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Eletrobras quer cortar 30% do número de empregados até 2018

 

  Thiago Foresti/Folhapress  
Vista do linhão da Eletrobras que corta a Terra Indígena Mãe Maria, no Pará
Vista do linhão da Eletrobras que corta a Terra Indígena Mãe Maria, no Pará

NICOLA PAMPLONA
DO RIO

 

 

A Eletrobras pretende cortar 5.662 empregados, o equivalente a 30% de seu quadro atual, até 2018. Os cortes fazem parte do novo plano de negócios da companhia para o período entre 2017 e 2021, que prevê também redução de 29% nos investimentos e venda de R$ 4,6 bilhões em ativos.

A redução do quadro de empregados se dará por meio de dois planos: um de aposentadoria incentivada e outro de demissões na área administrativa. Os dois planos devem reder uma economia de R$ 1,536 bilhão por ano, informou nesta sexta (18) o presidente da estatal, Wilson Ferreira Jr.

O pagamento dos benefícios aos empregados que aderirem aos planos custará à companhia R$ 2,6 bilhões.

O pacote de corte de custos inclui ainda o corte de 57% no número de funções gerenciais, eliminando a figura do chefe de divisão e reduzindo o número de assessores do alto escalão. A nova estrutura será implantada em dezembro e vai gerar economia de R$ 67,8 milhões por ano.

O plano de negócios foi aprovado na semana passada pelo conselho de administração da companhia e segue modelo parecido ao elaborado pela Petrobras: com o objetivo de reduzir o endividamento, corta investimentos e arrecada novos recursos com venda de ativos.

A meta de R$ 4,6 bilhões em vendas de ativos deve ser atingida durante 2017, disse Ferreira, e considera a transferência de participações que as empresas do grupo Eletrobras têm em sociedades de propósito específico (SPE) montadas para construir projetos de geração e transmissão de energia.

Ele não quis detalhar quais são os projetos à venda. Citou, porém, o caso da hidrelétrica de Santo Antônio, onde Furnas tem uma participação de 39% e pode exercer o direito de acompanhar seus sócios na usina caso fechem a venda do controle.

Além disso, a empresa prevê já neste ano a entrada de pelo menos R$ 913 milhões com a privatização da distribuidora Celg D, que será leiloada no fim do mês. O valor refere-se à parcela da Eletrobras no preço mínimo de venda da usina.

Com os recursos, disse Ferreira, a empresa pretende reduzir sua dívida de R$ 43,64 bilhões para R$ 37,94 bilhões até o final de 2017. Segundo o executivo, a medida diminui em R$ 1 bilhão a necessidade de pagamento de juros no ano.

A dívida é considerada por Ferreira como o principal desafio da Eletrobras. Hoje, a relação entre endividamento líquido e geração de caixa está em 8,74 vezes —isso quer dizer que a empresa precisaria de quase 9 anos para pagar sua dívida com o dinheiro que gera em um ano.

O teto considerado ideal pelo mercado para empresas de energia está em cinco vezes. Quando o valor está acima disso, os bancos cobram mais caro para emprestar dinheiro.

Ferreira diz que, com as medidas propostas, a empresa deve chegar a um índice inferior a 4 vezes em 2018.

O plano prevê investimentos de R$ 35,8 bilhões até 2021, 29% a menos do que a previsão do plano anterior. O orçamento inclui R$ 10 bilhões para a usina nuclear de Angra 3, cuja conclusão ainda está sendo estudada.

De acordo com o presidente da Eletrobras, um trabalho sobre a usina deve ser finalizado até dezembro. Ele acredita, porém, que não acredita que as obras possam ser concluídas em 2021, última previsão feita pelo governo.

Enquanto está parado, o projeto custa à Eletrobras R$ 1,4 bilhão por ano, em pagamento de dívidas contraídas para as obras e manutenção de contratos assinados para a usina. 

Fonte: Folha de S.Paulo, 19 de novembro de 2016.

 

 

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