Ano 4        -        Nº 773        -        Curitiba (PR), 14 de agosto de 2007.

FETRACONSPAR, 14 de agosto de 2007
Calixto cumpre agenda no Paraná

José Calixto Ramos, presidente da C.N.T.I. – Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria e da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores, esteve ontem (13/08), acompanhado do presidente da FETRACONSPAR e Secretário Regional da CNTI, GERALDO RAMTHUN, na sede da FETIEP – Federação dos Trabalhadores na Indústria do Estado do Paraná, onde participou de reunião com o presidente LUIZ ARY GIN, para discussão de diversos assuntos sobre o movimento sindical.

 

CALIXTO, GIN e RAMTHUN
 
No almoço, reuniu-se com dirigentes de diversas entidades sindicais e diretores da NCST/PARANÁ, onde foram discutidos alguns pontos do plano de ação aprovado na última reunião da Central no Estado.
 
   
 
Fechando a agenda, à noite, o presidente Calixto participou da posse da FETROPAR – Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná.
 

Posse FETROPAR: Omar, Calixto e Edésio Passos
 

Solenidade de Abertura

 

ÚLTIMA INSTÂNCIA, 14 de agosto de 2007
Empresa é condenada por impedir funcionário de ir ao banheiro

Impedir uma pessoa de ir ao banheiro constitui tratamento degradante e humilhante. Com este entendimento, a juíza Ivone de Souza Toniolo de Prado Queiroz, titular da 53ª Vara do Trabalho de São Paulo, condenou a TNL Contax por danos morais e litigância de má-fé.

Uma operadora de telemarketing que prestava serviços à empresa reclamou na Justiça do fato de ter um intervalo de apenas 5 minutos por jornada para fazer uso do banheiro. Caso ultrapassasse esse limite, seria punida.

O procedimento continuado da TNL Contax provocou uma infecção urinária na operadora que, mesmo sob recomendações médicas, não teve o intervalo de cinco minutos por jornada dilatado.

Em sua defesa, a empresa negou os fatos, mas foi condenada por litigância de má-fé pela juíza Ivone Toniolo, por alterar a verdade "de fatos cabalmente provados no processo".

Para a juíza, "a empresa deve entender que seu ‘colaborador’ é uma criatura humana e como tal deve ser tratado e não como máquina. O dano moral é tão inequívoco, tão notório e evidente, que dispensa maiores comentários, tamanha a perplexidade que causa".

A juíza Ivone Toniolo condenou a empresa a pagar R$ 4.000 de indenização por danos morais mais R$ 2.800 por litigância de má-fé, entre outras verbas rescisórias.

Ela também determinou que o Ministério Público do Trabalho fosse oficiado de sua decisão, visto que ficou demonstrado que o tratamento humilhante a que era submetida a funcionária era comum na empresa.

Processo: 01024200605302004


FETRACONSPAR, 14 de agosto de 2007
Relatório da Reunião realizada em 07 de agosto de 2007, em São Paulo/SP

O companheiro Jorge Moraes, diretor da FETRACONSPAR e representante da CNTI junto ao CPN - Comitê Permanente Nacional, esteve em São Paulo, no último dia 07/08, onde participou de reunião do comitê. A seguir confira o relatório.

ABERTURA E DISCUSSÕES

A reunião foi realizada nas dependências do Sintracon/SP sob a coordenação do senhor Laércio Fernandes Vicente, representante da Força Sindical, iniciou-se às 09h40, com apresentação dos novos membros que farão parte da bancada Governamental, senhores Marco Aurélio Antunes, representante da Fundacentro e Beroldo Maia Junior representante da DRT/PE.

Após a apresentação, o senhor Coordenador fez a leitura da ata da reunião anterior, a qual após lida fora aprovada por unanimidade. Dando continuidade aos trabalhos, o senhor Coordenador informou que os CPRs dos Estados do Rio de Janeiro e da Paraíba estão promovendo um Seminário e com participação dos senhores Laércio Fernandes Vicente e Antonio de Sousa Ramalho presidente do Sintracon/SP, e que em ambos os eventos, a finalidade é a discussão sobre a pauta nacional, o encontro nacional dos CPRs e ainda o encontro do CMATIC, informando que ambos farão visitas a todos os CPRs.

Em seguida informou sobre o andamento da nota técnica da CIPA, deixando a palavra em aberto para debates e discussões. O Sr. Antonio Carlos Gomes representante da CNI, disse que se leva tanto tempo em discussões sobre o assunto que acaba se tornando um desgaste, pois não se encaminha nada. Em seguida também fez uso da palavra o Senhor Jorge Moraes representante da CNTI, dizendo que já estava indignado com a atual situação de discussão da CIPA, haja vista que cada vez que surge algum tipo de acordo, sempre tem alguém contrário, e agora mais esta nota técnica feita por pessoas que não estão participando das discussões a nível nacional.

Em seguida com a palavra a Sra. Luizatania representante da comissão da CIPA, disse que o grupo que discute a questão deverá se reunir novamente com intuito de trazer uma solução e apresentar já na próxima reunião do CPN. Novamente com a palavra, o Coordenador passou a discutir sobre como foi a realização do 5° CEMATIC, apresentando um relatório final para análise de todos.

Fez uma ampla explanação sobre como seria o próximo CEMATIC, informando que na audiência que teve com o Exmo. Senhor Ministro do Trabalho Carlos Lupi, o mesmo se comprometeu a apoiar os eventos e também a participar do 6° CEMATIC, e do encontro nacional dos CPRs, sendo que cada bancada deverá fazer contato com seus representantes no Estado do Pará, e na seqüência deverá ser feito uma reunião na cidade de Belém com as autoridades locais que estejam envolvidas na realização do CEMATIC.

Informou ainda que já está agendada uma nova audiência com o Ministro do Trabalho para o próximo dia 17.08.2007, nas dependências do SECOVI na cidade de São Paulo, onde será feito pedido formal de ajuda para a realização dos eventos na cidade Belém/PA.

SITE CPN

Em continuidade aos trabalhos o Senhor Coordenador passou a palavra ao Senhor Sérgio Paiva representante do SECONCI do Estado do Rio de Janeiro, que informou sobre a abertura do Encontro nacional dos CPRs que será no dia 04 de Dezembro de 2007, com representantes de cada bancada. Informou ainda que está em desenvolvimento a elaboração de um site oficial do CPN, onde poderiam ter acesso todos membros dos CPRs de todos Estados e que tal site seria de suma importância no desenvolvimento dos trabalhos do grupo, dando mais agilidade aos trabalhos, além de uma melhor integração dos CPRs. Informou que o custo seria em torno de R$ 14.000,00 (quatorze mil reais) e que é preciso já nesta reunião, aprovar ou não e ainda como será pago o custo, apresentando alguns folders do projeto.

Em seguida o projeto fora colocado em discussão e aprovado, ficando definido que será feito o lançamento nacional do SITE no encontro dos CPRs, com os custos a serem rateados entre a bancada dos trabalhadores e a bancada patronal.

Dando continuidade aos trabalhos, o senhor Coordenador pediu que fosse feita uma reavaliação do calendário de reuniões e uma reorganização das bancadas, ficando assim já definido a próxima reunião do grupo para o dia 17.10.2007 em Brasília/DF.

PARTE DA TARDE

Dando início aos trabalhos da parte da tarde, o coordenador sr. Laércio Fernandes Vicente retomou a discussão sobre o encontro do CEMATIC, pois na hora do almoço esteve presente conosco o senhor Antonio de Sousa Ramalho presidente do Sintracon/SP, o qual informou que em recente conversa com o Exmo. Senhor Ministro do Trabalho Carlos Lupi, voltou a discutir o assunto sobre o encontro dos CPRs e CEMATIC, solicitando aos membros do CPN para que forme uma comissão e elabore um projeto sobre os eventos a serem realizados, para que seja apresentado ao Ministro do trabalho já na próxima reunião do dia 17.08.2007 na sede do Seconci-SP.

SOBRE A REUNIÃO COM O MINISTRO DO TRABALHO

Em continuidade aos trabalhos, o representante da bancada dos trabalhadores Senhor Jorge Moraes informou que não pode estar presente na reunião com o Exmo. Senhor Ministro do Trabalho realizada no último dia 10.07.2007, devido a problemas do trafego aéreo, pedindo em seguida que fosse feita uma melhor explanação sobre a reunião, do qual o senhor coordenador informou a todos o seguinte:

Visando garantir a plena implementação de suas ações, o Comitê Permanente Nacional da Indústria da Construção solicitou em 2006, audiência ao Sr. Ministro do Trabalho e Emprego, através do Deputado Federal Paulo Pereira e do Vice-Presidente da Força Sindical Antonio de Sousa Ramalho.

A pauta da reunião foi enviada antecipadamente ao então ministro Marinho com cópia para a Secretaria de Inspeção do Trabalho e para o Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho.

