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FETRACONSPAR, 23 de fevereiro
de 2007
Relatório da reunião do CPN realizada em São
Paulo
O companheiro Jorge Moraes, diretor da FETRACONSPAR
e representante da CNTI junto ao CPN - Comitê Permanente Nacional, esteve em São
Paulo, no último dia 14/02, onde participou de reunião do
comitê. A seguir confira o relatório.
ABERTURA E DISCUSSÕES
Dando início aos trabalhos o Sr. Laércio Fernandes, agradeceu
a presença de todos e informou sobre a ausência do Sr. Rinaldo
da DSST/DF, que devido a outros assuntos agendados não pode comparecer,
sendo que o companheiro Juarez Correia representante da DRT/SP, pede
que tal reunião com o Sr. Rinaldo deverá ser ordinária
devido a sua agenda, o qual fora colocado em discussão e em seguida
aprovado por unanimidade. Em seguida o Sr. Fernando informou da importância
de uma reunião com o Sr. Ministro do Trabalho com os representantes
do CPN, haja vista a possibilidade de ampla discussão dos problemas
atuais, ficando de ser agendada tal reunião.
PARTICIPAÇÃO DA OIT
Com a palavra o Sr. ZUHER HANDAR membro da OIT,
informou que não
estaria nesta reunião, com intuito de “enfiar goela abaixo” suas
propostas ao CPN, mas sim, está com o propósito de participar
como parceiro do CPN na geração de empregos. JORGE MORAES
disse que a bancada dos trabalhadores iria analisar as propostas relacionadas
a cooperativas, haja vista que a bancada tem suas restrições,
pedindo ao Sr. ZUHER HANDAR, para que detalhasse melhor a proposta. Foi
informado que a proposta é que o CPN crie um Sub-Grupo para poder
participar do PAC, ou ainda, que seja criado um grupo nacional onde o
CPN participe das discussões sobre o PAC, e que para a OIT seria
de suma importância ter um grupo que possa ter tais informações,
sugerindo que seja agendada uma nova reunião até o fim
de março, para que seja melhor discutido o assunto, o que fora
aprovado de imediato, inclusive com atuação do CPN junto
ao PAC - Programa de Aceleração de Crescimento.
ENCONTRO DO CPR
Sobre o encontro dos CPRs, ficou definido que será tratado mais
detalhadamente na reunião a ser realizada com a OIT em Março,
na qual será formado um grupo de Organização do
encontro, dando assim encerrado os trabalhos na parte da manhã deste
dia.
PARTE DA TARDE
Dando início aos trabalhos na parte da tarde, o Sr. Laércio
Fernandes, pediu que fosse feita a leitura da ata da reunião anterior
e em seguida feita algumas correções. Colocada em discussão
e votação, foi aprovada por todos.
O senhor coordenador deixou a palavra em aberto
para informes e assuntos gerais. Foi ainda informado sobre o “in grupe”, para que
todos se atualizassem afim de que sejam informados o mais rápido
possível sobre qualquer novidade. Foi também aprovado que
o coordenador do CPN envie ofício a todos parceiros do CPN para
conhecimento da pauta das reuniões.
Em seguida com a palavra o Sr. JUAREZ CORREIA representante
da DRT/SP, informou que a revista CIPA publicou uma matéria polêmica
sobre acidentes de trabalho, e que o CPN deveria se manifestar.
Foi ainda discutido sobre qual seria a pauta a ser
enviada ao Ministro do Trabalho, sobre a reunião a ser agendada, sendo que após
exaustivas discussões, foram observados 09 (nove) itens de pauta
a serem apresentados, que serão repassados aos membros do CPN.
Nada mais havendo a ser tratado, foi encerrada a
reunião às
18:00 horas.
AVALIAÇÃO
Jorge Moraes – Na minha avaliação, deixo claro a
importância da bancada dos trabalhadores no CPN poder participar
do grupo de discussão do PAC. Não há dúvidas
de que este é um dos programas que serão mais discutidos
com referência ao crescimento do País, e a construção
civil deverá ter uma arrancada maior do que a prevista. Não
poderia acontecer em melhor momento a reunião que será marcada
com o Ministro do Trabalho onde poderemos garantir nossa participação
no conselho do PAC.
LISTA DOS PRESENTES NA REUNIÃO
NOME |
ENTIDADE |
E-MAIL |
TELEFONE |
1. ANTONIO PEREIRA NASCIMENTO |
DRT/SP |
egantoniopereira@uol.com.br |
(11) 3150-8052 |
2. HARUO ISHIKAWA |
SINDUSCON SP |
- |
(11) 2275-9000 |
3.
JÓFILO MOREIRA LIMA
JÚNIOR |
FUNDACENTRO |
Jofilo.lima@fundacentro.gov.br |
(11) 3066-6105 |
4. JORGE MORAES |
CNTI / FETRACONSPAR |
sintracom-mga@wnet.com.br |
(41) 3264-4211 |
5. JUAREZ CORREIA B. JR. |
DRT/SP |
correia_barros@ig.com.br |
(11) 3081-6437 |
6. LAERCIO F. VICENTE |
FORÇA
SINDICAL |
cpn@sintraconsp.org.br |
(11) 3388-4800 |
7.
LUIZ CARLOS JOSÉ DE
QUEIROZ |
CONTICOM-CUT |
Luizqueiroz.sti@uol.com.br |
(11) 4748-1655 |
8.
MAURICIO JOSÉ VIANA |
FUNDACENTRO-PE |
mauricio@fundacentro-pe.gov.br |
(81) 3241-3643 |
9.
NOÉ DIAS AZEVEDO |
DRT/SP |
noea.drtsp@mte.gov.br |
(11) 3150-8049 |
10. SERGIO PAIVA |
SECONCI-RIO |
sergiopaiva@seconci-rio.com.br |
(21) 2101-2000 |
11.
SÉRGIO USJAN |
CNI/SINDUSCON-RJ |
ussan@cpod.net |
(51) 3340-9611 |
12. YVES MIFANO |
SECOVI-SP |
ym@cym.com.br |
(11) 5585-7787 |
13. ZUHER HANDAR |
OIT |
zuherhandar@yahoo.com.br |
(41) 9991-8703 |
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JORNAL
FOLHA DE SÃO
PAULO, 23 de fevereiro de 2007 | Brasil
Partidos têm aumento de 22% no repasse público
Fundo Partidário destinou R$ 148 milhões às siglas
em 2006; PT segue líder | Parte dos recursos foi liberada por decreto
de Lula no final de dezembro por "superávit" das multas
eleitorais de anos anteriores
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Os partidos, que têm reclamado da falta de recursos e de mudanças
na lei do Fundo Partidário, bateram recordes de recebimento de
recursos públicos no ano de 2006. Abocanharam R$ 148 milhões
do fundo, crescimento de 21,7% em relação ao ano de 2005,
incluindo recursos previstos no Orçamento da União e parte
do pagamento de multas eleitorais. Desde 2003, o valor se mantinha numa
faixa de R$ 121 milhões anuais. Entre 2004 e 2005, havia caído
0,2%.
