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Acidente de trabalho é um flagelo no país

Falta de segurança provoca 30 mil ocorrências por ano apenas no RS


No último dia 27, o Brasil comemorou o Dia Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho. No Rio Grande do Sul são cerca de 30 mil acidentes por ano. Entre os dias 15 e 23 deste mês, foram divulgadas três mortes por acidente: do operário Maurício Ernesto Dias, 39 anos, em uma construção de um prédio na zona Norte da Capital; do gari Carlos Alexandre de Souza Claudiano, 23 anos, em trabalho de recolhimento do lixo na zona Sul da Capital, e do técnico Eziel Rodrigues Betin, 19, em atividade numa torre de energia eólica, no Litoral Norte. Esses foram os dados trazidos a público porque, conforme especialistas e autoridades, muitos casos nem chegam a ser revelados.


De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), os acidentes de trabalho resultam na morte de 2 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, matando mais do que álcool e drogas somados. Conforme Simone Realli, especialista em Segurança do Trabalho, as áreas mais críticas são a construção e aquelas que exigem menos tecnologia. "A construção civil é a área mais fiscalizada e, por isso, recebe uma atenção importante. A agricultura e a mineração são setores que geram grande preocupação pelo trabalho braçal e, por muitas vezes, ocorre em locais insalubres", explicou. De acordo com dados da Previdência Social, são gastos anualmente R$ 57 bilhões com acidentes do trabalho. Só em março deste ano, foram pagos R$ 16,1 milhões em auxílio-doença para 17 mil trabalhadores.


Simone Realli destaca que as estatísticas escondem outro problema. "As subnotificações e a economia informal não entram nesses dados. Os números são mais graves", alerta. Na opinião dela, falta às empresas uma cultura de prevenção. "Sem dúvida, o investimento para evitar os acidentes custa menos e dá mais retorno. Acontece que as empresas não têm uma noção exata dessa diferença e acabam não colocando em seu planejamento a questão da segurança no trabalho", frisou. "Contratar um funcionário no lugar do que foi afastado tem uma série de implicações. A produtividade pode ser afetada, pois é necessário treiná-lo e capacitá-lo", observou.

Fonte: Correio do Povo, 01 de agosto de 2011

 

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