Constava dos seguintes pontos:

1) Recomposição da bancada de governo, garantindo representação das cinco regiões do país e definição de sua coordenação, ou seja, indicação de titular e suplente representante do DSST, titular e suplente representante das DRTs e titular e suplente representante da Fundacentro e coordenação de bancada;

2) Garantia de realização em 2007 do Encontro Nacional dos CPRs com participação de no mínimo um representante governamental de cada CPR em atividade;

3) Reafirmação por parte da SIT junto as DRTs da importância da existência e da efetividade das ações dos CPRs da indústria da construção;

4) Garantia de realização (SIT e Fundacentro) do Congresso Nacional de Segurança e Saúde na Indústria da Construção em 2008 em Belém/PA;

5) Agilidade, por parte da Fundacentro, na publicação dos Regulamentos Técnicos de Procedimento - RTPs;

6) Capacitação para AFTs e entidades parceiras do tripartismo em gestão em segurança e saúde na indústria da construção;

7) Agilidade na tramitação de alterações na NR 18 produzidas pelo CPN.

A audiência ocorreu em 10 de julho de 2007, no gabinete do Sr. Ministro Carlos Lupi. Na oportunidade o Sr. Ministro convocou a chefia de gabinete e os titulares das Secretarias de Relações de Trabalho e de Inspeção do Trabalho, determinando rapidez nas soluções das questões elencadas e anunciando sua participação no Encontro Nacional do CPRs acompanhado por membros de sua equipe.

Anunciou ainda a possibilidade de utilização de recursos do FAT para garantir projetos de capacitação para os atores do tripartismo da indústria da construção. Em seguida a senhora Secretária apresentou amplo relato das ações da SIT, justificando a ausência de uma participação mais efetiva da Secretaria no setor, em função das limitações de recursos financeiros e humanos quando então se comprometeu a buscar uma maior aproximação com este fórum para garantir fluidez para a solução dos problemas existentes.

Afirmou que não poderia garantir providências que demandassem aporte de recursos, mas que estaria empenhada na solução das mesmas. Reconheceu a necessidade da realização de pelo menos uma das seis reuniões ordinária do Comitê na Capital Federal e solicitou um relato mais detalhado dos pleitos do CPN ao Coordenador Laércio Fernandes, representante da bancada dos trabalhadores e coordenador do CPN.

LISTA DE PRESENTES NA REUNIÃO

PARTICIPANTE
ENTIDADE
1. ANTONIO CARLOS M. GOMES
CNI
2. SERGIO PAIVA
SECONCI
3. YVES MIFANO
CB\C
4. MARCO A.A. BICALHO
SINICON-SP
5. HARUO ISHIKAWA
SINDUSCON-SP
6. JORGE MORAES
CNTI
7. DORIVAL CUSTÓDIO
FUNDACENTRO
8. JOFILO MOREIRA LIMA JR
FUNDACENTRO
9. MAURICIO J. VIANA
FUNDACENTRO
10. MARCOS AURELIO HARIUNE
FUNDACENTRO
11. BERODO L. MAIA JR.
MTE/DRT/PE
12. NOE DIAS AZEVEDO
MTE/DRT/SP
13. LUISA TANIA E. RODRIGUES
DRT/RS
14. LUIZ JOSÉ DE QUEIROZ
CONTICOM-CUT
15. LAERCIO FERNANDES
FORÇA SINDICAL


Sem mais, era o que tinha a relatar,

JORGE MORAES - MEMBRO CPN
Maringá, 09 de Agosto de 2007.

 

ESTADÃO.COM / SÃO PAULO, 14 de agosto de 2007 | Economia
FGV: índice da construção acumula alta anual de 4,21%
ALESSANDRA SARAIVA

RIO - O INCC-10, que mede os preços no setor da construção civil, acumula elevações de 4,21% no ano e de 5,01% em 12 meses até agosto no âmbito Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10). Hoje, a Fundação Getúlio Vargas (FGV) anunciou o IGP-10 de agosto (+0,64%) - sendo que o INCC-10 representa 10% do total do indicador.

De acordo com a FGV, a desaceleração na taxa do INCC-10, de julho para agosto (de 0,56% para 0,29%) foi influenciada principalmente por aumento de preço menos intenso nos segmentos de mão-de-obra (de 0,75% para 0,24%); e materiais e serviços (de 0,39% para 0,34%), no período.

A fundação esclareceu que, na avaliação do comportamento dos preços por produtos, as altas mais expressivas, na construção civil, dentro do IGP-10 de agosto, foram registradas em refeição pronta no local de trabalho (1,04%); tijolo/telha cerâmica (1,16%) e ajudante especializado (0,19%). Do lado oposto os destaques foram: elevador - social e serviço (-0,72%); aço CA-50 e CA-60 (-0,08%); e condutores elétricos fio/cabo (-0,62%).

Agrícola

Os preços dos produtos agrícolas no atacado tiveram aumento de 2,64% em agosto. Em julho, a alta foi de 0,93%. A instituição informou ainda que os preços dos produtos industriais no atacado subiram 0,25% em agosto, ante deflação de 0,16% no mês passado.

A FGV esclareceu também que, dentro do Índice de Preços por Atacado segundo Estágios de Processamento (IPA-EP), que permite visualizar a transmissão de preços ao longo da cadeia produtiva, os preços dos bens finais diminuíram 0,18% em agosto, frente valorização de 0,14% em julho. Por sua vez, os preços dos bens intermediários subiram 0,39% em agosto, ante deflação de 0,09% no mês passado. Já os preços das matérias primas brutas apresentaram elevação de 3,01% em agosto, de 0,42% em julho.

IPC-10


No varejo, o IPC-10 acumula aumentos de 3,37% no ano e de 4,26% em 12 meses até agosto. O IPC-10 representa 30% do total do IGP-10. De acordo com a FGV, a desaceleração na taxa do IPC-10, de julho para agosto (de 0,40% para 0,28%) foi causada por deflações em três das sete classes de despesa pesquisadas, na passagem do IGP-10 de julho para o índice de agosto. É o caso de Habitação (de 0,07% para -0,22%); Vestuário (de 0,88% para -0,75%); e Transportes (de -0,35% para -0,36%).

Outros três grupos apresentaram aceleração de preços, no mesmo período, como Alimentação (de 1,05% para 1,22%); Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,29% para 0,34%); e Despesas Diversas (de 0,43% para 0,52%), enquanto um grupo permaneceu com a mesma taxa de elevação. É o caso de Educação, Leitura e Recreação (de 0,53%).

Na análise por produtos, as altas de preço mais expressivas no varejo, no IGP-10 de agosto, foram registradas em leite tipo longa vida (12,48%); tarifa de telefone residencial - assinatura e pulsos (1,49%); e passagem aérea (12,34%). Já as mais significativas quedas de preço foram apuradas em tarifa de eletricidade residencial (-3,43%); cebola (-22,62%); e mamão da amazônia - papaia (-11,19%).

 

JORNAL O ESTADO DO PARANÁ, 14 de agosto de 2007 | Economia
Ministro do Planejamento preocupado com efetivação de temporários
Agência Estado

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, afirmou nesta terça-feira (14) que está preocupado com uma possível aprovação de emenda constitucional que vai tornar efetivos servidores públicos temporários. O projeto está na pauta de votações da Câmara dos Deputados e pode efetivar cerca de 300 mil servidores temporários. "É preocupante. Essas pessoas não são concursadas e foram contratadas para resolver determinadas situações. Como será esta forma de contratação?" - questionou o ministro.

Ele participa de seminário sobre os aspectos jurídicos das fundações estatais, projeto que foi enviado pelo governo e que viabiliza a criação de fundações para prestação de serviços públicos.

No seminário, o ministro defendeu esse projeto, que ainda está em fase inicial de tramitação no Congresso. Bernardo disse que a iniciativa busca "aprimorar os processos de gestão na administração pública". Segundo ele, a idéia de se formar fundações estatais é uma alternativa que está sujeita a melhorias. Para Bernardo, não se trata de privatização e também o mecanismo não seria utilizado em áreas com atribuição exclusiva do Estado.


JORNAL GAZETA DO POVO, 14 de agosto de 2007 | Economia
Indústria
Com 60% dos votos, Rocha Loures é reeleito presidente da Fiep
Vitória representa derrota para o governo estadual, que apoiou a oposição
por FERNANDO JASPER

Antônio Costa/Gazeta do Povo

Depois da apuração, Rocha Loures e Scheffer se cumprimentam em clima de “união de forças”


Com 56 votos de um total de 93, Rodrigo da Rocha Loures foi reeleito presidente da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) e segue no cargo pelos próximos quatro anos. Fundador da fabricante de alimentos Nutrimental, de São José dos Pinhais, o empresário curitibano derrotou o ponta-grossense Álvaro Luiz Scheffer, que recebeu 36 votos. O segundo mandato de Rocha Loures começa em 1.º de outubro e vai até outubro de 2011. A votação foi realizada ontem na sede da Fiep, no centro de Curitiba. A contagem dos votos começou por volta das 18h30 e durou pouco menos de dez minutos.