O desempenho de 2006 deveu-se, em parte, à Justiça Eleitoral
ter decidido apertar a cobrança de multas, principalmente dos
candidatos, que tiveram de quitar os débitos para poder disputar
as eleições. Dos R$ 148 milhões distribuídos,
R$ 30 milhões vieram de parcelas de multas pagas desde 2003.
Uma parte desse valor, cerca de R$ 5 milhões, teve um empurrão
do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o TSE (Tribunal
Superior Eleitoral), um decreto presidencial do final de dezembro autorizou
o repasse desse valor, que era considerado superávit contingenciado
de multas pagas em anos anteriores e não repassadas aos partidos.
A divisão dos recursos entre os partidos obedece a regras definidas
em lei. Um dos critérios é o tamanho da bancada eleita
no Congresso Nacional.
O tesoureiro nacional do PT, Paulo Ferreira, e o
secretário nacional
de organização partidária do PSDB, Eduardo Jorge
Caldas, disseram que os recursos do fundo estão comprometidos
com a manutenção dos seus partidos, com o repasse obrigatório
de 20% aos institutos das siglas (Fundação Perseu Abramo,
do PT, e Instituto Teotônio Vilela, do PSDB) e com o pagamento
de dívidas contraídas pelas campanhas presidenciais de
Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin (PSDB). Por lei, os
partidos devem repassar 20% do fundo para as fundações.
O PT assumiu R$ 10 milhões em dívidas da campanha de Lula.
Disso, já pagou pouco mais de R$ 2 milhões aos credores,
segundo Ferreira.
O PSDB, que em 2006 assumiu R$ 19 milhões em dívidas da
campanha de Alckmin, também reduziu o valor em R$ 2 milhões.
As eleições de 2002, das quais o PT saiu com o presidente
da República e a maior bancada do Congresso, representaram alteração
significativa de posições entre PT e PSDB no ranking das
siglas que mais recebem recursos do fundo.
Acumulado
Os tucanos desceram do primeiro para o segundo lugar.
O PT pulou da quarta posição, com R$ 13,2 milhões em 2002, para
o primeiro lugar, com R$ 30,3 milhões em 2006 (ou 20,7% do total
distribuído no ano passado). O PSDB passou de R$ 17,6 milhões
para R$ 23,6 milhões (ou 15,5% do total distribuído em
2006).
Segundo o tesoureiro do PT, o fundo continua como
principal receita do partido, compreendendo 75% dos recursos do diretório nacional
petista. O PT e os partidos da base aliada do governo Lula registraram
alto crescimento proporcional de participação na divisão
do bolo do fundo. Enquanto a parte do PSDB subiu 33,8% entre 2001 e 2006
(sem o desconto da inflação do período), o PT apontou
128%.
O PR (ex-PL) cresceu 1.099% (de R$ 706 mil para
R$ 8,4 milhões).
O PSB o acompanhou, com crescimento de 801% (de R$ 968 mil para R$ 8,7
milhões). Entre os grandes partidos, o oposicionista PFL foi um
dos que menos cresceu, apenas 25% (de R$ 17,4 milhões para R$
21,8 milhões).
As 14 principais siglas do país receberam ao todo, entre os anos
de 2001 e 2006, R$ 685 milhões do fundo partidário.
Considerando o total distribuído, o PT também aparece
como o principal beneficiário, com R$ 130 milhões, o equivalente
a 18,9% do total. O PSDB ficou com R$ 117 milhões. Os recursos
do fundo podem ser usados para quase todo tipo de despesa, do pagamento
de passagens aéreas às despesas com campanhas eleitorais.
A prestação de contas é anual e deve ser entregue
ao TSE até o último dia de abril.
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JORNAL GAZETA DO POVO,
23 de fevereiro de 2007 | Economia
Comprovante de rendimentos deve ser entregue
até quarta-feira
As empresas e pessoas físicas que fizeram pagamentos com retenção
de imposto em 2006 têm até o dia 28 deste mês para entregar
a seus funcionários o Comprovante de Rendimentos. O documento é utilizado
pelos contribuintes para preencher a declaração do Imposto
de Renda.
O comprovante é importante para o trabalho de fiscalização
da Receita Federal. Os dados fornecidos pelas empresas por meio da DIRF
são cruzados com os prestados pelos trabalhadores na declaração
com base no Comprovante de Rendimentos.
A empresa que deixar de entregar o Comprovante de
Rendimentos dentro do prazo pagará multa de R$ 41,43 por documento.
O período de entrega da declaração de IR vai de
1.º de março a 30 de abril. Deve declarar quem obteve em
2006 rendimentos tributáveis superiores a R$ 14.992,32.
A expectativa do supervisor nacional do Imposto
de Renda, Joaquim Adir, é que
o número de declarações entregues neste ano atinja
23,5 milhões, contra 22 milhões em 2006.
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JORNAL
GAZETA DO POVO, 23 de fevereiro de 2007 | Economia
Fator sazonal eleva desemprego e reduz a renda em janeiro
Dados do IBGE mostram que trabalhador sem carteira assinada
perdeu mais
Rio – Pioraram as condições do mercado de
trabalho em janeiro: o desemprego cresceu e a renda caiu. Dados do
Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a taxa de desemprego
nas seis principais regiões metropolitanas do país ficou
em 9,3% em janeiro, maior do que a taxa de 8,4% apurada em dezembro do
ano passado e do que os 9,2% de janeiro de 2006. Já o rendimento
médio real dos trabalhadores nas seis regiões metropolitanas
pesquisadas – levantamento que não inclui a de Curitiba – atingiu
R$ 1.066,10, um recuo de 1,1% ante dezembro, mas crescimento de 4,7% em
relação a janeiro de 2006.
Para o gerente da pesquisa mensal de emprego do IBGE, Cimar Azevedo,
o aumento verificado em janeiro – tanto no desemprego quanto na renda – não
reverte a tendência de melhoria qualitativa do mercado de trabalho.
Ele explica que se trata de um movimento sazonal (específicos desta época
do ano), pois neste mês há demissões de trabalhadores
temporários contratados para o fim de ano e não há comissões
e benefícios, como ocorre em dezembro.
Azevedo diz que, mesmo que o rendimento apurado pelo IBGE seja o habitualmente
recebido, sem inclusão de bônus temporários, o forte
movimento de pagamento de benefícios no fim do ano não é totalmente
excluído na contabilidade dos rendimentos de dezembro e janeiro.
O gerente da pesquisa observa que, como o efeito
sazonal é muito
forte nos dados de janeiro comparativamente a dezembro, a maneira mais
adequada de avaliar o mercado de trabalho no primeiro mês do ano é confrontá-lo
com igual mês do ano anterior. Nessa comparação,
a taxa de desemprego “não apresentou variação
estatisticamente significativa”.
Os dados do IBGE mostram ainda que o número de pessoas desocupadas
(sem trabalho e procurando emprego) chegou a 2,1 milhões nas seis
regiões, com aumento de 10,7% ante dezembro e de 2,8% em relação
a janeiro de 2006. O total de ocupados somou 20,5 milhões, com
queda de 1,2% na comparação com dezembro e incremento de
2,6% em relação a janeiro do ano passado.
O IBGE destaca que a principal queda no rendimento
no mês, na
comparação com o mês anterior, ocorreu para os trabalhadores
por conta própria, com baixa de 4,6% em janeiro, ante dezembro.
