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Deutsche Bank preocupa mercados; Bolsa cai 1,69% e dólar sobe 1,05%

por Eulina Oliveira



O nervosismo dominou o mercados financeiros na tarde desta quinta-feira (29), com o aumento das preocupações em torno da saúde do Deutsche Bank. Ações do setor financeiro recuaram junto com as Bolsas no Brasil e nos EUA, e o dólar ganhou força frente às principais moedas. As ações do banco alemão vinham sendo pressionadas depois que o Departamento de Justiça americano passou a cobrar US$ 14 bilhões da instituição para encerrar o caso referente a hipotecas. Nesta quinta-feira, a notícia divulgada pela agência Bloomberg de que alguns fundos desmontaram posições e retiraram parte do dinheiro alocado no Deutsche Bank foi suficiente para azedar o humor nos mercados. No Brasil, o dólar comercial fechou em alta de mais de 1%, e o Ibovespa caiu 1,69%. Os juros futuros e o CDS, indicadores de percepção de risco, subiram. "O governo alemão disse que não vai socorrer o Deutsche Bank, mas é impensável deixar um banco desse porte quebrar", avalia André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos. "Afinal, trata-se do maior banco alemão." José Faria Júnior, diretor-técnico da Wagner Investimentos, destaca que os bancos europeus vêm enfrentando dificuldades com a política de juros baixos, que prejudica a rentabilidade. "O temor é de que o problema do Deutsche leve a um contágio do sistema financeiro global." Além disso, o Commerzbank, o segundo maior banco alemão, anunciou nesta quinta-feira que cortará 9.600 empregos e suspenderá o pagamento de dividendos.



BOLSA


O Ibovespa operava em baixa no início da tarde, mas aprofundou as perdas com a notícia sobre o Deustche Bank. O índice fechou em queda de 1,69%, aos 58.350,57 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,3 bilhões. No setor financeiro, Itaú Unibanco PN caiu 2,54%; Bradesco PN, -1,65%; Bradesco ON, -1,83%; Banco do Brasil ON, -2,91%; Santander unit, -2,70%; e BM&FBovespa ON, 2,17%. As ações da Petrobras fecharam em queda, após a forte valorização da véspera, com o acordo da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para limitar a produção. Petrobras PN caiu 3,03%, a R$ 13,43, e Petrobras ON recuou 1,69%, a R$ 15,07. O petróleo fechou em alta alta nesta quinta-feira. Os papéis da Vale caíram 1,58%, a R$ 15,55 (PNA), e 1,09%, a R$ 17,99 (ON).



CÂMBIO E JUROS


O dólar comercial fechou em alta de 1,05%, a R$ 3,2550, depois de ter atingido a máxima de R$ 3,2700 logo após a notícia de que fundos retiraram recursos do Deutsche Bank. A moeda americana à vista fechou em queda de 0,48%, a R$ 3,2301, antes da turbulência nos mercados. Pela manhã, com tem ocorrido diariamente, o Banco Central leiloou 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalentes à compra futura de dólares, no montante de US$ 250 bilhões. Para esta sexta-feira, a autoridade monetária anunciou o leilão de uma linha para venda de até US$ 4 bilhões, sendo R$ 2,4 bilhões para renovação de contratos já existentes e US$ 1,6 bilhão em dinheiro novo. O BC tem realizado leilão de linha todo fim de mês, mas apenas para renovação. A novidade é a linha nova. Para José Faria Júnior, da Wagner Investimentos, a medida do BC se deve ao fluxo cambial, que ficou muito negativo na semana passada, e também à alta recente do cupom cambial. "Isso indica uma falta de dólares no mercado", afirma. No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 subiu de 13,750% para 13,770%; o contrato de DI para janeiro de 2018 avançou de 12,160% para 12,200%; e o contrato de DI para janeiro de 2021 passou de 11,530% para 11,620%. O CDS (credit default swap) de cinco anos brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, subia 3,08%, aos 275,882 pontos.



EXTERIOR


Em Nova York, o índice S&P 500 perdeu 0,93%; o Dow Jones caiu 1,07%; e o Nasdaq, -0,93%. Os ADRs (American Depositary Receipts, ou recibo de ações) do Deutsche Bank terminaram em baixa de 6,67%. A notícia sobre o Deutsche foi divulgada após o fechamento do pregão na Europa. A Bolsa de Londres terminou com ganho de 1,02%; Paris, +0,26%; Frankfurt, -0,31%; Madri, +0,64%; e Milão, +0,72%. Na Ásia, as principais Bolsas subiram, repercutindo o acordo da Opep.




Fonte: Bem Paraná / Folhapress, 30 de setembro de 2016.

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