A vitória do atual presidente representou uma derrota para o governo estadual. O governador Roberto Requião, que havia apoiado Rocha Loures em 2003, passou a apoiar a oposição depois que o empresário curitibano criticou a administração do Porto de Paranaguá. Ao menos duas pessoas ligadas ao governo faziam parte da chapa oposicionista: o ex-secretário de estado Luís Mussi foi o coordenador da campanha de Álvaro Scheffer, e o atual secretário de Indústria e Comércio, Virgílio Moreira Filho, era um dos vice-presidentes da chapa. Curiosamente, Scheffer também teve o apoio dos senadores Alvaro e Osmar Dias, adversários políticos de Requião.

“É possível dobrar o número de empregos”

O principal objetivo de Rodrigo da Rocha Loures, em seu segundo mandato à frente da Fiep, é dobrar o porte da indústria no estado. “É perfeitamente possível dobrar o número de empregados de 500 mil para 1 milhão de pessoas”, diz. Em seu planejamento, pretende elevar os investimentos produtivos, que foram de R$ 71 milhões de 2004 a 2007, para R$ 88 milhões até 2011.

Depois da vitória, Rocha Loures disse que, apesar de não ter sido apoiado pelo governo, “seguirá defendendo os interesses da indústria paranaense, trabalhando em parceria com o estado naquilo que for necessário”. “A partir de agora, vamos passar nosso plano de governo para equipes profissionais, que vão elaborar projetos a partir do que planejamos”, disse o presidente reeleito. “Nem o Paraná nem qualquer estado brasileiro tem uma verdadeira política industrial, com visão estratégica, em que haja um alinhamento entre o setor público e o privado. Como presidente do Conselho de Política Industrial da CNI [Confederação Nacional da Indústria], já estou conduzindo um processo nesse sentido. Vamos apresentar nossas propostas ao presidente Lula nas próximas semanas.”

Na primeira eleição com duas chapas concorrentes em 24 anos, o comparecimento às urnas foi de quase 100%: apenas um dos 94 sindicatos patronais com direito a voto não enviou representante, e houve somente um voto em branco. A outra única vez em que houve “bate-chapa” na eleição da Fiep foi em 1983, quando o então presidente Altanir Zaniollo reelegeu-se ao derrotar o empresário Martinho Faust. Na eleição de 2003, o então presidente José Carlos Gomes de Carvalho desistiu de disputar seu terceiro mandato pouco antes do pleito, e Rocha Loures foi eleito com mais de 90% dos votos.

Apesar do acirramento da campanha nas últimas semanas, o clima da votação foi bastante tranqüilo. Depois da contagem dos votos, os dois candidatos pregaram que “o momento é de união”. Scheffer defendeu que, passada a eleição, a Fiep deve “quebrar o retrovisor e olhar só para a frente”. “Continuarei participando da Fiep e do Sindicato da Madeira de Ponta Grossa, onde sou vice-presidente.Vamos cobrar para que as promessas feitas durante a eleição sejam cumpridas.”

Enquanto Rocha Loures praticamente acertou o número de votos que receberia – ele esperava cerca de 60 votos –, Scheffer mostrou-se surpresou pela larga diferença. No domingo, ele disse contar com o voto de pelo menos 54 sindicalistas. “Muitas pessoas que se comprometeram conosco não efetivaram isso. Mas, se essa foi a opção dos eleitores, vejo como um mérito da democracia.”

Apenas dois fatos quebraram o clima de tranqüilidade da votação. O primeiro foi uma nota publicada pelo presidente da Fiep nos principais jornais do estado, em que acusava o governo do estado de pressionar eleitores. Scheffer considerou a nota “um desrespeito a todos os sindicatos”, e negou que tenha havido pressão sobre os votantes.

Outro motivo de controvérsia foi o pedido de impugnação de uma pequena parte dos votos. Nove representantes de sindicatos patronais tiveram que votar em separado, fora da urna, por conta de problemas com o cadastro de suas empresas na Junta Comercial do Paraná. Na maioria dos casos, os documentos apontavam que eles supostamente dirigiam empresas do comércio, e não da indústria – o que os impediria de votar. Mas, antes da contagem dos votos, as duas chapas entraram em acordo e decidiram que todos os nove votos seriam contados normalmente.

 

JORNAL GAZETA DO POVO, 14 de agosto de 2007 | Economia
Indústria
“É possível dobrar o número de empregos”
por HELENA CARNIERI

O principal objetivo de Rodrigo da Rocha Loures, em seu segundo mandato à frente da Fiep, é dobrar o porte da indústria no estado. “É perfeitamente possível dobrar o número de empregados de 500 mil para 1 milhão de pessoas”, diz. Em seu planejamento, pretende elevar os investimentos produtivos, que foram de R$ 71 milhões de 2004 a 2007, para R$ 88 milhões até 2011.

O curitibano Rodrigo da Rocha Loures, 64 anos, é casado com a artista plástica Vera Lília, tem três filhos – Rodrigo (deputado federal pelo PMDB), Isabel e Larissa – e é avô de sete netos. Ele estudou administração de empresas na Fundação Getúlio Vargas de São Paulo e começou a vida de empresário como fazendeiro em Londrina, no interior do Paraná. Seu maior empreendimento industrial, a fábrica de alimentos Nutrimental, começou a operar em 1971, como fornecedora de merenda escolar, e hoje lidera o mercado de barras de cereal. Nascida de pesquisas em tecnologias de alimentos da UFPR, preconizou o rumo que Rocha Loures daria à Fiep: em seu primeiro mandato, criou uma Academia de Doutores para fomentar a comunicação entre empresas e faculdades, o Observatório da Indústria para estimular investimentos em “setores portadores de futuro” e a Universidade da Indústria, além de apoiar os Arranjos Produtivos Locais (APLs).

A representação setorial de Rocha Loures começou com a vice-presidência da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação e depois como presidente da Associação Brasileira da Indústria de Nutrição. Hoje ele é vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), onde também ocupa a presidência do Conselho de Política Industrial e Desenvolvimento Tecnológico (Copin). Integra ainda o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT) da Presidência da República.

Ano passado, antes das eleições, a Fiep deu uma guinada política com a Rede de Participação Política do Empresariado, que agrega 5 mil pessoas.


Folha de São Paulo, 14 de agosto de 2007
Empresário acusa Requião de interferir na Fiep
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O presidente da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), reeleito ontem, Rodrigo Rocha Loures, acusou o governo de Roberto Requião (PMDB) de tentar interferir na eleição da nova diretoria da entidade. Disse que industriais receberam ameaças de corte de incentivos fiscais caso o voto não fosse no adversário, Álvaro Luiz Scheffer.

À Folha, Rocha Loures citou diretamente o secretário da Indústria e Comércio e ex-presidente da Associação Comercial do Paraná, Virgílio Moreira Filho, como o intermediário do governo na pressão.

Rocha Loures obteve 56 votos, contra 36 de Scheffer. O mandato é de quatro anos. Candidato em chapa única da primeira vez, em 2003, ele foi à época apoiado por Requião. Mas, à frente da entidade, distanciou-se do governador por patrocinar na Justiça uma ação contra o cerco do órgão ambiental do Estado às indústrias e divergir da proposta de salário mínimo regional. A gota d'água foi se opor à abertura do porto de Paranaguá aos transgênicos.


JORNAL GAZETA DO POVO, 14 de agosto de 2007 | Economia
Emprego
Produção automotiva exige 2,6% mais horas de trabalho no Paraná
por HELENA CARNIERI

O Paraná e as Regiões Norte e Centro-oeste registraram em junho crescimento de 2,6% no número de horas pagas ao trabalhador da indústria, em relação a junho do ano passado. O número, acima da média nacional de 1,5%, é influenciado pelos fabricantes de meios de transporte (aumento de 28,5%) e segue bons resultados também registrados em maio (3,2%) e abril (2,5%). A folha de pagamento, que inclui salários e benefícios, cresceu 3,1%, por causa de novas contratações.

 

JORNAL FOLHA DE LONDRINA, 14 de agosto de 2007
Emprego na indústria cresce 2,1% em junho

Rio de Janeiro - Beneficiado pelo bom momento na produção, o emprego industrial manteve a tendência de crescimento em junho. Apesar de registrar leve queda (-0,1%) em comparação ao mês de maio, a ocupação na indústria apresentou aumento em todas as outras comparações, segundo dados anunciados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a junho do ano passado, a alta foi de 2,1%, no 12º saldo positivo neste tipo de comparação. Já na avaliação trimestral, a elevação foi de 2% de abril a junho ante o segundo trimestre de 2006, o melhor resultado para o período desde 2005 (2,2%).