No entanto, também para esta categoria, houve elevação
(5,5%) na renda em relação a janeiro de 2006.
O número de empregados com carteira assinada caiu 0,8% em janeiro
ante dezembro e cresceu 4,1% na comparação com janeiro
do ano passado, enquanto os empregados sem carteira tiveram queda tanto
na comparação com dezembro (-1,1%), quanto ante igual mês
do ano anterior (-3,3%).
São Paulo
A taxa de desemprego apurada pelo IBGE na região metropolitana
de São Paulo, o maior mercado do país, subiu para 10,1%
em janeiro, ante 9,0% em dezembro. Em janeiro de 2006, a taxa de desemprego
local havia sido de 9,2%. O aumento na taxa em janeiro de 2007 ocorreu
especialmente por causa do forte aumento no número de desocupados
(sem trabalho e procurando emprego) na região, de 12,2% em janeiro
ante dezembro e de 14,1% ante janeiro de 2006.
O rendimento médio real dos trabalhadores em São Paulo
caiu 2,1% em janeiro ante dezembro e aumentou 4,8% ante janeiro do ano
passado. O rendimento na região, que chegou a R$ 1.208,00 em janeiro, é bem
superior à média das seis regiões pesquisadas (R$
1.066,10).
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JORNAL
GAZETA DO POVO, 23 de fevereiro de 2007 | Economia
Caixa pode garantir recurso do FGTS
Rio – A
Comissão de Valores Mobiliários (CVM) considera
que a Caixa Econômica Federal e o Tesouro Nacional podem garantir
a remuneração de Taxa Referencial (TR) acrescida de 3% na
aplicação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
(FGTS) no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O presidente do órgão regulador, Marcelo Trindade, recebeu
ontem a visita de dirigentes de centrais sindicais e disse que a garantia
nesses fundos em geral é concedida pelo administrador, no caso
a Caixa. “Normalmente a garantia é dada pelo administrador’’,
afirma.
“O que a regulação não permite é que
o próprio fundo dê as garantias. A regulação
não proíbe que terceiros dêem garantia. Isso é perfeitamente
possível.’’
A medida provisória 349, que faz parte do PAC , prevê que
R$ 5 bilhões sejam usados nesse fundo de investimento. O valor
pode chegar a 80% do patrimônio líquido do FGTS. Ele totaliza
R$ 21,2 bilhões e é a diferença entre o patrimônio
total (R$ 184,3 bilhões) e o saldo das contas dos trabalhadores.
A MP prevê que o trabalhador possa aplicar 10% de sua conta apenas
nos projetos que serão contemplados pelo fundo de infra-estrutura
com recursos do FGTS. Nesse caso, os trabalhadores, quando forem autorizados
a investir no fundo, terão que assumir o risco de perdas.
O presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, afirmou
que tem reunião marcada na próxima semana com o governo
para tentar chegar a um entendimento sobre o caso.
As centrais estudam ainda a criação de um fundo de investimento
para aplicação em empresas consolidadas, mas sobre esse
ponto ainda não há consenso.
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JORNAL
GAZETA DO POVO, 23 de fevereiro de 2007 | Economia
Com inflação baixa, aumenta o poder de compra das famílias
Embora a renda do trabalhador tenha caído, a mesma pesquisa do IBGE
diz que o poder de compra das famílias aumentou nas seis principais
regiões metropolitanas do Brasil em janeiro. Conforme destacou o
gerente da pesquisa mensal de emprego, Cimar Azevedo, o rendimento médio
real per capita por domicílio nas seis regiões cresceu 5,9%
em janeiro ante igual mês do ano passado, acima do avanço
de 4,7% no rendimento médio real dos trabalhadores no período.
Ele explica que a renda domiciliar per capita é a razão
entre o rendimento proveniente de trabalho de todas as pessoas ocupadas
do domicílio e o total de pessoas do domicílio, excluindo
os pensionistas, empregados domésticos e parentes de empregado
doméstico. Na média das seis regiões, essa renda
chegou a R$ 661,80 em janeiro deste ano, ante R$ 624,95 em janeiro de
2006. O rendimento médio real do domicílio aumentou 5,6%
no período, passando de R$ 1.714,75 em janeiro do ano passado
para R$ 1.811,10 em igual mês de 2007. O principal fator é a
inflação baixa.
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Agência Câmara,
23 de fevereiro de 2007
Projeto cria registro de direito trabalhista pendente
O deputado Clóvis Rossi (PSB-PE) apresentou o Projeto de Lei 12/07,
que altera a Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto-Lei
5452/43) para criar um questionário em que o trabalhador anote mensalmente
as pendências trabalhistas existentes. "Esse é um instrumento
simples, que torna mais fácil coibir práticas abusivas das
empresas contra funcionários, como o não-pagamento de horas
extras", afirma o autor.
Rossi acredita que a medida deverá beneficiar também os
empregadores. "Creio que irá reduzir bastante o número
de solicitações descabidas e de má-fé que
ocorrem após as rescisões de contratos de trabalho em prejuízo
das empresas". De acordo com o projeto, o formulário deverá ter
duas vias, uma do empregado e outra da empresa.
Atualmente, no registro obrigatório para todos trabalhadores,
previsto na CLT, são anotados, além da qualificação
civil ou profissional do empregado, os dados relativos a admissão,
duração e efetividade do trabalho, férias, acidentes
e outras circunstâncias que interessem à proteção
do trabalhador.
Tramitação
A proposta, que tem caráter conclusivo, foi encaminhada às
comissões de Trabalho, de Administração e Serviço
Público; e de Constituição e Justiça e de
Cidadania.
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Diap, 23 de fevereiro de
2007
Um (novo!) fórum para a Previdência
(1)
Autor (a): Vilson Antonio Romero*
Desde que o Governo Lula ganhou,
pela primeira vez, a eleição
presidencial, em 2002, prometeu não promover rupturas nos contratos
e que qualquer modificação constitucional somente ocorreria
após amplo e democrático debate com toda a sociedade.
Ao assumir, o “amplo debate com a sociedade” foi materializado
com a formação do Conselho de Desenvolvimento Econômico
e Social, o chamado “Conselhão”, integrado por dezenas
de personalidade nacionais, entre elas mais de 40 empresários.
Num primeiro momento, lá em 2003, foram constituídos Grupos
Temáticos (GT) para debater as reformas tributária e previdenciária.
Apesar do pouco tempo dedicado à análise de tema tão
complexo - quatro reuniões - o GT da Previdência Social
finalizou seu relatório no início de abril do mesmo ano
com algumas unanimidades, chamadas “consensos”, que, em número
de 51, apresentavam, de fato, medidas de aperfeiçoamento da Previdência
e da Seguridade Social. A efetiva implantação da gestão
quadripartite, a eliminação de renúncias e desvios,
a criação do Cadastro Único, a centralização
dos recursos da seguridade social, a autonomia na gestão dos recursos,
a criação do fundo previdenciário, entre outras,
eram citadas como fundamentais para a consolidação do sistema
de Seguro Social brasileiro.
Quantos destes “consensos” o Governo, após toda a
mistificação do debate amplo no “Conselhão”,
aproveitou na proposta que resultou na Emenda Constitucional 20/2003?
