSL no Distrito Federal; Hélio Lopes (RJ), que é chamado por Bolsonaro de Hélio Negão; o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (GO); e o próprio Eduardo Bolsonaro. A executiva do PSL, contudo, não confirma esses nomes porque ainda não divulgou a lista dos 19 deputados suspensos.

O que já se sabe é que a executiva nacional já deliberou sobre essa suspensão e vai dar encaminhamento ao processo nesta terça-feira. A partir daí, os deputados serão suspensos de suas atividades parlamentares, como a participação em comissões, e terão o futuro partidário avaliado pela comissão de ética do PSL. Punições mais graves como a expulsão não foram descartadas.

Jordy afirma, por sua vez, que os advogados que vêm defendendo os deputados suspensos pelo PSL já estão analisando quais medidas judiciais podem ser tomadas para recorrer dessa nova suspensão. "Talvez  até um mandado de segurança, porque é uma arbitrariedade. Nunca atacamos o partido", disse o deputado, dizendo que está tranquilo. "Não estamos com medo, estamos resistindo ao lado do presidente Bolsonaro", afirmou Jordy.

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