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Sindicalismo e Campanhas Salariais: Cenário é adverso aos trabalhadores, afirma Silvestre

O programa Repórter Sindical na Web abriu a série “Sindicalismo e Campanhas Salariais” nesta quinta (6), na TV Agência Sindical. O entrevistado foi José Silvestre Prado de Oliveira, coordenador de Relações Sindicais do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). 

O economista fez um balanço das campanhas das categorias com data-base no primeiro semestre. Também analisou as perspectivas das negociações salariais neste segundo semestre, falou das taxas de juros absurdas e da necessidade de manter o Estado como ente ativo. 

Negociações - Prado explica que os resultados do primeiro semestre de 2016 foram piores na comparação com 2009 – período logo após o início da crise econômica mundial. Ele destacou que o cenário atual é altamente adverso.

“Tivemos uma conjuntura que combina inflação elevada, queda da atividade econômica, aumento do desemprego, queda na renda, restrição do crédito em razão dos aumentos da taxa Selic. Tudo isso configura um cenário muito difícil para negociação”, disse. 

Silvestre afirma que esse quadro econômico resultou em negociações com ganhos reais de salário em que apenas 25% das negociações tiveram aumento acima da inflação. “A trajetória dos últimos anos atingia patamares de negociações da ordem de 80%”, observou. 

Categorias - O técnico do Dieese informou que no segundo semestre de 2016 os dados revelam situação semelhante ao primeiro semestre. “Na média, o cenário é adverso aos trabalhadores. Mas categorias com tradição ainda não fecharam as negociações, caso dos petroleiros e químicos”, pondera.

Juros - Outra questão fundamental apontada pelo entrevistado diz respeito aos juros altos. “Nós continuamos com a taxa de juros absurda. A mais alta do mundo. O Brasil transfere anualmente em 500 bilhões em pagamento de juros, que são recursos do tesouro transferidos para o sistema financeiro”. Ele orienta: “As Centrais e os Sindicatos precisam estar atentos para o debate e enfrentamento da taxa de juros”. 

Desemprego - “O desemprego implica em crise social e tem efeito negativo sobre a atividade econômica”, disse. Silvestre lembra: “A taxa de desemprego elevada pressiona para baixo a renda e salários de trabalhadores que estão no mercado. Afinal, a oferta de mão de obra é muito maior que a demanda que o mercado de trabalho faz para contratação”, comentou. 

Ele alerta: “É necessário uma mudança do papel do Estado no Brasil. As forças que estão no governo atualmente atuam no sentido de ter uma política econômica voltada às condições de fora do País, do que propriamente para melhoria e distribuição de renda”. 

Assista - O programa está disponível em nosso canal do YouTube. Clique aqui e assista.

GUARULHOS - O Repórter Sindical na Web é exibido aos sábados na TV Guarulhos, das 20h30 às 21h30. Canal 3 da NET. Assista. Divulgue.







Fonte: Agência Sindical, 10 de outubro de 2016



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