Para a economista Isabela Nunes, da coordenação de indústria do instituto, a taxa negativa muito próxima a zero na ocupação entre maio e junho mostra apenas um sinal de ''acomodação''. Ela comentou que a ocupação na indústria também apresentou resultados positivos nas taxas acumuladas, com aumento de 1,6% no primeiro semestre e de 1% em 12 meses até junho. Além disso, subiu 1,1% no segundo trimestre, em comparação aos primeiros três meses do ano, também o nível mais elevado desde o terceiro trimestre de 2004 (1,6%). ''Os números de emprego industrial mostram um aquecimento maior da indústria'', afirmou a técnica.

A confirmação de tendência ascendente no emprego industrial dependerá da permanência do bom cenário na indústria e da evolução produção, para a economista do IBGE. Ela admitiu que existem ganhos em produtividade, com os quais a indústria melhora seus resultados sem que isso conduza ao aumento da mão-de-obra, mas ponderou que, se os resultados permanecerem positivos, isso vai acabar se refletindo, em maior ou menor escala, no emprego. ''O cenário que se apresenta agora é de vendas e produção crescendo. Isso está trazendo melhores resultados para o emprego'', afirmou.

A analista da consultoria Tendências Cláudia Oshiro tem a mesma posição. Para ela, a conjuntura favorável e as boas perspectivas para a indústria neste ano devem continuar impulsionando a contratação de mão-de-obra no segundo semestre. Em relatório, o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) também fez avaliação positiva do resultado e ressaltou que o quadro é efetivamente o de uma aceleração da criação de empregos em 2007.

Alessandra Saraiva

 

JORNAL GAZETA DO POVO, 14 de agosto de 2007 | Paraná
Curitiba: Operário morre no trabalho

Um operário morreu na tarde de ontem ao cair de um barracão com aproximadamente nove metros de altura. O acidente aconteceu por volta das 14h30 na Rua Frederico Maurer, no bairro Hauer, em Curitiba.

O trabalhador Sérgio dos Santos, de 36 anos, estava consertando as calhas de um barracão que está sendo reformado. A morte do operário teria sido causada pelo fato de ele ter caído sobre barras de ferro de um andaime desmontado que estava no chão. O trabalhador morreu no local.


JORNAL GAZETA DO POVO, 14 de agosto de 2007 | Paraná
Habilitação
Teste teórico para renovação da CNH pode atingir até 500 mil paranaenses
por MARCOS XAVIER VICENTE

Motoristas habilitados antes de 21 de janeiro de 1998 – data em que entrou em vigor o atual Código Brasileiro de Trânsito – e que protocolaram processo de renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) a partir de ontem terão de passar obrigatoriamente pela prova de conhecimentos teóricos de direção defensiva e primeiros socorros. É o que determina a portaria 147/07, do Conselho Nacional de Trânsito.
Regras

Como era:

• O motorista podia estudar por conta própria e prestar prova no Detran de conhecimentos em direção defensiva e primeiros socorros.

• O condutor podia também fazer o curso de 15 horas/aula de direção defensiva e primeiros socorros, sem a necessidade de se submeter a prova.

Como ficou:

• O motorista continua com a alternativa de estudar por conta e prestar prova de conhecimentos de direção defensiva e primeiros socorros.

• Também pode se preparar no curso de 15 horas/aula de direção defensiva e primeiros socorros, mas agora deve obrigatoriamente fazer a prova.

No Paraná estima-se que até 500 mil motoristas possam ser atingidos pela portaria. Antes da nova regra, esse universo de motoristas tinha a opção de fazer a prova ou o curso de 15 horas/aulas de direção defensiva e primeiros socorros. A partir de agora, conforme explica a coordenadora de Habilitação do Departamento de Trânsito do Paraná (Detran/PR), Maria Aparecida Farias, mesmo que o motorista passe pelo curso terá de prestar a prova. “A intenção não é penalizar o condutor, mas comprovar que ele está atualizado para conduzir”, ressalta.

O condutor que passar pela prova não precisa fazê-la novamente nas renovações seguintes. Da mesma forma, os motoristas habilitados depois de janeiro de 1998 estão livres da prova para fazer a renovação. “Esses motoristas já adquiraram este conteúdo nos Centros de Formação de Condutores (CFC) desde que o novo código está em vigor”, explica a coordenadora. Além dos habilitados antes de 1998, também estão isentos da prova motoristas que passaram por curso de reciclagem de condutores infratores e condutores que têm permissão para transporte de cargas perigosas, transporte escolar e transporte coletivo.

Como renovar

Maria Aparecida explica que o motorista que tem de prestar prova tem duas formas de estudar o conteúdo de direção defensiva e primeiros socorros. Ele pode fazer o curso de 15 horas/aula nos CFCs ou estudar por conta própria. O conteúdo teórico pode ser baixado no site do Detran/PR (www.pr.gov.br/detran) – há um link na página de abertura. Quem não tem acesso à internet pode adquirir as duas apostilas em qualquer posto do Detran/PR. O preço de cada uma é de R$ 7,63.


JORNAL O ESTADO DO PARANÁ, 14 de agosto de 2007
Crescimento populacional gera invasões em Telêmaco Borba
Ligia Martoni

O município de Telêmaco Borba, região central do Estado, vem registrando crescentes invasões populacionais em terrenos públicos. Apesar de ter população menor que 70 mil habitantes (censo de 2000), devido ao incremento econômico pelo qual vem passando nos últimos anos em função da industrialização, a cidade já registra focos do problema, geralmente relacionado a centros urbanos maiores. A Prefeitura aponta como conseqüência danos ao patrimônio e ao meio ambiente, e afirma que está tomando medidas legais para reaver os terrenos.

Os investimentos na cidade somam, nos últimos dois anos, mais de R$ 2 bilhões, advindos da industrialização de papéis. Somados à expectativa, polêmica da usina de Mauá sair do papel, vêm ocasionado fluxo migratório intenso em contraponto à valorização imobiliária na cidade. “Ficou imensamente caro o custo para habitação. O resultado é o que estamos vivendo agora com as invasões”, explica o secretário de governo do município, André Coraiola.

Atualmente existem três grandes invasões no município, as quais abrigam, cada uma, cerca de cem pessoas, de acordo com a Prefeitura.

Providências

Segundo o secretário de governo, até o momento as invasões foram pacíficas, mas os sem teto não demonstram intenção em deixar os locais. Para Coraiola, há motivações políticas também. A expectativa é que uma liminar de reintegração de posse saia em breve.


JORNAL O ESTADO DO PARANÁ, 14 de agosto de 2007
Estágio é trampolim para o trabalho
Elizangela Wroniski

Foto: Chuniti Kawamura

Rodrigo Kruger: troca de emprego por estágio.


O Centro de Integração Empresa-Escola do Paraná (Ciee-PR) completa hoje 40 anos de atividades. Neste período, o centro já ajudou muita gente a conseguir o primeiro emprego. Segundo o presidente da instituição, Luiz Sunyé, depois de formados, pelo menos a metade dos estudantes consegue ser efetivada na empresa onde estagiou. Mas as vantagens não são apenas para os alunos, as empresas também garantem a contratação de profissionais mais preparados. O Ciee tem hoje em todo o Estado 35 mil estagiários.

Para muitos estudantes o estágio é visto como um trampolim para o mercado de trabalho. É o caso de Rodrigo Kruger, 27 anos, que cursa o segundo ano de administração. Ele largou um emprego com um bom salário por uma bolsa de estágio no departamento de almoxarifado do Ciee. Para ele, neste momento, o retorno financeiro era o que menos importava. “Quero praticar o que aprendi na faculdade. Vai ajudar na hora de encontrar um emprego na minha área. Troquei o meu salário porque lá não tinha perspectiva de crescer, penso no futuro”, falou.

De acordo com Sunyé, Rodrigo fez a escolha certa. Na hora em que for procurar um emprego, a experiência profissional vai fazer a diferença. Além disto, há grandes chances de ser contratado até pela empresa onde estagiou. Sunyé explica também que o índice de contratações só não é maior porque muitos estudantes fazem estágios em órgão públicos, que exigem concurso público.

Hoje, cerca de 35 mil estudantes fazem estágio pelo Ciee no Estado. Os estudantes interessados precisam apenas fazer um cadastro pela internet ou em uma das unidades. A instituição conta hoje com 34 escritórios regionais, 12 postos de atendimento em instituições de ensino e quatro postos avançados que cobrem os 399 municípios do Estado. O Ciee também oferece cursos gratuitos que ajudam a melhorar o currículo dos estudantes.

O 40.º aniversário da instituição será comemorado hoje, às 14h30, com a leitura de moção na Assembléia Legislativa do Paraná e amanhã, às 20h, sessão comemorativa no Museu Oscar Niemeyer, em homenagem aos fundadores da instituição.


Agência Diap, 14 de agosto de 2007
MOVIMENTO SINDICAL
NCST realiza reunião ampliada em Brasília

Nestas terça e quarta-feira, 14 e 15 de agosto, a Diretoria Executiva, o Conselho Fiscal e os representantes das Secretarias Profissionais da Nova Central Sindical de Trabalhadores-NCST reúnem-se em Brasília para discutir temas como reforma política, atuação do Ministério do Trabalho, reforma da previdência e andamento das propostas que integram o Programa de Aceleração do Crescimento – PAC.

