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Inventor da web lamenta os rumos que ela tomou e quer recriá-la

Tim Berners-Lee lidera um grupo que quer mais privacidade e segurança na rede mundial de computadores



O criador da web aparentemente não está muito satisfeito com o rumo que ela tomou. O físico e cientista da computação britânico Tim Berners-Lee se juntou a nomes como Brewster Kahle, renomado ativista das políticas online, na liderança de um projeto ainda embrionário de criar uma nova rede de computadores, mais descentralizada e privativa.


“Ela [a web] controla o que as pessoas veem e cria mecanismos para esta interação. Foi fantástica. Mas a espionagem, o bloqueio de sites, o redirecionamento de conteúdo levando a endereços maliciosos – tudo isso implodiu o espírito de colaboração da rede”, definiu Berners-Lee em um evento para debater o assunto neste mês, de acordo com informações do New York Times.


Ele se refere à rede mundial de computadores (word wide web), da qual foi criador em 1989, e não à internet em si. São duas coisas tecnicamente diferentes. A internet é a infraestrutura, basicamente a ligação entre os computadores. A rede (ou web) é o sistema que usamos para acessar o que está nestes computadores interligados.


Para os cientistas, a internet já é descentralizada, pois cada um cria seu próprio conteúdo. A web não: está nas mãos de poucos servidores, é acessada por somente alguns navegadores e um motor de busca (Google) é dominante.


Com isso, há perda de privacidade e liberdades, dizem os ativistas. Governos e corporações, por exemplo, podem ter acesso ao que está sendo postado. Se governantes quiserem, podem bloquear conteúdos – como é o caso da China, que censura uma grande quantidade de sites. Ou espionar seus cidadãos, como revelou Edward Snowden, um ex-funcionário da CIA, a agência de inteligência norte-americana.


Já corporações como Amazon e Google tornam-se espécies de guardiões da vida digital dos usuários. E cobram por isso.


O projeto dos cientistas busca meios com os quais os sites sejam distribuídos amplamente, mas sem estarem no domínio de um servidor e sem a necessidade de armazenar dados em serviços pagos, coimo as nuvens de Amazon, Dropbox e Google.





Fonte: Gazeta do Povo, 1º de julho de 2016.

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