por Magaléa Mazziotti
Os esforços promocionais das imobiliárias tanto para aquecer o mercado de imóveis novos, quanto usados no Paraná tendem a permanecer até o final do ano, mas o poder de barganha dos compradores não virará com a mesma força para 2017. Essa é a tendência apontada pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), que acompanha mensalmente o setor por meio de pesquisas conjunturais em parceria com a Brain Bureau de Inteligência Corporativa.
"Ainda é possível aproveitar uma boa oportunidade, mas esses dias estão terminando seja em Curitiba, seja em Londrina, já que o empenho em se comercializar imóveis, sobretudo os novos, que demandaram investimentos por parte das grandes empresas, começou a ficar escasso uma vez que a saúde financeira de tais negócios foi restabelecida", avalia o consultor de pesquisa de mercado da Brain, Marcos Kahtalian. "Quando falo em oportunidade, eu me refiro a negócios interessantes para os dois lados, pois quem está capitalizado já deve ter em mente que há uma valorização do imóvel lá na frente, que deverá compensar pelo menos uma parte do ajuste de preços ocorrido entre 2015 e 2016, que em Curitiba reduziu em 8% o valor médio dos imóveis novos comercializados", acrescenta. Pelos dados da Ademi-PR, o levantamento de maio aponta que, na média, o metro quadrado na capital reajustou menos que a inflação.
Preços mais atraentes e a flexibilidade nas negociações, com uso de automóveis e motocicletas com parte do valor, fizeram com que de janeiro a maio quase 1.800 unidades residenciais novas fossem comercializadas, sendo que no mesmo período foram lançadas 400 unidades. Com isso, os estoques de imóveis novos baixaram de 10.750 em maio de 2015 para 8.612 em maio deste ano na capital. "Diante disso, avaliamos que quem tem reserva financeira e intenção de comprar imóvel com a finalidade de habitação deve aproveitar este segundo semestre para garimpar as oportunidades que restam" , indica Kahtalian.
Usados
O consultor de pesquisa de mercado da Brain explica que para os imóveis usados a recuperação tende a ser mais lenta. "Isso porque parte deles é destinada a locação, que também teve um ajuste de preços para baixo diante dos lançamentos na época do boom imobiliário. Atualmente, a remuneração do aluguel perde para a renda fixa. Somente quem está com foco no ganho desse investimento lá para frente que deixa de usufruir da elevada taxa de juros na renda fixa para apostar em um imóvel. Depende muito da estratégia de quem está investindo e do objetivo", pondera.
O presidente do Instituto Paranaense de Pesquisa e Desenvolvimento do Mercado Imobiliário e Condominial (INPESPAR) e vice-presidente de Economia e Estatística do Sindicato da Habitação e Condomínios do Paraná (Secovi-PR), Maurício Ribas Moritz, afirma que pelos números da entidade os preços de imóveis usados tanto em Curitiba quanto em Londrina estabilizaram. "Na última pesquisa que fizemos sobre o mercado curitibano de imóveis usados à venda, observamos que 75% daqueles que foram vendidos têm preços até R$ 400 mil. Quanto ao tipo de imóvel, podemos dizer que são basicamente imóveis de dois e três quartos, sendo casas, sobrados e apartamentos. Em Londrina, também temos um grande volume de imóveis à venda neste perfil de preços. Entre os apartamentos com três dormitórios cujo total é de 2.545 unidades, 1.597 têm preços até R$ 400 mil. Nas casas de alvenaria com três dormitórios, onde temos 1.544 unidades à venda, 971 tem preços de oferta até esse mesmo valor", detalha.
Fonte: Folha de Londrina, 15 de julho de 2015.
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