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Adriane Werner: Você não tem noção, tá entendendo?

por Adriane Werner



Vícios de linguagem que tomam conta do nosso vocabulário podem ser nocivos aos relacionamentos profissionais e pessoais – é bom tomar cuidado com eles!


Não se sabe o que nos leva a desenvolver gírias, vícios de linguagem e outros costumes que tornam nossa fala coloquial e descontraída. Mas é provável que, desde que o ser humano começou a falar, tenha criado também o distanciamento entre a língua formal e as alternativas populares de se falar com os mais íntimos.


O problema surge quando essas expressões descontraídas começam a prejudicar nossos relacionamentos. É o caso dos vícios de linguagem muito perceptíveis. Por exemplo: se você fala “né” ao final de uma frase, de vez em quando, isso não chega a comprometer a qualidade de sua fala. Mas se o costume se instala e você começa a colocar “né” ao final de cada frase, ou a cada intervalo para respiração, todo mundo passa a perceber o caco como um vício de linguagem presente em sua fala. O impacto de sua fala junto ao interlocutor passa a ser negativo.


Pior ainda é quando a expressão que se instala como costume em nossa fala tem alguma conotação autoritária ou de desdém em relação ao outro. Os exemplos mais comuns, nas conversas atuais, são o “entendeu?”, o “tá entendendo?” e o “você não tem noção!”. São expressões agressivas, que podem fazer com que o interlocutor se sinta realmente confrontado. (“Por que ele pensa que eu não entendi?” “Será que me acha burro?” “Eu não tenho noção??? Tenho, sim!!!”... Pensamentos como esses são comuns entre as pessoas que convivem com quem tem o costume de usar as expressões agressivas e autoritárias acima.


Se costumes como esses são prejudiciais nos relacionamentos comuns, imagine, então, em relações profissionais, comerciais e de negociação. Podem, sem sombra de dúvidas, por tudo a perder. É claro que as relações profissionais têm ficado cada vez mais informais, e isso é até positivo, pois aproxima mais as pessoas. Mas a informalidade não pode ser justificativa para esse tipo de escorregão. Pense nisso!


(Adaptado do livro “Etiqueta Social e Empresarial”, de Adriane Werer – Editora Intersaberes)


* Adriane Werner. Jornalista, especialista em Planejamento e Qualidade em Comunicação e Mestre em Administração. Ministra treinamentos em comunicação com temas ligados a Oratória, Media Training (Relacionamento com a Imprensa) e Etiqueta Corporativa.




Fonte: Bem Paraná, 3 de outubro de 2016.

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