Somente dois: a uniformização do teto para todos os poderes
e esferas de governo e a instituição da Previdência
Complementar para os futuros servidores!
Um outro “consenso”, o do equilíbrio contributivo
entre folha e faturamento, foi incorporado à Proposta de Emenda
Constitucional nº 41, que tratou da reforma tributária. Com
isto, evidenciaram-se os indícios de que o “Conselhão” foi “consultado” somente
para legitimar um projeto que já estava pronto, antes de começar
o debate.
No próximo dia 12 de fevereiro será instalado outro grupo
para debater a matéria: o Fórum Nacional de Previdência
Social, criado como uma das medidas do Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC) com a missão de discutir um novo modelo previdenciário
para o País a ser implementado gradualmente ao longo dos próximos
anos. Autoridades já mencionaram o ano de 2011 para entrada em
vigor de novas regras.
Pois este Fórum, em princípio, segundo o Decreto que o
criou, deverá “promover o debate entre os representantes
dos trabalhadores, dos aposentados e pensionistas, dos empregadores e
do Governo Federal com vistas ao aperfeiçoamento e sustentabilidade
dos regimes de previdência social e sua coordenação
com as políticas de assistência social, além de subsidiar
a elaboração de proposições legislativas
e normas infra-legais pertinentes”. Surgirá, inequivocamente,
um embate ideológico. Há os que pretendem reduzir cada
vez mais o tamanho do sistema previdenciário, como já revelado
na proposta divulgada pelos pesos-pesados da economia, as grandes confederações
empresariais, que integram este novo colegiado. Há os que defenderão
o papel social do Regime Geral de Previdência, que se reflete nas
economias da maioria dos municípios brasileiros e dos domicílios
que são mantidos pelo INSS em todo o Brasil.
Autoridades, inclusive, defendem uma nova metodologia
de apresentação
dos números da Previdência à sociedade, depurando
o conjunto de benefícios essencialmente contributivos e acrescendo à conta
do sistema todas as renúncias fiscais – cerca de R$ 14 bilhões
só em 2006 - decorrentes de incentivos a diversos setores da economia.
Com certeza, este já será um passo sério na direção
da transparência e da clareza neste debate que interessa e afeta
a vida de gerações e gerações de brasileiros.
Somente se espera que sejam arquivadas idéias pré-concebidas
e visões arraigadas de um e outro lado de modo a ser proposta
a construção de um modelo previdenciário que preserve
e mantenha a cidadania brasileira. E que este Fórum não
sirva somente para legitimar projetos que há muito lotam gavetas
oficiais na Esplanada dos Ministérios e nas Comissões do
Congresso Nacional.
No próximo artigo, analisaremos as propostas
existentes...
Vilson Antonio Romero é jornalista, diretor da Associação
Riograndense de Imprensa e delegado sindical do Sindifisp/RS – e-mail:
vilsonromero@yahoo.com.br – fone 51-99815788
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Diap, 23 de fevereiro de
2007
Um fórum para a Previdência
(2)
Autor (a): Vilson Antonio Romero*
O Fórum Nacional de Previdência Social se reúne
sob a égide de um novo paradigma, inclusive contábil, com
a segregação das contas do INSS dos gastos assistenciais
e das renúncias fiscais – isenções e incentivos
setoriais – de contribuições. Este mecanismo, apesar
de polêmico, traz maior transparência às contas públicas
e uma redução do peso político e financeiro jogado
sobre a previdência social, fazendo um déficit oficial de
R$ 42 bilhões em 2006 transformar-se em algo em torno dos R$ 4
bilhões.
Técnicos, estudiosos e palpiteiros de plantão trarão
seus projetos, abordando a matéria com maior ou menor seriedade.
Alguns lembrarão o fato de que, em 20 anos, o Brasil terá cerca
de 40 milhões de habitantes com mais de 60 anos, potenciais beneficiários
da previdência.
Além da uniformização das regras entre os trabalhadores
do setor público e da iniciativa privada, pesquisamos e arrolamos
várias teses, algumas conflitantes entre si, que, provavelmente,
serão defendidas no Fórum integrado por empregados, empresários,
aposentados e Governo.
a) Para os trabalhadores da iniciativa privada,
são propostas,
entre outras:
- a fixação de idade mínima para aposentadoria,
de até 67 anos, de forma gradativa, igual para ambos os sexos,
eliminando a aposentadoria especial para professores e a por tempo de
contribuição, permanecendo somente a por idade,
- a indexação de todas as aposentadorias a um índice
impedindo ganhos reais e desvinculando do salário mínimo;
- a redução gradual das diferenças entre sexos
e o fim do fator previdenciário;
- o estabelecimento de teto de até dois ou três salários
mínimos para o regime de repartição; acima disto
até o teto atual, regime público de capitalização
e além deste, planos privados;
- a gradual substituição da contribuição
sobre a folha por outra fonte de financiamento ou a redução
imediata das alíquotas das empresas para 15% e dos empregados
para 7%;
- a instituição de uma Renda Básica do Idoso, que
seria auferida a partir dos 67 anos, com ou sem contribuição,
no valor de meio salário-mínimo – o que não
seria previdência!;
- a extinção da aposentadoria rural – ou o trabalhador
do campo e seu empregador contribuem normalmente como os da cidade ou,
aos 67 anos, faz jus à Renda Básica;
b) Para os trabalhadores do setor público, são
propostas, entre outras:
- a aplicação do fator previdenciário;
- a imediata implementação do fundo
complementar para a categoria; e
- a instituição de fundo de previdência para o regime,
com contribuição patronal.
Como se percebe, há um universo de possibilidades a serem embasadas
com estudos técnicos que permitirão ao Fórum e,
posteriormente, ao governo tomar a decisão sobre o que remeterá ao
Congresso. Quiçá visando consolidar a previdência
como instrumento de cidadania e garantia de sobrevivência digna
ao trabalhador por ocasião da perda da capacidade laborativa.
(*) jornalista, diretor da Associação Riograndense de
Imprensa e delegado sindical do Sindifisp/RS – e-mail: vilsonromero@yahoo.com.br – fone
51-9981-5788
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Diap, 23 de fevereiro de
2007
Previdência Social: o presidente Lula tem razão
Autor (a): Álvaro Sólon de França*
A
Seguridade Social ocupa no texto da Carta constitucional um dos principais
capítulos do título relativo à Ordem Social. Compreende
um conjunto de ações, de responsabilidade dos poderes públicos,
nas áreas de saúde, previdência e assistência
social, dirigidas ao alcance de objetivos básicos de uma sociedade
democrática: o bem estar e a justiça social.
A concepção de Seguridade Social assumida pela Constituição
Federal de 1988 foi inovadora em relação aos preceitos
basilares dos programas sociais desenvolvidos até então
em nosso país, bem como constituiu significativo avanço
no campo da definição dos direitos fundamentais para um
exercício pleno da cidadania. O constituinte de 1988 não
foi imprevidente ao adotar o nosso modelo de Seguridade Social, pois
criou as fontes de custeio suficientes para o pagamento das despesas
do sistema, conforme previsto no artigo 195 da Constituição
Federal.
