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Poupe e se planeje para ter estabilidade financeira na velhice

 

Especialistas recomendam investir pelo menos 10% do salário e estabelecer metas de curto, médio e longo prazos

Com rentabilidade real baixa, ideal é começar a aplicar o quanto antes ou aumentar o volume dos investimentos

ANDERSON FIGOCOLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Aos 31 anos, Marcos Chiarelli Filho dedica parte de sua rotina diária pensando em como investir para ter estabilidade financeira na velhice.

O analista financeiro, que mora com os pais apesar de já possuir uma casa --que prefere manter alugada--, pretende se mudar apenas no ano que vem, quando planeja comprar um apartamento.

"Em 2009, fui desligado da empresa em que trabalhava e usei a indenização para dar entrada na casa. Com o aluguel, pago o financiamento. Assim, não comprometo meu salário, que poupo para a compra do apartamento."

Chiarelli é um exemplo do crescente número de brasileiros que pensam mais cedo em formar patrimônio para uma velhice financeiramente tranquila, dizem especialistas.

Bens como imóveis colocados para alugar são considerados patrimônio "ativo" --aquele que dá lucro.

Para o educador financeiro Mauro Calil, da Academia do Dinheiro, é esse tipo de bem, gerador de renda, que deve ser foco de investimento ao longo da vida. O patrimônio "passivo", como carros, que dão despesa, deve ser visto com cautela.

"Não estou dizendo para as pessoas não comprarem carros, por exemplo. Mas é preciso saber que os custos irão além do preço de aquisição, como gastos com combustível e seguro", diz Calil.

O consultor também afirma que o tempo é o maior aliado de quem pretende ter tranquilidade nas finanças.

"Quanto mais tempo houver para poupar, maior será a facilidade em formar patrimônio."

ORÇAMENTO

Antes de definir onde colocar o dinheiro, porém, é preciso fazer as contas para saber quanto do salário está comprometido com despesas do dia a dia --como prestação do imóvel, alimentação, escola dos filhos-- e quanto é possível usar para investir.

William Eid, professor da FGV (Fundação Getulio Vargas), recomenda poupar pelo menos 10% do salário.

"Quem está começando pode colocar o dinheiro na poupança para fazer o bolo crescer e depois procurar opções mais rentáveis."

Em seguida, é preciso estabelecer objetivos de consumo no curto prazo (um ano), médio prazo (até dez anos) e longo prazo (mais de dez anos).

Para quem está endividado, quitar os débitos deve fazer parte da lista de prioridades. É importante também tirar do salário, assim que chegar, o dinheiro da poupança.

AJUSTES

Em relação a investimentos financeiros, como fundos ou previdência privada, o poupador deve ajustar o valor aplicado pelos aumentos de salários.

"Quanto mais se ganha, mais se deve aumentar os recursos investidos", diz Eid.

"As rentabilidades reais, descontadas a inflação, estão muito baixas. Então, só há duas possibilidades de garantir um futuro tranquilo: aumentar o prazo de investimento, começando desde cedo, ou aumentar o volume investido."

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