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Governo liga serra elétrica contra segurados da Previdência


A reforma da Previdência, proposta pelo interino Michel Temer (PMDB), já ligou o motor da serra elétrica em direção aos segurados. Além de tentar aumentar a idade para as aposentadorias, o interino ataca os afastados por auxílio-doença e acidentes.

Às novas orientações, e restrições, constam da Medida Provisória 739, editada em 7 de agosto. O governo quer submeter a nova perícia cerca 1,8 milhões de aposentados por invalidez e auxílio-doença. Até aposentadorias obtidas judicialmente entram na reavaliação.

A Agência Sindical ouviu três sindicalistas conhecedores da matéria: Natal Leo, presidente do Sindicato dos Aposentados da UGT; Carlos Andreu Ortiz, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical; e Elenildo Queiroz, metalúrgico que preside o Diesat.

Natal Leo advertiu que milhares desses afastados, caso sejam reavaliados, sequer terão como trabalhar, porque “muitas empresas de onde vieram já encerraram as atividades”.

Fila - “É conhecida a falta de funcionários no INSS. Eles já têm dificuldades em atender a procura atual. O pente-fino pretendido pelo governo vai aumentar a demanda nos postos, a pressão e as filas”, diz o sindicalista.

Sem renda - “Se o médico do INSS considera o afastado apto ao trabalho, mas o médico do trabalho da empresa entende diferente, como fica? Do que vai viver o afastado que terá o benefício suspenso?”, questiona.

Carlos Ortiz avalia que pode haver fraudes, mas argumenta que isso “não tem peso efetivo nas contas e deve ser visto caso a caso”. “Até porque muitos se aposentaram por decisão judicial. O governo não tem poder sobre o que Justiça decidiu”, argumenta.

Cobrança - “Esse tipo de medida não resolve a questão de recursos da Previdência. Por que nenhum governo tem coragem de cobrar os grandes devedores? E tem também a ‘pilantropia’ disfarçada de filantropia; isso precisa ser revisto. Vale lembrar, também, que o aposentado não pode pagar pelo baque gerado pela desoneração da folha”, diz Ortiz.

“Pessoa afastada por muito tempo terá de ser requalificada pra se readaptar a eventual emprego. O governo vai recolocar esse trabalhador no mercado? Vai oferecer meios de requalificação?”, indaga.

“Os Sindicatos hoje estão pressionados para atender desempregados, tentando garantir estabilidade ou pagamento de verbas rescisórias. Os Sindicatos de bancários, metalúrgicos, químicos e outros serão procurados pelos aposentados prejudicados, e não terão estrutura pra atender ou orientar esses companheiros”, alerta.

Nildo - O metalúrgico de Guarulhos e presidente do Diesat, Elenildo Queiroz, aponta que os quase dois milhões de aposentados por invalidez ou auxílio-doença vão resistir, porque “estão tendo um direito prejudicado”. “Os Sindicatos da ativa vão apoiar esses companheiros. A reavaliação será um fator de desgaste pra um governo que é ilegítimo”, afirma.


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Fonte: Agência Sindical, 29 de agosto de 2016


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