Imprimir PDF

Fraco desempenho da indústria do Brasil deve continuar, aponta índice

por Érica Fraga




A produção da indústria brasileira teve, em agosto, sua maior queda desde janeiro de 2012. Dados de setembro indicam que o setor manteve o ritmo fraco, amargando o pior desempenho em um grupo de 28 países desenvolvidos e emergentes relevantes. Com esse resultado, o processo de fraca recuperação do setor -que vinha se expandindo a um ritmo lento havia cinco meses- foi interrompido. Segundo o IBGE, a atividade industrial recuou 3,8% em agosto na comparação com julho, contra uma contração média de 3,1% esperada por economistas do mercado financeiro. Indicadores preliminares de setembro apontam para a continuação de um desempenho fraco da indústria brasileira. É o que mostra, por exemplo, o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês), que tenta prever o comportamento do setor com base em informações como ritmo de novas encomendas, contratações e nível de estoques. Por esse indicador, calculado pela consultoria IHS Markit, a indústria brasileira teve, em setembro, o pior resultado entre 28 países pesquisados. Segundo o PMI -que é bastante seguido por economistas do mundo todo- o índice que mede a atividade do setor industrial no país mudou pouco entre agosto e setembro, passando de 45,7 para 46 e continuando em terreno negativo (números abaixo de 50 indicam contração). Outros emergentes grandes, como Índia, México e Rússia, registraram expansão, e a China ficou, relativamente, estável. A principal causa da fraqueza da indústria brasileira, entre os fatores capturados pela IHS Markit em entrevistas com representantes do setor, foi a debilidade de novas encomendas, que havia ensaiado uma recuperação em meados do ano. A pesquisa feita pela FGV que mede a confiança do setor industrial também apontou para um recuo da demanda verificada pela indústria em setembro para o nível mais fraco desde maio. Segundo Aloísio Campello, superintendente de estatísticas públicas da FGV, a retomada da indústria brasileira no primeiro semestre se deveu, principalmente, à desvalorização do real ocorrida em 2015. Isso impulsionou as exportações do país. Com a apreciação do câmbio, na esteira da transição política, parte desse impulso foi anulado. "Os indicadores mais recentes mostram que a indústria perdeu o impulso do crescimento e vai depender agora da recuperação da demanda interna que, no entanto, continua muito fraca", diz Campello. Em agosto, a queda da produção industrial, medida pelo IBGE, foi generalizada, ocorrendo em 21 de 24 segmentos pesquisados pelo IBGE. Os segmentos de alimentação e automóveis foram os que mais contribuíram para a contração final da indústria. Embora o setor de bens de capital tenha continuado uma trajetória de retomada em agosto, o resultado da área de construção civil foi bastante negativo. A combinação entre esses dois segmentos representa o desempenho dos investimentos no país.




Fonte: Bem Paraná / Folhapress, 5 de outubro de 2016.

FETRACONSPAR - Federação dos Trabalhadores nas Industrias da Construção e do Mobiliário do Estado do Paraná
Rua Francisco Torres, 427 - Centro - Cep. 80060-130 | Curitiba - Paraná | Brasil

Fone: (41) 3264-4211 | Fax: (41) 3264-4292 | Email: fetraconspar@fetraconspar.org.br