Na ocasião, os dirigentes sindicais também irão apreciar o Relatório da Diretoria Executiva referente ao ano de 2006 e o parecer do Conselho Fiscal referente à prestação de contas do exercício de 2006.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o senador Paulo Paim foram convidados para o encontro nacional.

O evento terá início às 14h desta terça, 14/08, no Hotel San Marco.


Agência Diap, 14 de agosto de 2007
AÇÃO TRABALHISTA
Suspenso pagamento de precatório decorrentes de condenação trabalhista

O órgão central de contencioso da Procuradoria-Geral Federal (PGF) conseguiu no Supremo Tribunal Federal (STF) suspender o pagamento de um precatório no valor de R$ 27 milhões.

O montante seria pago pela Escola Superior de Agricultura de Mossoró (ESAM) ao Sindicato dos Servidores Públicos Federais do Estado do Rio Grande do Norte. O precatório refere-se ao pagamento de diferenças salariais do IPC de março de 1990 (84,32%) - Plano Collor.

Na reclamação, a PGF sustentou que a decisão final ainda não transitou em julgado para expedição do precatório pela Justiça e que o STF já decidiu que não existe direito adquirido ao IPC de março e abril de 1990.

Outro argumento apresentado é que a execução da sentença trabalhista deve ser limitada ao advento da Lei 8.112/90, que instituiu o Regime Jurídico Único dos servidores públicos federais.

Após a edição desta lei, a competência para julgar direitos e vantagens trabalhistas de servidores da União é da Justiça Federal. O mérito da questão será analisado pelo plenário do Supremo. (Com informações da AGU)


Nova Central, 14 de agosto de 2007
Analistas de mercado elevam projeção de crescimento do PIB para 4,6%

Os analistas do mercado financeiro esperam uma expansão um pouco maior da economia brasileira neste ano. A previsão de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) foi elevada de 4,51% para 4,60%. Para 2008, ela foi mantida em 4,30%. As projeções fazem parte do boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central.

A previsão do mercado se aproxima da feita pela autoridade monetária em seu "Relatório de Inflação", divulgado no final de junho. O BC prevê um crescimento de 4,7%.

Em relação à produção industrial, a aposta de crescimento para este ano foi elevada de 4,55% para 4,76%.

Enquanto a previsão de crescimento subiu, ficou estável a projeção do índice de inflação oficial do governo. A expectativa para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) continua em 3,75% para este ano e em 4% para 2008. As projeções são as mesmas do levantamento anterior.

O IPCA é utilizado pelo governo no sistema de metas de inflação. O centro da meta é de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos para cima ou para baixo.

A expectativa para o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) foi elevada de 3,48% para 3,56%. Já a do IGP-M (Índice Geral de Preços Mercado) passou de 3,52% para 3,55% neste ano. Para 2008, a previsão de ambos os índices foi mantida em 4%.

Os analistas mantiveram ainda a projeção de que a Selic, a taxa básica de juros, termine o ano em 10,75% ao ano. Para a reunião de setembro, a aposta é de um corte de 0,25 ponto percentual. Na última reunião, o corte foi de meio ponto e a taxa foi reduzida para 11,5% ao ano.

A projeção para o superávit da balança comercial, que é o saldo positivo entre exportações e importações, foi mantida em US$ 43 bilhões. Os analistas esperam ainda que o dólar esteja cotado a R$ 1,85 em dezembro, contra R$ 1,87 do levantamento anterior.


Correio da Cidadania, 14 de agosto de 2007
Milionários e o Imposto sobre Grandes Fortunas
Entra governo, sai governo e não é discutida uma verdadeira reforma tributária no Brasil. No mês de março de 2007, o governo Lula sinalizou com mais uma proposta de reforma, visando a simples unificação de alguns impostos federais, estaduais e municipais.

por Roberto Saraiva Romera

Segundo estimativas do Ministério da Fazenda, o Brasil perde R$ 20 bilhões por ano em investimentos devido à irracionalidade do seu sistema tributário. Com este valor, seria possível superar as necessidades energéticas brasileiras e evitar a ocorrência de um novo racionamento.

O mais impressionante em todos os debates sobre a reforma tributária é que nunca tivemos a discussão do Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), também chamado em alguns países de Imposto de Solidariedade sobre Grandes Fortunas.

Recente pesquisa realizada pelas consultorias Merrill Lynch e Cap Gemini indicou que o número de milionários no Brasil cresceu 10% em 2006 em relação à última pesquisa realizada em 2005 e está em 120.400 milionários.

Segundo a mesma pesquisa, milionário é todo aquele que possui 1 milhão de dólares líquido para investir. Assim, com sua aprovação, o IGF incidiria em um percentual muito pequeno da população brasileira e poderia contribuir para a redução da carga tributária de setores produtivos, propiciando um aumento na produção, no nível de contratação e até o repasse aos salários.

Não está se propondo um aumento da carga tributária, mas sim que esta seja concentrada no alto da pirâmide e que se desonere atividades produtivas, contribuindo assim para a racionalização e para o combate à regressividade do sistema tributário brasileiro.

A Constituição Federal define (art. 153) a competência da União para instituir o IGF, sendo para isto necessária uma lei complementar. Tal necessidade mostra-se um fator que dificulta a sua criação, pois poucos congressistas apresentariam um projeto para a regulamentação do IGF, tendo em vista que muitos membros do Congresso podem até ser enquadrados como milionários.

Fernando Henrique Cardoso perdeu a oportunidade de aprovar o IGF durante seus oito anos de governo; bastaria que se discutisse o Projeto de Lei de autoria do próprio FHC, feito quando este ainda era senador, em 1989.

Do início de 2006 até junho de 2007, a taxa Selic caiu de 17% para 12%, fato que teoricamente contribuiria para diminuição da riqueza dos milionários, que anteriormente ganhavam com a aplicação nos títulos da dívida pública. No entanto, com a queda dos juros, estes milionários migraram seus “investimentos” para operações mais rentáveis como o mercado de ações, fundos hedge e imóveis, fato que ajuda a aumentar a sua riqueza.

Por fim, o Brasil atravessa um momento oportuno para que o governo Lula proponha uma lei complementar regulamentando o Imposto sobre Grandes Fortunas, haja visto que possui um considerável apoio do Congresso Nacional e principalmente um apoio popular que aprovaria tal proposta.

*Roberto Saraiva Romera é economista pela Fundação Santo André, mestrando em Economia e professor do Projeto Formare.


Diário Vermelho, 14 de agosto de 2007
Bancários denunciam onda de redução de direitos no país

''Uma onda para a redução de direitos dos trabalhadores está se formando no país. A desculpa dos empresários brasileiros é que só assim é possível gerar empregos, porque, segundo eles, arcar com a legislação trabalhista é muito caro'', diz nota do Sindicato do Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Os cinco maiores bancos (Bradesco, Itaú, Unibanco, Real ABN e Santander Banespa) que divulgaram seus balanços até agora, lucraram no primeiro semestre de 2007, R$ 11,707 bilhões, 40,75 % a mais do que no mesmo período do ano passado. Só com as tarifas bancárias, as onze maiores instituições financeiras arrecadaram dos clientes R$ 45,4 bilhões, em 2006. ''E mesmo assim, os empresários defendem a retirada de direitos'', agrega o sindicato.

Emprego

A mais recente tentativa, a Emenda 3 - vetada pelo presidente Lula e que facilita a terceirização, aponta neste sentido, dizem os bancários. A Emenda 3 pode transformar os empregos com carteira assinada em trabalho precarizado. Os bancários, a exemplo de outras categorias, sofrem há anos com o processo de terceirização e substituição de trabalhadores antigos, geralmente os de salários mais altos, por funcionários novos.

Esse processo de redução de postos de trabalho intensificou-se após os processos de fusão e privatização que tomaram conta do país. O resultado foi o fechamento de 146 mil vagas nos últimos 12 anos, mesmo período em que os onze maiores bancos acumularam R$ 115 bilhões em lucro.

Os bancários, juntamente com os metalúrgicos, vão se reunir com o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, e com a presidente do Supremo Tribunal Federal, Ellen Gracie, quando apresentarão cartas reivindicando a ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o fim dos interditos proibitórios.

“ A CUT e os trabalhadores estão nadando contra a maré e vêm a Brasília defender o veto à Emenda 3 e a ratificação da Convenção 158 da OIT, que impede a dispensa imotivada, protegendo o emprego contra a terceirização e o barateamento da mão de obra. Os trabalhadores querem, ainda, o fim do interdito proibitório, muito utilizados pelos donos das empresas para impedir o direito de greve”, diz Luiz Cláudio Marcolino, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Interdito

O interdito proibitório é um velho conhecido dos bancários. Há anos os banqueiros desvirtuam a utilização desse instrumento jurídico, que garante a posse de propriedades, para tentar impedir o direito de greve. Atualmente 100 interditos proibitórios movidos pelos bancos contra a categoria estão em tramitação na Justiça. A utilização desse instrumento pelos bancos começou em 1994, mas a partir de 1999 essa utilização se intensificou.

