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Sindicalistas rejeitam convocação do governo boliviano para negociar valor de aposentadorias

Os dirigentes da Central Obreira Boliviana (COB) recusaram ontem (7) a convocação do governo Evo Morales de debater o aumento do valor das aposentadorias a fim de evitar perdas econômicas ao Estado. Segundo informações da rádio Patria Nueva, o principal dirigente da COB, Juan Carlos Trujillo, criticou a maneira como o ministro do Trabalho, Daniel Santalla, convocou a reunião: "Não vamos comparecer a este diálogo que foi convocado através de uma nota."

A proposta da COB é de uma aposentadoria de até 8 mil bolivianos, o equivalente a R$ 2.300, para os mineiros com 35 anos de contribuição, e 5 mil bolivianos para os outros setores. Já o Ministério da Economia apresentou o valor máximo de 4 mil para o setor mineiro e 3.200 para os outros assalariados. Ontem (6), sindicatos filiados à COB bloquearam estradas em duas regiões e realizaram uma greve parcial para exigir de Evo Morales reformas na lei de previdência a fim de aumentar os rendimentos das aposentadorias.


A exigência básica da COB é fazer modificações nessa lei para permitir aos trabalhadores a cobrança de uma aposentadoria mensal com valor equivalente a 100% dos últimos salários que recebiam, e não apenas 70%, como fixa a norma. O governo acusa os sindicatos mineiros, que são dirigidos pela COB, de buscar rendas preferenciais para eles e colocar em risco um fundo que ajuda a aumentar as aposentadorias dos que recebem menos.



Hoje, o presidente boliviano em exercício, Álvaro García Linera, criticou a decisão dos dirigentes da COB: "Lamentamos a recusa. Fica claro para a opinião pública quem está disposto a dialogar com transparência. Alguns dirigentes estão defendendo algumas pessoas que ganham muito."

Paralisação 


Trabalhadores do setor de saúde e das universidades públicas também protagonizaram bloqueios em ruas de La Paz, enquanto em outras regiões os sindicatos definirão as medidas que serão aplicadas para somar-se à convocação da COB. A greve, por outro lado, teve um impacto menor em alguns hospitais e escolas dependentes do Estado. O transporte público, os estabelecimentos comerciais, os bancos e outros setores produtivos não aderiram às manifestações e mantiveram suas atividades normais.


Os principais bloqueios ocorreram no departamento central de Cochabamba, onde dezenas de trabalhadores interromperam o trânsito na estrada que liga essa região ao ocidente do país, segundo informações de rádios e emissoras de televisão locais.


Em entrevista coletiva em La Paz, o vice-presidente Álvaro García Linera disse hoje que o Governo está aberto ao diálogo, mas sob o princípio de "favorecer os que ganham menos".


O conflito ocorre um mês após o acordo, feito entre a COB e Morales, de um aumento salarial de 8%, acima do índice oficial da inflação de 2012, que foi de 4,5%.

 

 

 

 

FONTE: Rede Brasil Atual, 08 de maio de 2013

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