O conceito de Seguridade Social adotado na Carta
Magna de 1988, em que pese não haver sido implantado em sua plenitude, continua atual,
coerente e viável. Somente no ano de 2006 o superávit da
Seguridade ultrapassou os 40 bilhões de reais. Apesar de todos
esses objetivos nobres, a Seguridade Social brasileira tem sido vítima,
ao longo dos anos, de todos os tipos de ataques perpetrados pelos piratas
sociais de plantão que acusam principalmente a Previdência
Social de ser a causa dos rombos estratosféricos nas contas públicas.
Mas, o que os piratas sociais teimavam em esconder
agora está escancarado
com a declaração do presidente Lula, que recentemente afirmou: “"Tenho
dito que [o déficit] não é da Previdência
Social. É porque nós brasileiros resolvemos fazer a mais
forte política social que o país já fez. Isso é um
gasto que o Brasil tem que assumir com os seus pobres. Não vejo
nenhum problema."
Por outro lado, pesquisa desenvolvida pelo Instituto
de Pesquisa Econômica
Aplicada (IPEA) demonstra de maneira insofismável que os benefícios
previdenciários são arma fundamental no combate à pobreza
e na melhoria da distribuição de renda, comparáveis
aos impactos de programas sociais. Nas famílias rurais, a renda
de quem vive em lares com idosos é 44% maior do que nas residências
sem velhinhos, por causa da aposentadoria. No campo, nas casas sem aposentados,
82% das crianças são pobres.
Mas, nas residências com idosos, a proporção de
crianças pobres recua para 68%. A aposentadoria dos idosos sustenta
ou ajuda a apoiar cerca de 2 milhões de famílias na zona
rural, segundo levantamento de 2005. Em suma, os benefícios previdenciários
foram fundamentais para que 20 milhões de pessoas superassem a
linha de pobreza.
Mas o que querem os piratas sociais com a divulgação “equivocada” sobre
as contas públicas em geral, e da Previdência Social, em
particular? Todos sabem o que eles querem.
Está escrito nas entrelinhas das suas “consultorias”,
regiamente pagas pela banca nacional e internacional: benefícios
previdenciários e assistenciais desvinculados do salário
mínimo; salário mínimo com reajuste atrelado ao
crescimento do Produto Interno Bruto; Regime Geral de Previdência
Social contemplando somente valores até três salários
mínimos, de três a dez, compulsório privado, administrado
pelo sistema financeiro nacional e internacional; aposentadorias e pensões
dos servidores públicos atreladas aos fundos de pensão
administrados pelas regras do “mercado”; retirar o preceito
constitucional de que saúde é direito de todos e dever
do Estado; acabar com o ensino superior público gratuito; manietar,
com falta de recursos, o Poder Judiciário, e suprimir as prerrogativas
do Ministério Público.
Esses piratas sociais, que hoje fazem coro pela
reforma do sistema previdenciário
brasileiro, são os mesmos que exaltavam o sistema previdenciário
chileno, privatizado por Pinochet, e que hoje está sendo revisto
por uma posição corajosa da nova presidente do Chile, a
socialista Michelle Bachelet, que determinou um novo patamar de pensões
mínimas para os idosos e desamparados.
A Seguridade Social estampada na Carta Magna de
88 constitui um avanço
extraordinário na redução das nossas profundas desigualdades
sociais. Lutar pelo seu aperfeiçoamento é dever de todos
os brasileiros que querem uma nação mais justa e solidária.
Precisamos gerar em nossa sociedade um maior espírito de preservação
e de aperfeiçoamento da Previdência Social, estimulando
as chamadas "elites pensantes" a estudar com maior acuidade
o que representa a instituição na melhoria do padrão
de vida de tantas localidades que muitas vezes não fazem parte
do nosso mapa de preocupações.
Cremos que a Previdência Social está cumprindo o seu papel
na construção de um Brasil mais justo e solidário.
Destarte, conclamamos toda a sociedade para que nos ajude a aperfeiçoá-la,
tornando-a cada vez mais pública e eficaz, sob pena de sermos “pegos
de surpresa” pelos piratas sociais travestidos de arautos da modernidade,
mas que, na realidade, estão a serviço do sistema financeiro
nacional e internacional, até porque essa gente tem ojeriza à solidariedade
entre as pessoas e as gerações.
Assim como as pessoas, a Nação tem alma. A alma da Nação
brasileira é a Seguridade Social. Não podemos permitir
que os piratas sociais roubem também a nossa alma.
(*) Álvaro Sólon de França – Auditor Fiscal
da Previdência Social – Ex-secretário-executivo do
Ministério da Previdência Social – Autor dos Livros
A Previdência Social é Cidadania e A Previdência Social
e a Economia dos Municípios. E-mail: alvarosolon@uol.com.br
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JORNAL GAZETA MERCANTIL,
23 de fevereiro de 2007
Um plano para a próxima década
Brasília, 22 de Fevereiro de 2007 - Construção
civil propõe ao governo um "banco de projetos" para
o período pós-PAC. Os integrantes do setor de construção
civil querem aproveitar o clima favorável gerado pelo Programa
de Aceleração do Crescimento (PAC) para tentar emplacar
novo tema na pauta nacional. Em março, o setor vai sentar-se à mesa
com o governo federal para traçar um plano de prioridades para
a infra-estrutura da próxima década. A intenção é avaliar
as demandas e as possibilidades para começar a esboçar
planos que serão executados no período pós-PAC.
Especialistas avaliam que a discussão é necessária
porque o Brasil não conta com uma "prateleira de projetos",
como citou a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, no anúncio
do PAC. Se esse banco de idéias não for constituído
rapidamente, há chance de um "apagão" de planejamento
no início da próxima década.
Deve ocorrer em meados do próximo mês uma reunião
de técnicos dos Ministérios do Planejamento, Transportes
e Cidades com representantes do setor da construção civil.
No encontro, começará a discussão sobre as prioridades
das políticas públicas para a infra-estrutura no médio
e longo prazos. "Vamos colher a avaliação do governo
para estabelecer o norte dos grandes projetos do período pós-PAC,
para os próximos dez anos", disse o presidente do Sindicato
Nacional das Empresas de Engenharia Consultiva (Sinaenco), José Roberto
Bernasconi.
A reunião ocorrerá em um momento importante para a indústria
da construção. Com a promessa de que os recursos do PAC
não serão contingenciados pela equipe econômica e
diante do aumento do Plano Piloto de Investimento (PPI), projetos podem
começar a sair do papel com mais rapidez. Isso abriu a discussão
sobre a necessidade de alimentar o banco de projetos do País. "Se
nada for feito, esse será um dos gargalos da economia no médio
prazo. O projeto de uma grande obra demora dois ou três anos para
ser concluído. Por isso, temos que começar agora",
avalia o vice-presidente da Associação Paulista de Empresários
de Obras Públicas (Apeop), Carlos Zveibil Neto.
No governo, a preocupação também cresce. Durante
a apresentação do PAC no Congresso, a ministra Dilma Rousseff
classificou a criação de um banco de projetos como um dos
principais legados para o próximo governo. Ela citou que uma usina
hidrelétrica, por exemplo, precisa de cinco anos para ter o projeto
concluído. "Se não se constitui uma prateleira de
projetos, o País não dá seqüência ao
seu desenvolvimento. Um governo tem de ser cobrado pelo que fez durante
sua gestão e também pelo que legou para a próxima
gestão", disse.