Se todos os pedidos de multas referentes a interditos tivessem sido deferidos, o Sindicato teria sido penalizado indevidamente com o pagamento de R$ 3.740 milhões. “O trabalhador tem de ter assegurado seu direito de manifestar-se livremente e o Sindicato de representá-lo, sem penalizações. Já temos a Lei 7.783/89 que regula o direito de greve, ela não pode ser desprezada. Essa legislação precisa ser cumprida”, ressaltou Marcolino.

Calendário

9h - Abertura da Campanha Nacional dos Bancários em frente o prédio da Caixa Econômica Federal - Cebolão

10h - Entrega da minuta de reivindicações específicas à direção da Caixa.

10h30 – Audiência com o Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, para entrega de carta reivindicando a ratificação da Convenção 158 da OIT e fim dos interditos proibitórios

12h – Entrega da minuta de reivindicações específicas à direção do Banco do Brasil.

15h – Supremo Tribunal Federal - Audiência com o presidente do Supremo para entrega de carta reivindicando o fim dos interditos proibitórios

16h - Atos no Congresso Federal pela aprovação de Projeto de Lei que trata da isonomia de direitos nos banco públicos.


Folha de São Paulo, 14 de agosto de 2007
FHC provoca PT sobre 2008; Marta diz que não disputará
"Nossos adversários não estão com nada em São Paulo", afirma ex-presidente | Governador Serra destaca que resultado do Datafolha foi positivo para Alckmin e Kassab; ex-prefeita de SP prefere governo do Estado

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DO ENVIADO ESPECIAL A BELO HORIZONTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A pesquisa Datafolha publicada anteontem, com cenários sobre a sucessão municipal em São Paulo no próximo ano, anima a cúpula tucana a lançar o ex-governador Geraldo Alckmin em 2008, ainda que o governador José Serra adote o máximo de cautela para preservar a aliança com o DEM e o atual prefeito Gilberto Kassab.

"Os dados mostram sobretudo que os adversários nossos em São Paulo não estão com nada", disse o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que esteve ontem em Belo Horizonte em seminário com dirigentes tucanos.

Na pesquisa, Alckmin aparece em uma das situações com 30% das intenções de voto, contra 24% da ex-prefeita paulistana Marta Suplicy (PT) e 10% de Kassab (DEM). Já a ministra do Turismo, Marta Suplicy, que governou a cidade de 2001 a 2004, descartou novamente a candidatura. "Não pretendo voltar à prefeitura", disse ontem, em seminário na Assembléia Legislativa de São Paulo.

"Achei os dados da pesquisas muito bons, simpáticos. Agradeço à população de São Paulo, mas não serei candidata. O ministério é desafiador. Muitas das coisas que fizemos em São Paulo, de qualidade de vida para quem mais precisa, podemos fazer também no Brasil pelo ministério. Estou feliz, e isso tira da minha perspectiva poder disputar a prefeitura." Marta não descarta, porém, concorrer ao governo em 2010. "Isso a gente pode avaliar."

PSDB x DEM

Apostando na aproximação entre FHC e Kassab -promovida inclusive em almoços no Palácio dos Bandeirantes- Serra ressaltou que o resultado é bom para Alckmin e Kassab. "Muito positiva a pesquisa. Tanto em relação aos resultados do Alckmin como também do Gilberto Kassab. A respeito do que vai acontecer, só no ano que vem. Mas é inegável que essa pesquisa agora apresenta resultados, para nós, estimulantes", disse o governador.

FHC disse ser muito cedo para definir quem será o candidato, mas considera "óbvio" que Alckmin é um nome "forte" para a disputa. Segundo FHC, se Alckmin for o candidato, vai ter o apoio do PSDB. O ex-presidente, porém, não ignorou Kassab: "O desempenho do prefeito, que é apoiado por nós, foi muito bom. Temos razões para estarmos contentes".

Segundo tucanos, Serra tem repetido que Alckmin será o candidato, se quiser, mas teria insinuado ao ex-governador que concorresse ao Palácio dos Bandeirantes em 2010. Alckmin afirma que é preciso "ouvir o povo e o partido". Kassab insiste em relacionar o resultado da pesquisa à aprovação de seu governo.

Os aliados de Alckmin, Marta e Kassab já pressionam os três a se lançarem na disputa. "O Geraldo é o melhor candidato. Temos que respeitar a vontade do povo", disse o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP).

Para o tucano José Aníbal, a candidatura de Alckmin está posta e o PSDB deve lançar um nome: "Se [o PSDB] não [lançar], será o mesmo que o rabo abanar o cachorro". O presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia (RJ), diz que é "natural que o entorno de Alckmin queira voltar para o governo", mas a necessidade de preservar a aliança vai pesar.

Os petistas não desenham o cenário eleitoral de 2008 sem Marta. Rui Falcão (PT), deputado estadual e um dos principais aliados da ex-prefeita, destaca que a ministra aparece poucos pontos atrás de Alckmin. "Sabemos que ela está relutante, mas é o melhor nome e mais forte nome do partido", afirmou o deputado estadual Donisete Braga (PT).

Simão Pedro, líder do PT na Assembléia, é cauteloso: "O jogo em 2008 está aberto e há problemas nos dois lados. Se a Marta não for candidata teremos prévias e uma forte disputa interna. Kassab cresceu e nem Alckmin definiu se será candidato ou não". (PAULO PEIXOTO, VALDO CRUZ, LEANDRO BEGUOCI E CATIA SEABRA)


Folha de São Paulo, 14 de agosto de 2007
Prorrogação da CPMF passa por 1º teste hoje na Câmara
Votação na CCJ é só início do debate; obstáculos serão maiores no plenário e no Senado | Governo cobra fidelidade de aliados para cobrar imposto até 2011; PSDB e bloco de partidos da base querem redução gradual da alíquota

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo federal espera dar hoje o primeiro passo para a prorrogação até 2011 da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), com a aprovação do projeto na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara.

Para isso, começou a dar mostras de endurecimento contra a pressão dos aliados por benesses atreladas ao voto favorável ao projeto. "Tem muita gente achando que a CPMF é instrumento para ganhar espaço no governo, mas pode acabar perdendo espaço. Aliado que não votar favoravelmente a um projeto dessa importância não merece ser chamado de aliado", disse o vice-líder do governo na Câmara Beto Albuquerque (PSB-RS).

Para a votação de hoje, que trata apenas de aprovar se a prorrogação é constitucional, há um acordo entre governo e oposição. Os governistas cederam ao deixar que o debate se alongue na CCJ. Já os oposicionistas concordaram em não obstruir a votação, o que poderiam fazer com intermináveis questionamentos regimentais.

O debate mais duro se dará em dois momentos subseqüentes: na votação da comissão especial, que trata do mérito da proposta, e no plenário. O processo na Câmara deve se estender até outubro. Depois, o texto terá de ser aprovado no Senado. O longo tempo de tramitação joga contra o governo, que fica refém de demandas de todos os lados.

"A orientação é para a bancada não misturar suas reivindicações com a CPMF, mas isso nem sempre acontece", diz o líder do PP, Mário Negromonte (BA). Para Henrique Alves (RN), líder do PMDB, "o jogo no plenário vai ser duro". O governo ainda pretende convencer o relator na CCJ, Eduardo Cunha (RJ), a retirar de seu relatório a divisão das receitas da CPMF com Estados, mas o relator rejeita.

Alíquota menor

O PSDB fechou questão ontem, segundo o seu presidente Tasso Jereissati (CE), para reduzir a alíquota da CPMF de 0,38% para 0,20%. O senador disse que a redução implica também o compartilhamento dos recursos com Estados (20%) e municípios (10%).

"Com certeza, a CPMF não fica como está. Ou será reduzida e repartida com Estados e municípios ou será eliminada. É essa a posição que estamos discutindo. A mais provável é a redução", disse o presidente do PSDB após reunião da cúpula tucana em Belo Horizonte.

Além de Jereissati, estavam presidentes os governadores Aécio Neves (MG), José Serra (SP), Cássio Cunha Lima (PB) e Teotônio Vilela (AL), o ex-governador Geraldo Alckmin (SP), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e deputados e senadores tucanos.

Em São Paulo, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, vai propor hoje a redução gradual da CPMF até o imposto servir apenas para fiscalizar a sonegação de tributos. O pedetista lidera o bloco parlamentar que congrega 78 deputados filiados ao PSB, PDT, PC do B, PMN, PHS e PRB. A reunião acontece hoje às 15h e, segundo ele, a proposta foi bem recebida pelos líderes das siglas.

Pela proposta do deputado, a alíquota passaria dos atuais 0,38% neste ano para 0,28% em 2008, 0,18% em 2009 e chegaria a 0,08% em 2010. A CPMF se tornaria então um imposto permanente, para ajudar a Receita a combater a evasão fiscal.

