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Inovação no canteiro de obras

Startups apresentam soluções para a construção civil e mostram que, para quem tem criatividade e vontade de empreender, setor está cheio de oportunidades


por Mie Francine Chiba



A construção civil pode ser um celeiro para novas ideias. Prova disso é que, em encontro realizado no Construction Summit 2016, evento realizado pela Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema) e pelo WRI Brasil Cidades Sustentáveis na semana passada, startups apresentaram novos negócios voltados ao setor.


Mesmo em um setor tradicional, é possível encontrar novas oportunidades de negócios e inovação. As impressoras 3D e a possibilidade de construir casas mais rapidamente, de maneira mais sustentável e a um valor mais acessível, inspiraram Juliana Martinelli a desenvolver o protótipo de uma impressora 3D para a construção civil. A impressora, ligada a computador, é capaz de "imprimir" blocos de concreto e substitui, na visão da CEO da InovaHouse3D, os moldes nas fábricas de concreto.


A impressora dá origem aos blocos a partir de um projeto de uma casa inteira em três dimensões desenvolvido em softwares de modelagem. Cada bloco é impresso em camadas, assim como nas impressoras 3D já mais conhecidas. "A impressora pode ser usada em processos construtivos tradicionais ou pode substituir o uso de formas resultando em redução de preços, de resíduos gerados e de mão de obra."


Juliana explica que o uso de moldes tem implicações tanto no desperdício de materiais quanto na logística. "Se uma forma é muito específica, utiliza-se quatro, cinco vezes e tem que descartar. A impressora dá liberdade de formatos diferentes e a vantagem de não ter que fazer o transporte das formas, só a logística da máquina." Segundo ela, a previsão é que o uso da impressora resulte na redução de até 40% nos custos de uma obra.


Por enquanto, a startup, que é de Brasília, montou um protótipo de impressora de apenas um eixo. Mas o objetivo, ainda este ano, é conseguir R$ 30 mil de investimento para finalizá-lo.



Sobras


Nas sobras de materiais do canteiro de obras, a eStoks, de São Paulo, encontrou o combustível para uma plataforma de gerenciamento de excedentes da construção civil. O papel da startup é mapear, vender e dar destinação correta aos resíduos gerados pelas obras. De acordo com o diretor executivo, Arthur Rozenblit, vários fatores podem contribuir para gerar sobra de material nos canteiros de obras, como mudança de projetos ou erros nas compras. "Não é foco das construtoras dar liquidez a esses materiais, que acabam ficando em um canto e perdendo valor", lembra.

 

Para quem precisa de material, é uma oportunidade de adquiri-lo a um preço mais atrativo. Os ativos vão desde computadores e mesas da parte administrativa das obras, até materiais de construção e máquinas pesadas como betoneiras e bobcats. O diretor da eStoks ressalta que a plataforma é apenas uma intermediadora das vendas, algo como um "Uber da construção civil". Os negócios são realizados entre as próprias construtoras. Criada em 2012, a ferramenta hoje já é utilizada por grandes empresas como Odebrecht, Rossi e Cyrela, destaca Rozenblit.

 

 

 

Fonte: Folha de Londrina, 22 de junho  de 2016.

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