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Mulheres ocupam 24,5% dos cargos de direção e chefia de assessoria no Senado

 

Ilana Trombka, diretora-geral do Senado

Doze mulheres fazem parte do corpo diretivo do Senado, o que equivale a 24,5% dos cargos de diretoria, diretoria-adjunta e chefia de assessoria. São profissionais que conseguem aliar atributos como a qualificação acadêmica, a capacidade de liderança e a habilidade de cooperar. No Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, elas ressaltam as conquistas e os desafios no dia a dia da vida profissional.

No comando da Diretoria-Geral desde o ano passado, Ilana Trombka está no Senado há 18 anos. Ao longo desse tempo, exerceu cargos de gestão em diversos órgãos da Casa, como a Secretaria de Relações Públicas e o Instituto Legislativo Brasileiro (ILB). Formada em Relações Públicas, a servidora é analista de comunicação social e tem especialização em Direito Legislativo.

Para a diretora-geral, a complementaridade entre homens e mulheres em cargos de gestão é benéfica e não deve ficar restrita ao aspecto profissional, mas sim ser estendida aos demais ambientes sociais.

— O Senado se beneficia desses diferentes olhares em sua gestão. A possibilidade de as mulheres terem cargos de chefia também depende do entendimento da própria sociedade. Os companheiros precisam entender a posição de igualdade tanto no mercado de trabalho quanto no cuidado com os filhos e em casa, por exemplo. A rotina dupla tem que ser dos dois — salientou.

De acordo com a diretora-geral, o contexto do Senado favorece a busca pela igualdade de gênero.

— O Senado tem a vantagem de a entrada acontecer por meio de concurso público, e a mulher costuma ter desempenhos muito bons. A ascendência na carreira depende ainda da forma como ela encara a vida profissional — disse.

A trajetória da diretora da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Virgínia Galvez, é marcada por passagens em grandes veículos de comunicação. Servidora desde 1998, a jornalista está há um ano à frente da Secom, onde coordena os veículos de comunicação da Casa e as áreas de marketing e relações públicas, além da atuação institucional do Senado nas mídias sociais.

No Senado, Virgínia já ocupou diversas funções na TV Senado, como chefia de reportagem, de programação e de redação, além de ter sido diretora da emissora. Ela também atuou como coordenadora da expansão da TV e da Rádio Senado nos estados. Segundo ela, as mulheres têm um papel de destaque na Casa e têm presença importante no jornalismo dentro e fora do Senado.

— Gosto de ver a seriedade e o engajamento delas quando se propõem a fazer alguma coisa. Nas mulheres a gente vê a capacidade de solucionar situações do dia a dia. As mulheres deslindam as coisas. É da natureza delas. Homens e mulheres trabalhando juntos se completam, cada um com seu perfil — comentou, ressaltando que o quadro diretivo da Secom conta com outras quatro mulheres: Edna de Souza Carvalho, diretora-adjunta da Comunicação; Ester Monteiro, diretora de Jornalismo; Andréa Valente, diretora da Secretaria de Relações Públicas; e Sílvia Gomide, coordenadora do Núcleo de Mídias Sociais.

Apesar de estar em uma função que é ocupada principalmente por homens, a diretora afirma que nunca sofreu discriminação por ser mulher. Para as novas gerações, Virgínia recomenda que as servidoras se posicionem como profissionais, mantendo uma postura de sobriedade e compromisso.

Experiências inspiradoras

Com mais de três décadas de Casa, a servidora Sonia Maria da Trindade, diretora da Secretaria Legislativa, afirma sentir-se totalmente realizada com o trabalho no Senado, onde passou boa parte da sua vida profissional.

— Aprendi a lidar com o processo legislativo aqui [no Senado]. Sou de uma época em que não havia tanta oferta de cursos preparatórios para concurso, como existe atualmente. Então, os candidatos se preparavam praticamente sozinhos — afirmou.

À frente da Secretaria Legislativa há 19 anos, Sonia comenta que, mesmo com a presença feminina menor naquela época, nunca foi alvo de preconceito.

— Fui muito bem acolhida pela Secretaria-Geral da Mesa. O Senado sempre foi muito positivo nesse sentido e valorizou o trabalho das mulheres, assim como valorizo o trabalho das mulheres da minha equipe —, afirmou, ressaltando que, mesmo tendo alcançado a idade e o tempo de carreira suficientes para se aposentar, não pretende parar tão cedo.

O entusiasmo de Sonia com a profissão é compartilhado pela diretora da Secretaria de Transparência, Elga Lopes. Dona de um currículo extenso, que conta com duas graduações e um mestrado na França, a servidora é especializada em opinião pública.

Servidora do Senado há 12 anos, Elga participou da criação do DataSenado, serviço de pesquisas do Senado que procura conhecer a opinião dos brasileiros sobre os temas e projetos debatidos na Casa. O comando do instituto, que trabalha com amostragem por meio de entrevistas telefônicas, é uma das atribuições da diretora.

— Tenho muito orgulho de o DataSenado ser especializado em assuntos voltados à mulher, como o empoderamento feminino na política e violência doméstica contra a mulher, assunto sobre o qual pesquisamos desde 2006. Além disso, somos o único instituto de pesquisa que acompanha a evolução da Lei Maria da Penha [Lei 11.340/2006] — afirmou.

Os planos profissionais de Elga Lopes são otimistas e estão voltados para o projeto de resolução (PRS 64/2015) que cria o Observatório de Violência contra a Mulher, cuja coordenação deve ficar a cargo do DataSenado.

— Eu acho que é um grande marco no DataSenado, e eu tenho muito orgulho de estar à frente —disse.

Parceria

Com menos tempo de Casa, Carla Mendes acumula experiências desafiadoras no setor público. Aos 19 anos, em 1995, ingressou no Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, onde era uma das 400 mulheres entre 7 mil militares do sexo masculino. Em 2010, tornou-se servidora do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dois anos mais tarde, em 2012, veio para o Senado.

— O Senado permite a evolução da mulher. Porque o empoderamento feminino acontece do interior da mulher para fora. Descobri que o trabalho no Senado é uma grande parceria entre homens e mulheres brilhantes — afirmou.

Diretora-adjunta da Secretaria de Gestão de Informação e Documentação, Carla assumiu o cargo há dois anos. A conquista, afirma a servidora, é compartilhada com aqueles que acreditaram em seu trabalho e lhe deram oportunidades de crescer profissionalmente.

— Hoje, eu sou adjunta de um diretor que acreditou no meu trabalho e me dá a chance de aprender mais a cada dia — disse, referindo-se ao diretor Marcio Sampaio.

Mãe de três filhos com idades entre 18 e oito anos, a servidora afirma que conciliar a vida profissional e a pessoal requer força interior e autoconfiança.

— Primeiramente, você precisa se descobrir para depois descobrir o mundo. Vim de uma família humilde que era comandada por uma mulher muito forte. Então, tive esse exemplo desde cedo — salientou.

Debates e questionamentos

Roberta Barreto, do Comitê pela Promoção da Igualdade de Gênero do Senado, afirma que a tendência, na Casa, é de que haja cada vez mais equiparação de gêneros, mas o processo tende a ser lento.

— Acredito que seja preciso melhorar as condições para que as mulheres ocupem esses cargos, com horários mais flexíveis, por exemplo. Muitas vezes, uma adaptação à necessidade daquela pessoa já é suficiente. A gente tem procurado promover debates e questionamentos para tentar mudar esse quadro — ressalta.


Fonte: Agência Senado, 09 de março de 2016

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