Mesmo antes da reunião com o governo, Bernasconi diz que é possível
apontar para algumas diretrizes que devem dominar as discussões.
Ele aponta para o fortalecimento do transporte ferroviário, com
a possível implantação da ligação
expressa entre o Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas (SP). O
projeto, que é tema de discussão há anos, voltou
a ganhar força com o crescimento do transporte aéreo e
o conseqüente estrangulamento do setor. Além disso, grupos
estrangeiros têm estudado o mercado e há consultas informais
sobre qual modelo – concessão ou parceria público-privada
(PPP) – que poderá ser usado na ligação entre
as três cidades.
Ainda no transporte, um grande programa de ampliação e
modernização dos portos deve ser colocado em discussão.
Uma das intervenções seria em Santos, litoral paulista,
onde há estudo sobre a reformulação das ligações
férreas e rodoviárias, além da construção
de um túnel de 2,7 km entre as duas margens do canal do porto,
o que evitaria percurso de 45 km feito pelos caminhões. Nas rodovias,
o destaque deve ficar com a duplicação de trechos mais
distantes dos grandes centros, como no Centro-Oeste e Nordeste e interior
do Sudeste. Além da construção ou conclusão
de anéis viários em diversas capitais.
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ESTADÃO.COM / SÃO
PAULO, 23 de fevereiro de 2007 | Economia
Falhas no PAC podem condenar País à ´mediocridade´,
diz FT
Financial Times afirma que investimentos feitos
de forma errada podem posicionar o Brasil como um país ´subemergente´, abaixo de Rússia,
China e Índia
João Caminoto
LONDRES
- O jornal Financial Times publica nesta quinta-feira, 22, um extenso
artigo sobre o governo do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, com declarações do ministro da Fazenda, Guido
Mantega e da Ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. O diário
financeiro britânico questiona se o presidente irá pender
mais para a esquerda e afirma que falhas no plano econômico para
seu segundo mandato "poderão condenar o Brasil a ficar atrás" de
outros grandes países emergentes que compõem o grupo Bric
- Rússia, China e Índia. "Nas palavras do chefe de
pesquisa do banco WestLB em Nova York, Ricardo Amorim, o Brasil está parecendo
mais uma economia subemergente do que uma emergente", disse o jornal.
O FT observa que, na avaliação dos principais ministros
do governo, o Plano de Aceleração do Crescimento (PAC),
alicerçado no aumento dos gastos públicos em infra-estrutura,
obterá seu objetivo sem prejudicar a estabilidade financeira e
econômica. "Nós no governo Lula acreditamos que o trabalho
intenso feito ao longo dos últimos quatro anos para criar um ambiente
macroeconômico estável nos permite agora buscar um crescimento
econômico mais rápido", disse Rousseff, que segundo
o FT é "de facto" a primeira-ministra do governo.
O governo garante que mesmo com uma redução do superávit
primário com o objetivo de aumentar os investimentos em infra-estrutura,
a relação entre a dívida e o PIB, atualmente em
cerca de 50%, continuará declinando. "Entretanto, muitos
economistas consideram isso uma diluição da determinação
fiscal do governo, o que tornar menos provável uma vigorosa reforma
de mercado", disse o FT.
Mantega disse que o governo está consciente da necessidade de
remover as barreiras burocráticas ao crescimento e demonstrou
otimismo com o impacto da planejada reforma tributária. "Vamos
juntar todos nossos impostos indiretos num único imposto de valor
agregado nacional", disse o ministro. "Temos um cronograma
de trabalho no qual todas essas coisas vão acontecer e no dia
6 de março teremos nosso primeiro encontro com os governadores
de Estado."
Estímulo ao crescimento
Mas o FT observa que, segundo os críticos do governo, esses esforços
não são suficientes. "Muitos concluíram que
o governo está se tornando menos convencido de que a ortodoxia é o
caminho a ser seguido", disse. "Na verdade", acrescenta
o jornal, "o governo parece estar perdendo a disciplina fiscal que
manteve durante o primeiro mandato de Lula".
Segundo o FT, ao invés de cortar gastos ou implementar outras
reformas, o PAC deixa claro que o governo colocou toda sua fé no
poder do investimento para estimular a atividade econômica. Rousseff
disse que o plano pega "a variável do investimento como a
variável determinante para aumentar a taxa de crescimento econômico".
A ministra foi taxativa ao descartar uma reforma trabalhista. "Isso
não está na agenda do governo. Acreditamos que existem
outras prioridades maiores", disse Rousseff.
No entanto, segundo o FT, talvez as maiores dúvidas sobre o segundo
mandato de Lula estejam relacionadas a suas prioridades: crescimento
econômico ou melhora na distribuição de renda? "Na
verdade, se o persistente crescimento lento foi o fracasso do primeiro
mandato de Lula, seu notável sucesso ocorreu na distribuição
de renda", disse o jornal. "Programas de bem estar social baratos
e muitos direcionados, e, acima de tudo, inflação baixa
e preços altos na exportação de commodities ajudaram
a produzir melhoras nas condições de vida dos pobres que
tornaram Lula o presidente mais popular da história do Brasil."
Segundo o FT, o temor manifestado por alguns analistas
não é que
o segundo mandato de Lula vai tomar a rota do populismo. "O temor é que
ao fracassar em aproveitar a oportunidade oferecida pelas condições
benignas globais para reformular o Estado, ele condenará o país
a muitos mais anos de mediocridade", disse.
Gás boliviano
O jornal também avalia as negociações com a Bolívia
pelo gás natural dizendo que o País "poderá pagar
um preço pelo generoso acordo do gás" firmado na semana
passada com o presidente Evo Morales.
Segundo o diário britânico, a maneira como o acordo foi
estruturado parece o objetivo de "permitir que uma coisa seja dita
e outra aconteça". O preço que a Petrobrás
paga pelo gás natural permanecerá inalterado. "Mas
a Petrobrás vai pagar mais", disse. Segundo o jornal, o acordo
também envia "um sinal negativo para os investidores preocupados
com a incerteza regulatória". O FT observou que a ministra-chefe
da Casa Civil, Dilma Rousseff, numa entrevista recente, disse que o governo
está disposto a criar regras claras para os investimentos de longo
prazo. "O acordo da semana passada parece um passo na outra direção",
disse o jornal.
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ESTADÃO.COM / SÃO
PAULO, 23 de fevereiro de 2007 | Economia
País precisa voltar a trabalhar,
diz Meirelles
Essa foi a justificativa do presidente do BC
para uma série de reuniões
realizadas na Quarta-Feira de Cinzas, em meio a rumores de mudanças
na sua equipe
Adriana Fernandes
BRASÍLIA - Para justificar uma série de reuniões
em plena Quarta-Feira de Cinzas em meio aos rumores de mudanças
na sua equipe, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou
na quarta à noite que o Brasil precisa crescer e voltar a trabalhar
depois do carnaval.
"Hoje é Quarta-Feira de Cinzas e o carnaval já acabou.
Então, o País precisa voltar a trabalhar. Estamos retomando.
