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Renda feminina avançou 66,6% na última década

Pesquisa aponta que massa de renda feminina avançou 66,6% na última década; entre os homens, o incremento foi de 40%

 

 

O papel de coadjuvante deixou de acompanhar as mulheres há muito tempo. Em vários aspectos elas têm se destacado ao longo dos anos e no mercado de trabalho não é diferente. A pesquisa ''Expectativas 2012'' realizada pelo Instituto Data Popular entre dezembro de 2011 e janeiro de 2012, com 1.019 entrevistados em todo o País, mostra que neste ano, as brasileiras devem movimentar R$ 717,1 bilhões. O número é baseado na projeção da renda feminina. 


Segundo o levantamento, a massa de renda das mulheres cresceu 66,6% nos últimos 10 anos. Em 2002, o valor somava R$ 430,5 bilhões. Já a dos homens registrou 40% de crescimento, saltando de R$ 798,5 bilhões em 2002 para R$ 1,1 trilhão em 2012. Em relação ao mercado de trabalho, a projeção é de que o número de postos formais ocupados por mulheres tenha aumento de 74,6% no comparativo com 2002, enquanto a presença dos homens deve crescer 59,5%. 


A coordenadora do Laboratório de Finanças Pessoais da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, Ana Paula Mussi Cherobim, observa que em momento de aquecimento da economia há muitas oportunidades de trabalho e, como havia mais mulheres fora do mercado que homens, nos últimos anos elas assumiram novos cargos e, com isso, a massa da renda feminina aumentou. ''Falta mão de obra e elas assumiram muitos postos como no período de guerra, quando as mulheres foram trabalhar para substituir os homens que estavam fora'', compara. 



Ana Paula lembra que até a década de 1980, as mulheres deixavam o trabalho para ficar em casa com filhos. Já a partir de 1990 esse cenário mudou. ''Com rendimento melhor, vale a pena sair de casa e pagar escola para cuidar dos filhos. O que não acontece quando há um desaquecimento econômico'', afirma. ''Além disso, depois que está trabalhando, a mulher não se sujeita a voltar atrás'', reitera. 



De acordo com a pesquisa do Data Popular, na última década, houve aumento no percentual de mulheres ocupando cargos de chefia. Em 2003, 30,1% eram dirigentes de empresas e organizações, já em 2010, elas ocupavam 34,3% destes postos. No mesmo período de comparação, a presença de mulheres como gerentes saltou de 33,2% para 38%. Em 2003, 68,3% delas eram diretoras e gerentes em empresas de interesse público e em 2010 elas representaram 71,2%. 



O estudo revela, também, que as mulheres têm acompanhado as mudanças econômicas da sociedade. Prova disso é que atualmente há 98,6 milhões de mulheres no País e mais da metade pertence à classe média. Em 2001, o percentual delas eram 38,6%, em 2011 esse número subiu para 54,6% e a projeção para 2012 é de 56,7%. O percentual da elite brasileira também cresceu: de 8,6%, em 2001, para 10,9% no ano passado. 



''Elas (da classe C) são o retrato de um Brasil que mudou e da própria melhoria de renda dessas mulheres, que aos poucos deixam as classes emergentes, D e E, para integrar a nova classe média brasileira'', afirma, em nota, Renato Meirelles, sócio-diretor do Data Popular. 



A pesquisa aponta, ainda, que os homens se sentem mais infelizes (25,6%) que as mulheres (20,3%) quando comparam o momento atual com o ano anterior. Além disso, as expectativas delas para 2012 são de melhoria para a saúde própria - 75,2% das entrevistadas têm visão otimista -, para a vida amorosa (76,7%), financeira (83,3%), profissional (83,3%), na família (87,1%), vida no geral (87,8%), e também para o Brasil (67,1%) e o mundo (58,8%).


 

 

Fonte: Folha de Londrina, 12 de março de 2012

 


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