Colaboraram a Agência Folha, em Belo Horizonte, o enviado especial a Belo Horizonte e a Reportagem Local

 

CBN CURITIBA, 14 de agosto de 2007 | Geral
Trabalhadores da construção civil vêm da região metropolitana e do interior em busca de melhores oportunidades

As histórias de vida que constroem os prédios são sólidas como tijolos ou blocos de concreto. O pedreiro Brás Leder Stresser, que está na casa dos 40 anos, vem de Itaperuçu para Curitiba todos os dias de manhã. Deixa em casa a esposa e os três filhos, um deles também pedreiro. Trabalhador do campo, Brás optou pelas construções porque a venda dos produtos plantados não dava conta de manter a família.

Brás estudou até terceira série e tem consciência de que as oportunidades para ele em outras profissões são escassas. Ao falar da vida de camponês, não esconde a saudade. E se não tiver mais espaço para trabalhar na construção civil, ele diz que o caminho é voltar para a terra.

Sebastião Ribeiro parou por alguns minutos diante de uma barulhenta máquina de misturar cimento. A roupa e o rosto sujos da massa de manobra. Desligou o equipamento para conversar, simpático e prestativo. Sebastião mora em Almirante Tamandaré há 25 anos, quando deixou Francisco Beltrão em busca de novas oportunidades.

Começou fazendo bicos até aprender a profissão. Hoje, com quatro filhos, não imagina voltar para a cidade natal. Tendo estudado até o quarto ano, sabe que as opções se estreitaram, mas já se acostumou com o trabalho de pedreiro e diz que nunca ficou parado.

Os serventes de pedreiros, bem mais jovens, estudaram mais, porém, não tiveram melhores chances. Donizeti Makohin, de 18 anos, estudou até o segundo grau, mas com a doença dos pais e a dificuldade financeira da família, agarrou a oportunidade na construção civil. Quando questionado sobre a possibilidade de escolher outra profissão, ele não exita. O sonho do jovem inclui construir com as próprias mãos a casa em que vai morar com a atual namorada. Com a construção finalizada, pretende voltar a estudar para arrumar um trabalho melhor.

 

ÂMBITO JURÍDICO, 14 de agosto de 2007
TST mantém reintegração de empregada com AIDS

“Presume-se discriminatória a dispensa sempre que o empregador tem ciência de que o empregado é portador do HIV e não demonstrou que o ato foi orientado por outra causa”. Com base neste entendimento, a Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) do Tribunal Superior do Trabalho não conheceu dos embargos propostos pela empresa Cryovac Brasil Ltda., mantendo decisão que, considerando discriminatória a dispensa, determinou a reintegração ao emprego de empregada com AIDS.

A ação trabalhista foi ajuizada por uma analista fiscal da Cryovac, contratada em dezembro de 1994, com salário de R$ 1.093,00, e dispensada sem justa causa em março de 1999. Segundo contou na petição inicial, em 1996 a empregada descobriu ser portadora do vírus HIV e ficou um ano afastada do trabalho, em licença médica. Disse que, ao retornar, passou a sofrer discriminação por parte da empresa, que colocou-a em uma sala isolada, sem ventilação, afastada dos demais colegas. Afirmou que foi destituída das funções anteriormente exercidas e passou a ser tratada “como um verdadeiro estorvo, passando de setor em setor”, até ser despedida.

A analista alegou, ainda, que, como soropositiva, não consegue novo emprego e, estando desempregada, não tem suportado o alto custo da assistência médica que necessita. Disse que a dispensa foi discriminatória e pediu indenização por danos morais no valor de 100 vezes sua última remuneração, reintegração ao emprego na mesma função inicialmente contratada e indenização por danos materiais no valor de 18 vezes sua remuneração mensal.

A empresa, em contestação, negou a existência de discriminação. Disse que, ao contrário do alegado pela empregada, assim que soube da doença providenciou médico especializado para acompanhá-la, psicólogo e assistente social. Sustentou que, mesmo no tempo em que a empregada esteve afastada por licença médica, manteve o acompanhamento especializado, pagando inclusive os medicamentos caríssimos de que ela necessitava, dentre eles o AZT, não fornecido pelo INSS. Alegou que a demissão se deu por motivos de reestruturação na empresa, o que levou à dispensa de vários empregados.

A ação foi julgada improcedente pela Vara do Trabalho. Segundo o juiz, as provas dos autos eram no sentido de que a empresa amparou a empregada sempre que necessário, sem praticar qualquer ato que causasse lesão à moral, à honra, à reputação ou à dignidade da trabalhadora. Insatisfeita, a empregada recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP), que manteve a sentença. De acordo com o acórdão, “não há preceito legal vigente que estenda ao portador do vírus HIV qualquer modalidade de estabilidade”.

Ao recorrer ao TST, a empregada saiu vitoriosa no pedido de reintegração com pagamento dos salários vencidos. Segundo o voto do ministro Lelio Bentes Corrêa, “em circunstâncias nas quais o trabalhador é portador do vírus da Aids e o empregador tem ciência desse fato, o mero exercício imotivado do direito potestativo da dispensa faz presumir discriminação e arbitrariedade”.

A empresa interpôs, sem sucesso, embargos à SDI, insistindo na tese de que não há norma jurídica que estabeleça a obrigação de manter empregado ou readmitir o portador de HIV, estando dentro da legalidade o exercício do poder de dispensa imotivada. A relatora do recurso na SDI-1, ministra Rosa Maria Weber Candiota da Rosa, destacou em seu voto que “o sentimento discriminatório não é tratado pelo Direito como causa irrelevante, no que se refere à denúncia do contrato de trabalho pelo empregador. Ao contrário, constitui fator repudiado com veemência pela ordem jurídica e cuja presença no ato da dispensa implica a sua ilicitude”. Segundo a ministra, a dispensa imotivada nesses casos é, na verdade, uma despedida motivada, “mas por motivo torpe, que vicia o ato, ensejando a sua nulidade”. (E-ED-RR-76.089/2003-900-02-00.9).

(Cláudia Valente)

Fonte: TST

 

ÂMBITO JURÍDICO, 14 de agosto de 2007
TRT invalida acordos firmados sob coação da empresa

A 2ª Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI) do TRT de Minas, por unanimidade, julgou procedente ação rescisória proposta pelo Ministério Público do Trabalho para rescindir dois acordos firmados na fase de execução entre ex-empregados e empresa executada. É que foi apurado no processo que os reclamantes foram pressionados a assinar os acordos, intermediados por pessoas ligadas à empresa e por advogados indiretamente contratados pela ré, tendo de aceitar as condições impostas em troca de postos de trabalho, a serem ocupados por eles ou seus familiares. Os empregados eram ainda ameaçados de dispensa caso os acordos não se concretizassem. Além do vício de consentimento em face da coação exercida por parte da empresa, os termos de acordo demonstram que não houve transação, mas verdadeira renúncia aos créditos trabalhistas em troca de emprego, sendo que a execução se arrasta desde 1996.

No caso, foram firmados dois acordos na fase de execução: o primeiro, homologado parcialmente pelo juízo de primeiro grau; o segundo, homologado, também de forma parcial, pelo TRT. Percebendo a coação econômica, a juíza de primeiro grau, se negou a homologar o acordo extrajudicial, oficiando o Ministério Público do Trabalho, que instaurou procedimento investigatório para apurar a denúncia, cujas investigações resultaram no ajuizamento da ação rescisória.

Para a desembargadora relatora, Denise Alves Horta, a análise dos documentos e depoimentos, inclusive do preposto, deixou evidente que a empresa, “valendo-se da precariedade dos postos de trabalho na região e de sua condição de maior empregadora, pressionava os ex-empregados, pessoas simples, a firmarem acordos – verdadeiras renúncias aos créditos trabalhistas incontroversos e há muito liquidados, em execução que há tempo se arrasta -, oferecendo, como moeda de troca, postos de trabalho, a serem ocupados por eles ou seus familiares, incutindo nesses trabalhadores fundado temor de dano iminente e considerável a si ou à sua família, pela possibilidade de privação do emprego, da própria sobrevivência digna, resta patente a coação, vício de consentimento a autorizar o corte rescisório, com fulcro no art. 485, VIII, do CPC”.

Acrescenta a desembargadora que a restrição da possibilidade de ajuizamento livre das reclamações trabalhistas, constitui violação dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e do livre acesso ao Judiciário.

Acompanhando o voto da relatora, a 2ª SDI admitiu a desconstituição da coisa julgada – ou seja, rescindiu os dois acordos homologados – determinando o prosseguimento da execução para a satisfação integral dos créditos trabalhistas devidos aos reclamantes.