Afinal de contas o País precisa crescer", afirmou Meirelles,
depois de uma reunião de mais de uma hora com o ministro da Fazenda,
Guido Mantega. Antes de se reunir com Mantega no Ministério da
Fazenda, Meirelles teve um encontro reservado com o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva.
O encontro de Mantega e Meirelles, após a reunião com
o presidente, alimentou os rumores de que o Meirelles está fechando
a composição de uma nova equipe para a diretoria do Banco
Central. A reunião não estava prevista na agenda do ministro.
Meirelles classificou as reuniões de "rotina normal de trabalho",
mas se esquivou de responder sobre a sua permanência na presidência
do BC com mudanças na diretoria. "Com uma certa freqüência
nós nos encontramos, o que é uma reunião normal
de trabalho sem maiores implicações nesse sentido. Continuamos
trabalhando firme. Não me compete comentar sobre esse assunto
que é uma prerrogativa do presidente da República",
disse ele.
Diante da insistência dos repórteres sobre a saída
de alguns diretores, o presidente do BC respondeu: "Eu já mencionei
isso em outras oportunidades de que a partir do momento que houver uma
definição do presidente da República e, se essa
definição for no sentido de haver uma continuidade, certamente
será o momento de conversarmos com os diretores e, a partir daí,
determinar os planos de cada um", afirmou.
O diretor de Normas do Banco Central, Alexandre
Tombini, saiu antes de Meirelles da reunião com o ministro e foi ainda mais evasivo
quando questionado sobre o encontro: "Que reunião?",
perguntou.
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ESTADÃO.COM / SÃO
PAULO, 23 de fevereiro de 2007 | Economia
INSS convoca 285 mil que podem ter benefício
suspenso
Essas pessoas possuem benefício com final 9 e não atualizaram
seus dados quando foram convocadas pelo Censo Previdenciário,
em dezembro e janeiro
SÃO PAULO - O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) convoca
nesta sexta-feira, 23, 284.908 beneficiários que ainda não
compareceram para atualizar seus dados. Essas pessoas possuem o benefício
com final 9 e foram convocadas pelo Censo Previdenciário em dezembro
de 2006 e janeiro de 2007.
Esses beneficiários têm 30 dias para comparecer à agência
bancária onde recebem os pagamentos. Após 30 dias o benefício
será suspenso e permanecerá nessa condição
por mais 90 dias, período em que o beneficiário pode reativá-lo
no próprio banco, mediante a realização do Censo.
Segundo o site da Previdência, caso o Censo, ainda assim, não
seja feito, o benefício é cessado e só pode ser
reativado em uma Agência da Previdência Social. A partir
deste edital não haverá mais publicação de
editais de suspensão de benefícios, pois o texto já notifica
o beneficiário da suspensão, e posterior cessação,
caso os prazos não sejam cumpridos.
Na primeira etapa do Censo, realizada de novembro
de 2005 a agosto de 2006, dos 2.420.361 benefícios previstos, 69.366 (2,9%) não
fizeram o Censo.
Já na segunda etapa, iniciada em maio de 2006, dos 14.771.960
benefícios previstos, 1.654.697 (11,2%) não participaram
do recadastramento.
Representados
No sábado, 24, o INSS publica um edital inédito: Edital
de Notificação de Beneficiários - Representados
por Tutores, Curadores e Procuradores - Não Encontrados. Serão
31.332 benefícios cujos titulares fizeram o Censo por meio de
procuradores ou representantes legais.
Quando servidores do INSS fizeram pesquisa externa
(visita às
residências) para comprovação de vida do titular
do benefício, esses não foram encontrados no endereço
fornecido no ato do recenseamento.
Os titulares, ou seus procuradores/representantes
legais, têm
30 dias para comparecer à Agência da Previdência Social
e fornecer o endereço correto. Caso contrário, o benefício é suspenso
e permanece nessa condição por mais 90 dias. Após
esse período, o benefício é cessado.
Caso os titulares dos benefícios atendam a este chamado por meio
de representante legal, será emitida nova pesquisa externa para
a comprovação da vida do titular.
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ESTADÃO.COM / SÃO
PAULO, 23 de fevereiro de 2007 | Economia
INSS terá que devolver valor pago
a mais por aposentado
Decisão abre precedente para recuperação
de valores pagos indevidamente
SÃO PAULO - Decisão inédita do Superior Tribunal
de Justiça (STJ) abre a possibilidade de segurados recuperarem
valores pagos indevidamente ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
Com isso, o órgão terá que devolver as quantias
pagas a mais pelo aposentado João Braga Rodrigues, do Rio Grande
do Sul.
O STJ confirmou decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF-4) favorável ao aposentado, que decidiu filiar-se como segurado
facultativo da Previdência enquanto o Judiciário não
definisse sobre o pedido de aposentadoria, negado administrativamente.
João Braga Rodrigues tinha condições para se aposentar
em agosto de 1993, mas decidiu, em razão da negativa do INSS,
continuar contribuindo com a Previdência para não perder
a condição de segurado. O objetivo era não ter de
se submeter novamente a um período de carência, caso o Judiciário
julgasse ser improcedente o pedido. Em razão da quantia paga a
mais, pediu o dinheiro de volta.
O INSS se recusou a devolver os valores com o argumento
de que não
se tratava de uma contribuição obrigatória. A defesa
da autarquia justificou que o contribuinte facultativo está na
base de financiamento da seguridade social e faz parte do universo em
que se encontra o respaldo da solidariedade contributiva de todo o sistema.
Para o relator do caso no STJ, ministro Francisco
Falcão, no
entanto, é justa a solução dada pelo TRF da 4ª Região,
que acolheu a pretensão do aposentado de receber as quantias pagas
a mais, tendo em vista também que os valores pagos por Rodrigues
não vão corresponder a uma contraprestação
do INSS, segundo informações divulgada no site do STJ do
Distrito Federal.
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AGÊNCIA
BRASIL, 23 de fevereiro de 2007
Banco para a América do Sul é criado
em acordo entre Argentina e Venezuela
Da Agência Télam
Buenos
Aires (Argentina) - Entre os 18 convênios assinados entre
Argentina e Venezuela ontem (21) teve destaque a concretização
do Banco do Sul, para financiar projetos de desenvolvimento de países
mais pobres da América do Sul. A idéia partiu do presidente
venezuelano Hugo Chávez.
Chávez e o presidente argentino Néstor Kirchner ressaltaram
a importância do Banco do Sul. Um dos primeiros objetivos do banco
seria financiar parte do gasoduto entre Bolívia e Argentina.
Kirchner disse que o organismo deveria ter “uma filosofia diferente
de alguns bancos internacionais”, que “se converteram em
verdadeiros castigos para os povos”.
O chefe de Estado venezuelano deu alguns detalhes
sobre a constituição
da nova entidade financeira, que se formará, a princípio, "com
um capital inicial de US$ 1 bilhão" e que "terá 120
dias para a constituição e posterior assinatura do estatuto".
"Estão convidados todos os governos da América Latina",
disse Chávez. Ele adiantou que a sede central estará em
Caracas, capital da Venezuela, e que haverá outra em Buenos Aires.
