Francielly Hirata
Trabalhadores votaram na manutenção da decisão da diretoria
A diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Toledo (Sintracon) estava em briga pela presidência. Após a morte do presidente, a sucessão do cargo virou uma disputa – inclusive na Justiça - desde junho do ano passado entre o secretário geral e o secretário de finanças. Mas os trabalhadores colocaram fim ao impasse em assembleia da categoria no último domingo (13) na sede recreativa, definindo a presidência.
O embate se deu porque na época do falecimento do presidente, a diretoria se reuniu no dia 17 de junho e definiu que assumiria o cargo o secretário de finanças Ademir Fogaça. Ele explica que embora o estatuto previsse neste caso a sucessão para o secretário geral, Cândido de Lima, este não comparecia às reuniões e estava desempregado voluntariamente. “Ele havia pedido a conta e o estatuto prevê que neste caso não pode assumir. Na sequência da linha sucessória seria o tesoureiro”, explica.
Mas, o então secretário geral Cândido de Lima, não concordou com a decisão da diretoria e entrou na Justiça exigindo seu direito ao cargo. O advogado de Lima Eduardo Hoffmann explica que foi conseguido um mandado de segurança contra o Ademir Fogaça para que não impedisse Cândido Lima de assumir a presidência.
Mas, Ademir Fogaça revela que a situação gerou prejuízos para os trabalhadores. Ele comenta que embora a decisão da Justiça tenha sido em julho, Cândido apareceu no sindicato apenas em setembro para assumir o cargo. “E desde 17 de julho ficou tudo parado porque não podíamos fazer nada. Contas ficaram sem pagar, trabalhadores ficaram sem serviços”, detalha.
Ademir recorreu à decisão da liminar e recentemente, em 16 de fevereiro, a Justiça decidiu que o processo aberto era incorreto e o extinguiu. “E hoje (domingo) chamamos o trabalhador para definir, ou seja, votar se ratifica a decisão da diretoria em me nomear presidente ou não. Também tem uma segunda pauta, que é se autoriza a diretoria abrir um devido processo disciplinar contra Cândido de Lima, porque suas ações prejudicaram o sindicato e o trabalhador causando consequências irreparáveis. Temos convicção que tem interferência da classe empresarial em suas atitudes”, revela.
DECISÕES
Em votação, a maioria dos trabalhadores presentes foi favorável às duas propostas da diretoria, nomear Ademir Fogaça presidente e a abertura de processo contra Cândido de Lima. Cândido afirma que o estatuto deveria ser respeitado.
“Tenho 18 anos de diretoria do sindicato e não sei qual motivo que não querem que eu assuma. O ideal seria então uma nova eleição, mas vou buscar meus direitos”, avalia a decisão.
Fonte: Jornal do Oeste, 16 de março de 2016
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