( AR nº 01607-2005-000-03-00-3 )

Fonte: TRT3

 

ÂMBITO JURÍDICO, 14 de agosto de 2007
Negada prorrogação da hora noturna

Em votação unânime, a 12ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região negou provimento a recurso ordinário de um entregador, em processo movido contra uma editora, responsável pela publicação de um dos jornais que circulam em Ribeirão Preto. O reclamante cumpria jornada das 4 h às 7 h da manhã e pretendia receber, como noturnas, as horas trabalhadas a partir das 5 h. A Câmara decidiu que deveria ser mantida a sentença da 6ª Vara do Trabalho de Ribeirão Preto, fixando como noturna apenas a primeira hora da jornada, cujo pagamento havia sido feito pela reclamada com o adicional devido, conforme recibos juntados ao processo pela empresa.

“Somente pode ser considerada existente a prorrogação do trabalho noturno quando o empregado trabalha durante todo horário noturno”, resumiu, em seu voto, a juíza Olga Aida Joaquim Gomieri. Para que um trabalhador tenha direito à prorrogação, esclareceu a relatora, seria preciso que sua jornada fosse, por exemplo, das 22 h às 6 h, quando então, conforme estabelece o artigo 73 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), também seria considerada noturna a hora compreendida entre 5 h e 6 h.

A Câmara negou também a estabilidade decorrente de acidente de trabalho pretendida pelo autor em função de uma queda de moto sofrida às 11 h da manhã de 2 de novembro de 2005, 28 dias antes do encerramento do contrato de trabalho. O reclamante alegou, em depoimento pessoal, que àquela hora ainda fazia entregas para a reclamada, por causa de uma prorrogação excepcional da jornada, que, segundo ele, vez por outra acontecia. Sobre o fato de não ter comunicado o acidente à editora, o trabalhador limitou-se a afirmar, em depoimento, que tanto ele quanto seu irmão, que o acompanhava nas entregas, não teriam conseguido avisar a empresa do ocorrido. A editora rebateu, afirmando que a jornada jamais se estendia, sobretudo por tanto tempo. Informou, ainda, que o reclamante também trabalhava para outra empresa durante o período em que foi seu empregado.

Todas as alegações do entregador quanto ao acidente ruíram quando a outra empresa que o empregava à época do contrato de trabalho com a reclamada, em resposta a solicitação feita pelo juízo de primeira instância, informou que não só fora comunicada da queda como também pagara ao entregador os primeiros 15 dias de seu afastamento em decorrência do acidente, “dando a entender que foi no horário de trabalho prestado a esta segunda empregadora que o autor se acidentou”, concluiu a juíza Olga. “Ou seja: queria receber, pelo mesmo fato gerador, das duas empregadoras...”, lamentou a relatora. (Processo 262-2006-153-15-00-0)

Fonte: TRT15

 

ÂMBITO JURÍDICO, 14 de agosto de 2007
TST mantém penhora para saldar dívida milionária de frigorífico em SP

A Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho negou provimento a recurso movido pelo Frigorífico Gejota Ltda., da cidade paulista de Promissão, contra despacho que determinou a reunião de 530 sentenças trabalhistas numa única, com a penhora de parte de uma fazenda para sua quitação. O total da dívida chega a R$ 3,6 milhões. A SDI-2, seguindo o voto do relator, ministro Ives Gandra Martins Filho, manteve o entendimento adotado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP), de que o instrumento jurídico escolhido pela empresa – o mandado de segurança contra o despacho – não era adequado ao fim desejado.

Nas razões do recurso interposto no TST, o Frigorífico Gejota afirmou que, “após longa e produtiva existência”, passou por dificuldades que o levaram a demitir grande número de funcionários. Em decorrência, foram ajuizadas 530 reclamações trabalhistas, cujos valores variavam de R$ 306 a R$ 115 mil. As ações foram julgadas à revelia e, na fase da execução, o juiz da Vara do Trabalho de Lins (SP) ordenou a reunião das sentenças e a penhora de 300 alqueires paulistas, de uma área total de 900 alqueires, da Fazenda Corredeira de Santo Antônio. Determinou, ainda, o usufruto judicial da empresa: a renda média mensal obtida com o arrendamento do frigorífico, de R$ 25 mil, em vez de ser repassada aos proprietários da empresa, deveria ser depositada em juízo, para o pagamento dos débitos.

Ainda segundo as alegações do frigorífico, se “fossem observadas as sentenças individuais, os executados procederiam gradativamente aos correspondentes pagamentos, e, a esta altura, a maior parte das dívidas teria sido saldada. A reunião das reclamações, no seu entender, impediu o exercício de defesa, pois tornou impossível a interposição de embargos no prazo de cinco dias contados da data da penhora. “O cumprimento do prazo exigiria o ingresso de 106 embargos por dia, todos antecedidos do exame prévio de cada situação”, argumentou. O frigorífico questionou, também, a avaliação da fazenda, e pediu, no mandado de segurança, a suspensão do leilão, marcado para o dia 23 deste mês.

O TRT/Campinas indeferiu a liminar por entender que o despacho era passível de impugnação mediante recurso próprio – no caso, os embargos à arrematação (contra eventual arrematação do imóvel em hasta pública) e o agravo de petição, que não foi utilizado no momento oportuno. O frigorífico interpôs então o agravo regimental, igualmente rejeitado pelo TRT, e, sucessivamente, o recurso ordinário em agravo regimental ao TST.

O ministro Ives Gandra Martins Filho, em seu voto, ressaltou que é pacífico na jurisprudência do TST e do STF o não-cabimento de mandado de segurança quando a hipótese comportar impugnação por instrumento processual específico previsto em lei. “Dessa forma, o mandado de segurança não pode ser utilizado como sucedâneo de recurso ou de outro remédio jurídico idôneo a coibir ato ofensivo ao direito da empresa”, concluiu. (ROAG 1231/2006-000-15-00.2)

(Carmem Feijó)

Fonte: TST

 

Notícias do Tribunal Superior do Trabalho

14/08/2007
Prova falsa deve ser comprovada judicialmente

A Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI-2) do Tribunal Superior do Trabalho rejeitou recurso em ação rescisória movido pelos ex-sócios da Madeireira Balarotti Ltda., de Paragominas, no Pará, que pretendia suspender a execução da propriedade para o pagamento de dívidas trabalhistas. A alegação das partes era a de que a penhora baseou-se em prova falsa – uma certidão emitida por oficial de Justiça a respeito do título de propriedade dos bens executados. O relator, ministro Emmanoel Pereira, lembrou que a configuração de prova falsa exige comprovação mediante sentença criminal ou civil, inexistente no caso, e manteve decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (PA/AP) que julgou improcedente o pedido de rescisão.

Os recorrentes alegaram, em suas razões de recurso ao TST, ter havido cerceamento de defesa, uma vez que pretendiam comprovar a falsidade da certidão emitida pelo oficial de Justiça segundo a qual a madeireira seria de sua propriedade, “quando na verdade houve a transferência do título de domínio a terceiros”, sendo ambos apenas ex-sócios. Segundo eles, a denominação social da empresa, o maquinário e as instalações teriam sido vendidos em março de 2001, à exceção do terreno.

Em maio de 2000, a madeireira foi autuada por auditores fiscais do trabalho, que constataram que todos os seus empregados não possuíam registro em carteira de trabalho. Em junho de 2001, o Ministério Público do Trabalho da 8ª Região (PA) ingressou com ação civil pública para que a madeireira registrasse devidamente seus empregados. A ação foi julgada procedente, com fixação de multa diária de R$ 250,00 em caso de descumprimento. Ainda segundo os ex-sócios, como a obrigação foi descumprida pelos novos sócios, a multa diária foi executada.

O relator do recurso ordinário em ação ordinária no TST destacou em seu voto que são três os requisitos para a configuração da prova falsa de que trata o artigo 485, inciso VI do CPC: desconformidade entre o ocorrido e o provado; a prova da falsidade deve ser feita mediante sentença criminal ou civil transitada em julgado, ou no próprio processo de ação rescisória; e que a prova falsa tenha sido determinante para a condenação.

No caso julgado, o TRT/PA considerou existirem informações nos autos, além das prestadas pelo oficial de Justiça, que fundamentavam a manutenção da penhora. Entre elas, o Regional constatou que não houve registro na Junta Comercial de qualquer alteração de endereço da empresa; os endereços dos novos sócios constantes de alteração contratual sequer existiam; os ex-sócios continuavam residindo no endereço da empresa; um deles, pessoalmente, tomou ciência da penhora do terreno e assumiu o encargo de fiel depositário; e, mesmo na hipótese de sucessão, a madeireira continuava a exercer suas atividades no mesmo ponto e ramo comercial, e a sucessora responde solidariamente pelas dívidas trabalhistas da sucedida. Finalmente, a empresa não nomeou bens à penhora de quem alegava ser o real credor. “Verifica-se, após minuciosa análise da fundamentação, que o Juízo tomou por base para o indeferimento do pedido não só a certidão emitida pelo oficial de Justiça, mas inúmeros elementos probatórios acerca do título de propriedade da empresa”, concluiu o ministro Emmanoel. (ROAR-170/2006-000-08-00.4)

(Carmem Feijó)