O presidente venezuelano disse que Evo Morales, presidente da Bolívia,
e Rafael Correa, do Equador, já comunicaram a intenção
de "aderir" ao Banco do Sul.
"Nasce bilateralmente, mas sem abandonar a filosofia multilateral,
que é o fim último a conquistar, porque não é um
empreendimento entre Argentina e Venezuela, mas [um projeto] que podem
aderir todos os países da região, independente do bloco
[Mercosul ou Comunidade Andina de Nações] do qual pertençam",
ressaltou Kirchner.
O argentino assegurou que seu país e a Venezuela “são
e serão, por nossa concepção e por como entendemos
a construção de nossas realidade, absolutamente respeitosos
nas relações e nas situações internas de
cada país”.
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CONSULTOR
JURÍDICO,
23 de fevereiro de 2007
Tem de acertar
Casal separado deve pagar débitos
trabalhistas
Marido e mulher, mesmo
se estiverem separados, têm obrigação
de quitar débitos trabalhistas de empregada doméstica.
Com esse entendimento, a 6ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho
confirmou a responsabilidade solidária de um casal gaúcho,
separado judicialmente, pelo pagamento dos débitos trabalhistas
a uma empregada doméstica.
A particularidade do caso é a de que o ex-marido contratou a
empregada doméstica para a prestação de serviços
na casa de sua ex-mulher e filhas. Apesar da separação
do casal, a pendência da dívida trabalhista colocou os ex-cônjuges
lado a lado.
Durante o julgamento, a Turma negou Agravo de Instrumento
apresentado pelo ex-marido e manteve decisão do Tribunal Regional do Trabalho
da 4ª Região, favorável à trabalhadora.
Em 1998, ela entrou com processo pedindo o reconhecimento
do vínculo
empregatício e o pagamento das verbas trabalhistas. Argumentou
que prestou serviços em dois períodos distintos, entre
julho de 1989 e julho de 1992 e entre julho de 1994 e novembro de 1997.
O marido alegou que não poderia ser responsabilizado, pois já estava
separado judicialmente desde 1987. Segundo ele, a empregada prestou serviços à sua
ex-mulher, já que moram em casas diferentes. “Tanto a contratação,
que foi feita pela reclamada (ex-esposa), bem como a prestação
de serviço, foram feitos em favor da reclamada, o que deve ser
observado”, argumentou.
Em primeira e segunda instâncias, o pedido foi acolhido. O juiz
reconheceu o vínculo e determinou que o casal pagasse os períodos
de férias (simples e em dobro) acrescidas de um terço,
13º salário, aviso prévio e indenização
do vale-transporte. O Tribunal Regional do Trabalho gaúcho entendeu
que “o reclamado (ex-marido) assumiu responsabilidade na contratação
de uma empregada doméstica que executaria seus serviços
na residência de sua ex-esposa e filhas”.
No TST, o ex-marido sustentou que o vínculo de emprego entre
ele e a empregada doméstica seria impossível diante dos
requisitos dos artigos 2º e 3º da CLT. Esses dispositivos definem
como empregador aquele que assalaria e dirige a prestação
pessoal de serviço e, como empregado, a pessoa física que
presta serviços de natureza não eventual a empregador,
sob dependência deste e mediante salário. Acrescentou que
nunca foi empregador ou tomador de serviços da empregada que sequer
prestou serviços em sua residência.
O relator, ministro Horácio de Senna Pires, considerou válidos
os argumentos das decisões anteriores e ressaltou que para alcançar
o objetivo pretendido pelo condenado solidariamente, seria necessário
o exame de fatos e provas, procedimento vedado ao TST.
AIRR 89.968/2003-900-04-00.0
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Notícias
do Tribunal Superior do Trabalho
23/02/2007
TST mantém condenação de empresa que não
contratou aprendiz
A instrução normativa editada pelo TST em decorrência
da ampliação da competência da Justiça do
Trabalho pela Emenda Constitucional nº 45/2004 (reforma do Judiciário)
estabelece que a sistemática recursal aplicável às
ações relativas às penalidades administrativas
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização
das relações de trabalho é a mesma prevista na
CLT. Com esse esclarecimento do juiz convocado José Ronald Cavalcante
Soares, a Sexta Turma do TST rejeitou agravo de instrumento da Nazaré Comercial
de Alimentos e Magazine Ltda., de Belém do Pará, autuada
por irregularidades na contratação de menores aprendizes.
A empresa foi autuada pela Delegacia Regional
do Trabalho (DRT) por não cumprir a cota legal de contratação de menores
aprendizes e recorreu à Justiça do Trabalho com o objetivo
de anular o auto de infração, alegando que não
cumpriu a cota estipulada porque as vagas a serem preenchidas eram
em local insalubre e perigoso, no caso, a cozinha sem refrigeração.
A 5ª Vara do Trabalho de Belém, ao apreciar a ação
anulatória cumulada com pedido de tutela antecipada, julgou
totalmente improcedente o pedido, mantendo o auto de infração,
condenando a empresa ao pagamento de custas (R$ 100,00), calculadas
sobre o valor da alçada (R$ 5.000,00).
A empresa recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho
da 8ª Região
(Pará e Amapá), que negou provimento ao apelo. Inconformada,
a Nazaré Comercial de Alimentos e Magazine recorreu ao TST,
mas o recurso não foi remetido à Corte superior em razão
de deserção. Segundo o TRT, a empresa tinha a obrigação
de efetuar o depósito recursal como condição de
admissibilidade do recurso. Embora as custas tenham sido pagas, o depósito
recursal não foi efetivado. No agravo de instrumento perante
o TST, a empresa alegou que a decisão regional estaria “equivocada”,
já que não seria obrigada a recolher o depósito
recursal uma vez que a ação não envolve empregado
e empregador.
Ao manter a decisão que apontou o recurso deserto, o juiz relator
afirmou que a defesa da empresa “não se atentou para a
inovação introduzida pela reforma do Judiciário
(EC nº 45/2004), que alterou a redação do artigo
114 da Constituição Federal, outorgando competência
material à Justiça do Trabalho para processar e julgar
as ações relativas às penalidades administrativas
impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização
das relações de trabalho”. Após a EC 45,
o TST editou a Instrução Normativa nº 27/2005, segundo
a qual a sistemática recursal a ser observada nessas ações é a
mesma da CLT, inclusive no tocante à nomenclatura, à alçada,
aos prazos e às competências. Com isso, o depósito
recursal é requisito extrínseco do recurso, quando houver
condenação em pecúnia.
A questão de mérito, que
não chegou a ser apreciada
pela Sexta Turma do TST em face da deserção do recurso,
envolve a Lei nº 10.097/2000, que prevê a contratação
de um percentual de jovens de 14 a 18 anos sobre o quadro funcional
das empresas. São 5%, no mínimo, e 15%, no máximo,
de menores aprendizes que devem ser empregados. A Nazaré Alimentos
tinha em seu quadro, à época, 247 empregados. Se a cota
fosse cumprida, deveriam ser contratados 12 jovens. Porém, a
exigência da DRT restringiu-se a sete menores aprendizes, em
razão da especificidade das funções, mas nem assim
a empresa enquadrou-se. (AIRR 958/2005-005-08-40.6)
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