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Sindicalistas terminam protesto em frente à Assembleia Legislativa de SP


Sindicalistas terminaram na tarde desta quarta-feira (3) a manifestação realizada em São Paulo pela aprovação da pauta trabalhista no Congresso Nacional. Segundo a Polícia Militar, cerca de 58 mil pessoas participaram da caminhada organizada pela Força Sindical e outras centrais nacionais.

Os trabalhadores saíram da Praça Charles Miller, na Zona Oeste de São Paulo, e seguiram pela Rua Major Natanael, Avenida Doutor Arnaldo, Avenida Paulista, Alameda Joaquim Eugênio de Lima, Rua Caconde e chegaram à frente da Assembleia Legislativa.

Entre as reivindicações apresentadas, os sindicalistas pediram a já tradicional redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário; fim do fator previdenciário; regulamentação da terceirização; e garantir que 10% do Produto Interno Bruto (PIB) e 50% do Fundo Social do Pré-Sal sejam destinados para a educação.

Segundo a Força Sindical, 1.187 ônibus foram usados para transportar os trabalhadores da Interior paulista, Capital e da Região Metropolitana de São Paulo que participam da manifestação. Além disso, foram distribuídas 1,2 mil bandeiras e 40 mil coletes. O protesto causou lentidão na região da Avenida Paulista e da Assembleia Legislativa.

Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, disse que sentiu a falta da CUT em manifestação (Foto: Glauco Araújo/G1)Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical,
disse que sentiu a falta da CUT em manifestação
(Foto: Glauco Araújo/G1)

Paulo Pereira da Silva, presidente da Força, disse que os temas apresentados na manifestação foram discutidos no ano passado com todas as centrais sindicais, incluindo representantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT). "Sentimos a falta da CUT aqui na manifestação. Seria importante a presença deles, porque tenho certeza que eles trariam mais pessoas para essa mobilização. Temos divergências, mas nada que impedisse a participação deles."

De acordo com ele, a manifestação tem o objetivo de "pressionar o governo e o Congresso Nacional pela discussão da pauta trabalhista", disse Silva.

Críticas ao 'pacotão' industrial
Os sindicalistas aproveitaram o evento para criticar as medidas divulgadas nesta terça-feira (2) pelo governo federal para incentivar o setor industrial. Para Ubiraci Dantas de Oliveira, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), o governo deveria investir mais nas pequena, média e micro empresas.

"A proposta foi apresentada sem consulta da classe trabalhadora. Essa decisão é insuficiente para gerar empregos e ainda vai quebrar a previdência social. Quem vai pagar essa conta é o trabalhador. Se a presidente Dilma [Rousseff] acha que vai governar sem falar com o trabalhador, ela está enganada", disse Oliveira.

Entre as medidas apresentadas pelo governo federal para fornecer melhores condições de competição para as empresas brasilerias, estão as desonerações de tributos, como a manutenção do IPI baixo sobre material de construção, bens de capital (máquinas e equipamentos para a produção), além de caminhões e veículos comerciais leves. Também haverá mais agilidade, segundo o governo, no ressarcimento de R$ 13 bilhões em créditos dos 116 maiores exportadores.

Também foi estabelecida a recuperação rápida de créditos tributários das empresas e a desoneração da folha de pagamentos, mas somente para alguns setores, como o de confecções, além de calçados e artefatos, móveis. Estes são os segmentos industriais que mais reclamam da perda de competitividade com o recuo do dólar. Além disso, também haverá desoneração da folha para os setores ligados à tecnologia da informação (softwares).

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, a alíquota da contribuição patronal do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para estes quatro setores, que é de 20%, será zerada. Essa tributação, explicou ele, passará para o faturamento das empresas, com alíquota a partir de 1,5%, estabelecida de acordo com o setor.

Manifestantes terminaram protesto na Assembleia Legislativa de SP (Foto: Glauco Araújo/G1)


Fonte: G1, 04 de agosto de 2011

 

 

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