Os números da produção industrial no Paraná devem sair na próxima semana, mas economistas consideram que o Estado tende a se sair melhor do que outras regiões do País. A "salvação" deve sair das indústrias de alimentos e bebidas, que oferecem produtos de primeira necessidade, e papel e celulose, que são cotadas em dólares e exportadas.
O economista Roberto Zurcher, da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), alerta, porém, que até mesmo a produção de alimentos está levemente negativa no acumulado do ano. "A maior parte da nossa indústria é voltada ao agronegócio e pode ser que não sintamos tanto quanto regiões que produzem bens de capital", diz. "Embora o Paraná seja forte na indústria automobilística, que sofreu com a crise aqui e na Argentina, para onde exportamos", completa.
O coordenador do Núcleo de Macroeconomia e Conjuntura do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), Guilherme Amorim, considera que os setores que mais rapidamente se adaptarem à valorização cambial e cujas cotações internacionais não despencaram serão beneficiados. "O Paraná tem algumas vantagens por ser uma economia mais aberta ao exterior, mas, ainda assim, terá dificuldades", conta. "(Setor de) Papel e celulose terá um desempenho um pouco melhor porque depende menos da economia local", cita.
Entretanto, outro setor prejudicado e forte no Estado é o de petróleo e biocombustíveis. "A produção de asfalto, que é derivado de petróleo, foi trágica em 2015 devido à retração nos investimentos em infraestrutura", aponta o economista do Ipardes. (F.G.)
Fonte: Folha de Londrina, 08 de janeiro de 2016
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